Distribuição de votos por regiões também mostra divergências nos números
SÃO PAULO - Os dados e tendências conflitantes entre as últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha também aparecem na divisão das intenções de voto por região. O último levantamento do Datafolha mostra que o candidato tucano à Presidência, José Serra, teve um expressivo crescimento no Sul do país, subindo de 38% das intenções de voto em 20 e 21 de maio para 50% no levantamento feito em 30 de junho e 1 de julho. Na mesma região, Dilma Rousseff (PT) oscilou para baixo, de 35% em maio para 32%.
Já o levantamento do Ibope, divulgado em 23 de junho, mostrava que Serra estava à frente de Dilma no Sul, com 42% das intenções de voto contra 34%; no entanto, apontava para uma queda do tucano em relação à pesquisa Ibope anterior, e não para um crescimento, como no caso desta pesquisa Datafolha. A participação de Dilma, segundo o Ibope, está crescendo na região, o que mostra que os dois institutos de pesquisa apontam para tendências diferentes no Sul.
No Sul, segundo o Datafolha, a candidata do PV, Marina SIlva, caiu de 12% para 8%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Diretor do Datafolha, Mauro Paulino diz que o cenário Serra x Dilma reproduz o quadro eleitoral de 2006, entre o então candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, o presidente Lula, nessa região:
- O Sul foi a região onde as propagandas do Serra nos últimos 30 dias tiveram a maior audiência, o que pode explicar esse crescimento (de 38% par 50%). E, em 2006, o Alckmin, obteve 51%, enquanto Lula teve 32% - afirmou Paulino.
Tucano cresceu no Sudeste
Segundo a pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira, Serra também cresceu e está à frente de Dilma no Sudeste, maior colégio eleitoral do país, com dez pontos percentuais a mais que a petista. Serra tem 43% e Dilma, 33%. Já o Ibope mostrou empate técnico no Sudeste: Dilma aparece com 37% e Serra, com 36%.
Na Região Nordeste, a distância entre os dois principais candidatos está ainda maior e chega a 17 pontos percentuais, segundo o Datafolha. Em maio, era de 11 pontos percentuais. Dilma oscilou para cima, de 44% em maio para 47%. Já Serra oscilou para baixo, de 33% para 30%. Na opinião de Paulino Dilma pode ter maior crescimento no Nordeste, pois o presidente Lula tem aprovação maior e o eleitor ainda não a conhece:
- Lá está 47 a 30 para Dilma, mas lá tem a maior taxa de desconhecimento da candidatura dela, por conta da baixa escolaridade e da falta de contato com a informação. Lá, Lula é quase uma unanimidade. Tem 87% de ótimo e bom. É uma maneira de ver de que forma esse contingente de eleitores vai encarar a candidatura Dilma. Seu desafio é convencer esse eleitorado - diz Paulino.
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