Luiz Inácio da Silva é um homem experiente e precavido, especialmente quando não está sob o efeito de substâncias que por certo fariam a alegria redacional do jornalista norte-americano Larry Rohter. Depois de disparar sua metralhadora verborrágica na direção da imprensa, que nas últimas semanas tem revelado diversos escândalos de corrupção do governo do PT, o presidente-metalúrgico preferiu minimizar as críticas aos veículos de comunicação. Há dias, Lula chegou a afirmar que determinados setores da mídia “destilavam ódio e mentira”.
Durante comício em Porto Alegre, Lula destacou a importância da imprensa. “A imprensa é muito importante. A gente às vezes fica zangado quando a imprensa fala mal da gente, a gente fica feliz quando a imprensa fala bem. Quando a matéria dos jornais sai falando mal a gente ninguém gosta, quando fala bem o ego da gente cresce. A gente precisa ter humildade. Democracia é exatamente isso, cada um fala o que quer, e o povo na última hipótese faz o grande julgamento, balizando e consolidando a democracia”, declarou Lula.
Que não se engane o eleitor, pois essa repentina mudança de opinião do presidente não passa de uma estratégia chicaneira para ludibriar a opinião pública e não comprometer a campanha da companheira Dilma Rousseff. Primeiro porque no Brasil poucos são os que têm coragem e dignidade para dizer e escrever o que pensa. Depois não se pode descartar a triste realidade que mostra que a consciência do cidadão é facilmente abduzida pelo estômago vazio e pela vocação ao ócio. A preocupação de Lula em arrefecer os ânimos mostra que o protesto contra a imprensa e a liberdade de expressão realizado no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo surtiu um efeito muito aquém do esperado. Para confirmar o seu estado de preocupação, Lula disse, ainda no comício, que a “democracia é um valor incomensurável”.
É preciso esclarecer de uma vez por todas que, mesmo embalados por protestos e outros salamaleques totalitaristas, Lula e Dilma pagarão um preço muitíssimo caro para arrancar do brasileiro a liberdade conquistada a duras penas. Não será com um discurso mambembe e enganador que o messiânico Lula transformará o Brasil em um misto continental de Cuba com Venezuela. Há ainda em nossa querida e amada Botocúndia uma expressiva massa pensante, que lamentavelmente ficou adromecida durante muito tempo em berço esplêndido. A partir de agora só vale brado retumbante.
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