Vice-prefeita de Jandira diz que não se sente segura para assumir
Corpo de prefeito(PSDB) Braz Paschoalin foi enterrado na Grande SP.Família suspeita que assassinato tenha motivação política.
Carolina Iskandarian
Do G1 SP
Vice-prefeita de Jandira diz ter medo.
(Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
A vice-prefeita de Jandira, Anabel Sabatine, do PSDB, disse na tarde deste sábado (11), durante o enterro do prefeito assassinado, que não se sente segura para assumir o cargo. O corpo de Braz Paschoalin foi sepultado às 16h45 deste sábado.
Paschoalin foi assassinado a tiros na manhã de sexta-feira na porta de uma rádio da cidade da Grande SP. Para a família dele, a motivação do crime é política.
"Não me sinto segura. Sei que existem grupos querendo que eu não assuma", informou Anabel, sem, no entanto, revelar a quem se referia. “Eu vou assumir. Eu vou assumir, custe o que custar, doa a quem doer, e vai ser um governo honesto, custe o que custar e doa a quem doer. Quem quiser ser honesto e ficar do meu lado, estou de braços abertos. Quem quiser tirar dinheiro de um povo honesto pode sair”, disparou.
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No cemitério municipal, que estava lotado para a cerimônia, Anabel informou que vai reforçar sua segurança pessoal, e pediu que o caso de Braz "seja elucidado o mais rápido possível".
Ela admitiu ter "divergências admiinistrativas" mas não pessoais com Paschoalin, que estava em seu terceiro mandato e que foi considerado por ela como "um amigo". A vice-prefeita declarou ainda que vai fazer um governo com "transparência e equilíbrio" e pediu justiça.
Na manhã deste sábado, o Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), pediu a quebra do sigilo telefônico dos quatro suspeitos de participarem da morte de Braz Paschoalin.
A Justiça de São Paulo decretou nesta madrugada a prisão temporária por 30 dias dos quatro homens. Ainda pela manhã, eles foram transferidos da delegacia de Santana do Parnaíba, também na região metropolitana, e foram para outra cidade da região, que não foi divulgada por razões de segurança.
Outra pista investigada pela polícia é o carro abandonado e possivelmente usado pelos criminosos. A polícia já sabe que se trata de um veículo roubado e que teve documentos falsificados na capital paulista.
Os delegados também procuram por câmeras de segurança que possam ter registrado a movimentação do carro que perseguiu o prefeito e também depois do crime, durante a fuga. A polícia suspeita que outro veículo também tenha sido utilizado no crime.
Paschoalin morreu quando chegava à Rádio Astral FM, onde todas as sextas-feiras participava de um programa de entrevistas, no qual respondia perguntas de ouvintes. O barulho produzido por cerca de 15 disparos que mataram o prefeito pôde ser ouvidos ao vivo por quem acompanhava a programação da Rádio Astral FM. Uma adolescente de 17 anos presenciou o crime e foi ouvida pela polícia. (Ouça ao lado o som dos disparos que mataram o prefeito de Jandira).
Investigações do Ministério PúblicoPolíticos de Jandira são alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo, que apura um esquema de corrupção envolvendo o prefeito assassinado e cinco vereadores. Segundo a promotoria, Paschoalin pagaria propina a vereadores para que projetos fossem aprovados na Câmara.
Um ex-secretário e braço direito dele é suspeito de entregar mais de R$ 200 mil para cinco vereadores. Dois deles foram flagrados em gravações telefônicas autorizadas pela Justiça. O Gaeco obteve também a quebra do sigilo bancário de um ex-secretário e dos cinco vereadores. Os promotores vão acompanhar as investigações da polícia porque há suspeita que o esquema de corrupção tenha relação com a morte do prefeito.
“A hipótese de crime político também é investigada assim como várias outras, uma vez que há comprovadamente um esquema de corrupção envolvendo alguns vereadores na cidade de Jandira”, explicou o promotor Roberto Porto.
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