O Caso do Daniel Pontes foi divulgado em 2007 no Blog do MOVCC. Não é possível que a imprensa se cale diante desse fato. Movcc/Gabriela
Inversão de valores –
Ucho Hadadd - ucho. info
Quando o humorista Marcelo Madureira disse que o dano causado ao País por Luiz Inácio da Silva demorará décadas para ser reparado, muitos pensaram se tratar de mais um chiste do humorístico global “Casseta & Planeta”. Mas não, Madureira falou seriamente e os brasileiros de bem precisam reverenciá-lo pela coragem de dizer publicamente o que está engasgado na glote de muitos, que não o fazem com medo do “poder”.
Há no Brasil um reduto de raros corajosos, sempre prontos a denunciar o status quo do crime que toma conta do Estado de forma vil e covarde. Perito legista da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Daniel Ponte é um cidadão brasileiro íntegro e probo que não compactua com o crime e muito menos com a impunidade. Depois de denunciar um sem fim de casos de corrupção na polícia fluminense, o corajoso perito passou a ser ameaçado continuamente, assim como sua família.
Nos últimos três anos, Daniel Ponte foi obrigado a vagar pelo Brasil, sempre acompanhado da mãe idosa, como forma de escapar das renitentes ameaças de morte. Toda essa situação típica de grupos mafiosos decorre da inoperância quase conivente da Justiça, que desde o início das denúncias tem feito jus à folclórica cegueira que um dia algum desavisado lhe impôs.
As ameaças contra Daniel Ponte começaram em 2007, no campus da Universidade Estácio de Sá, no Rio, onde o perito legista lecionava. O porta-voz velado das ameaças era um ex-aluno, Everton Miranda Ramalho, que desde então vinha se apresentando como corregedor da Polícia Civil do Rio de Janeiro. No último dia 4 de novembro, Miranda Ramalho foi preso e a polícia encontrou em sua casa armas, munições, colete à prova de balas, coldre e uniforme da Polícia Civil. Na época do convívio universitário, Daniel Ponte afirma que o agora preso Everton Miranda Ramalho usava uma viatura nova e ostentava identidade funcional passível de qualquer perícia.
De acordo com Daniel Ponte, o ex-aluno começou a lhe avisar, no final de 2007, que policiais teriam prometido assassiná-lo por conta das denúncias. Daniel decidiu mudar radicalmente a rotina da própria vida a partir do momento em que ouviu uma ameaça torpe. “Sua mãe é uma senhorinha idosa, facilmente morta em falso roubo. Você ainda sai com colete à prova de balas e armado, mas sua mãe anda desprotegida”, disse à época o falso corregedor.
Everton Miranda Ramalho, que continua preso, pode ser solto a qualquer momento, o que seria um atentado às leis e ao ordenamento jurídico do País. Levando em consideração que o ucho.info acompanha o caso desde o início, não é leviano afirmar que Miranda Ramalho era um braço avançado dos policiais denunciados e descontentes. O falso corregedor atuava como um agente de contra-informação, coletando detalhes da rotina do experiente e corajoso Daniel Ponte.
Na lista dos tantos policiais que perseguiram o perito legista, merecem destaque, segundo relato do próprio Daniel Ponte, o delegado Gilberto Ribeiro, filho de um Procurador do Ministério Público do Rio, e a delegada Ivonete Fernandes. Mesmo não perseguindo diretamente o perito, o governador do Rio de Janeiro, o boquirroto Sérgio Cabral Filho, é cúmplice do crime que se perpetua contra Daniel Ponte. Prever o futuro é missão para poucos, mas qualquer ato de violência contra Daniel Ponte deve ser imputado a Cabral Filho, que até agora não tomou qualquer providência para proteger aquele que decidiu lançar mão da coragem para denunciar as mazelas do Estado.
Como sabem os leitores, aqui no ucho.info não se faz jornalismo de encomenda, não se escreve meias verdades, não se protege os detratores da democracia, não se dá guarida aos que vilipendiam diuturnamente a sociedade. Pelo simples fatos de acompanharmos o caso de Daniel Ponte, dando a ele o merecido e necessário espaço, intimidações sobraram na seara do editor. Alguns dos descontentes tentaram se unir a conhecidos inimigos do site, mas a operação fracassou.
A sensação de impunidade que grassa no País por conta dos desmandos palacianos redobrou a ação criminosa e corrupta de alguns agentes públicos. Caso queira despedir-se da Presidência da República com uma nódoa a menos no currículo, Luiz Inácio da Silva deveria de chofre chamar Sérgio Cabral Filho Às falas e cobrar-lhe explicações e ação. Afinal, se para o presidente-metalúrgico a esperança venceu o medo, para Daniel Ponte a honradez deve obrigatoriamente sufocar o crime.
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