Choro crocodilesco
Por Ucho Hadadd - ucho.info
As lágrimas que a presidenciável Dilma Rousseff (PT) quase deixou cair no debate de domingo à noite (12) mostra como o escândalo que atingiu a Casa Civil ameaça os pilares da candidata palaciana. Dilma minimizou em parte as acusações de tráfico de influência que envolve sua substituta no ministério, Erenice Guerra, e os parentes. A candidata foi questionada no debate e quase chegou às lágrimas. A tentativa de desviar o foco das denúncias mascara uma nova denúncia publicada nesta segunda-feira no “Estado de S. Paulo”.
Segundo a reportagem de Leandro Colon, uma irmã da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, autorizou o governo a contratar sem licitação o escritório do próprio irmão. No centro do contrato está o setor de Minas e Energia, que tem a influência de comando de Erenice e da ex-ministra Dilma Rousseff. Erenice foi consultora jurídica da pasta no período em que a atual presidenciável do PT dirigiu o Ministério de Minas e Energia no governo do companheiro Lula da Silva.
A reportagem informa que Erenice Guerra saiu de lá com Dilma em 2005, mas sua irmã, Maria Euriza Alves Carvalho, entrou como consultora jurídica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao mesmo ministério. No dia 1º de setembro de 2009, Maria Euriza autorizou a EPE a contratar, sem licitação, o escritório Trajano e Silva Advogados, com sede em Brasília, por um valor de R$ 80 mil. Entre os advogados do escritório está Antônio Alves Carvalho, irmão de Maria Euriza e da ministra Erenice Guerra.
Segundo reportagem da revista Veja desta semana, esse mesmo escritório é usado pelo filho de Erenice, Israel Guerra, para despachar, fazer lobby e cobrar propina de empresários que tentam negociar contratos com o governo. Para oficializar seu serviço, Israel usa uma empresa de consultoria em nome de um irmão e que tem sede na sua própria casa no Distrito Federal.
A contratação sem licitação do escritório do irmão de Erenice pelo governo foi publicada em setembro de 2009 no Diário Oficial da União. Está lá escrito: “Aprovada por Maria Euriza Carvalho - Consultora Jurídica.” Até abril deste ano, pelo menos, a irmã da ministra aparecia como consultora da EPE, segundo o Diário Oficial da União.
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