Bandidos sequestram moradores no Alemão e se escondem em galerias, diz polícia


Complexo do Alemão
Policiais seguram bandeira na parte superior de teleférico em obras

Daniel Milazzo
Especial para UOL Notícias
No Rio de JaneiroPara evitar confronto com as forças de segurança no Complexo do Alemão, traficantes se instalaram nas casas de moradores inocentes, afirmou neste domingo (28) o capitão Ivan Braz, do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar fluminense). Ele afirmou que a rede de galerias pluviais também pode estar sendo usada como esconderijo.
Braz confirmou que há famílias feitas reféns por traficantes no interior do Complexo do Alemão e disse que a polícia está vasculhando todas as ruas para prender os criminosos. “Como não houve confronto, os marginais covardemente não cumpriram o que falaram durante a semana”, afirmou.
“Os marginais não tiveram a coragem de por em prática as ameaças feitas durante a semana e agora se escondem covardemente nas casas, fazendo moradores de reféns. Vamos pegá-los custe o que custar, afirmou o capitão.
O capitão afirmou inicialmente que bandidos poderiam estar se escondendo na rede de esgotos, mas a Cedae, companhia do ramo no Rio de Janeiro, informou que não há esse serviço no Complexo do Alemão, e sim o de galerias de águas pluviais.

Mansão
No topo do morro, os policiais encontraram uma casa luxuosa onde viveria um dos chefes do tráfico da região. Banheira de hidromassagem, televisão de 40 polegadas e ar condicionado estavam à disposição dos criminosos em uma residência de dois andares. Antes deixarem o local, os bandidos balearam aparelhos domésticos e reviraram móveis.

O comandante geral Polícia Militar do Rio de Janeiro, Mario Sergio Duarte, afirmou neste domingo (28) que a fase "mais cuidadosa" se inicia na ação localizada. Cerca de 600 criminosos podem estar escondidos nas casas de moradores inocentes, que terão de abrir a porta para os agentes. A ação começou por volta das 8h e a ocupação foi concluída menos de duas horas depois.
Segundo Braz, relações públicas do BOPE, cerca de 200 homens da tropa de elite da polícia estão fazendo uma varredura na favela da Fazendinha, ao lado da favela da Grota, onde foram detidas mais de dez pessoas neste domingo.

Braz mostrou Chris, 18, um dos chefes de uma boca de fumo do complexo. O rapaz, do interior do Estado, veio à capital para adquirir conhecimento sobre o funcionamento do tráfico. “É muito comum as facções recrutarem gente do interior para estender o poder do grupo”, disse.

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