Do Contas Abertas
“A corrupção tem aumentado nos últimos três anos”. Pelo menos essa é a opinião de seis em cada dez pessoas em todo o mundo. A informação consta no estudo Barômetro Global de Corrupção, divulgado hoje pela ONG Transparência Internacional (TI), em comemoração ao Dia Internacional contra a Corrupção. No Brasil, 64% dos entrevistados disseram acreditar que a corrupção aumentou, enquanto 27% disseram não ter visto mudanças e apenas 9% notaram uma redução na incidência de atos corruptos.
Dentre outros resultados, a sétima edição do Barômetro identificou que, para 80% dos entrevistados, inclusive brasileiros, os partidos políticos são os grupos mais “corruptos” ou “extremamente corruptos”. Em segundo lugar aparecem os funcionários públicos do Legislativo, seguidos pela polícia, o setor privado, entidades religiosas e o Judiciário. Já as organizações militares e não-governamentais (ONGs) foram consideradas as classes menos afetadas pela corrupção.Digite aqui o resto do postA pesquisa mostra ainda que um em cada quatro pessoas já pagou suborno para obter serviços públicos. O maior número de relatos de pagamento de propina (acima de 50%) partiu de países como o Afeganistão, Camboja, Camarões, Índia, Iraque, Libéria, Nigéria, Palestina, Senegal, Serra Leoa e Uganda, onde mais da metade das pessoas disse ter subornado alguém nos últimos 12 meses. Em geral, a pessoa se justifica para evitar problemas com as autoridades ou acelerar processos burocráticos. No Brasil, menos de 6% dos entrevistados disseram ter subornado.
As opiniões sobre as tendências de corrupção são mais negativas na Europa e América do Norte, onde 73% e 67% das pessoas, respectivamente, pensam que a corrupção aumentou. Para mais da metade dos brasileiros as ações do atual governo para deter a corrupção são ineficazes. Outros 29% argumentaram serem medidas eficazes e 17% acham que os esforços não surtiram nenhum efeito.
Como resultado da corrupção, segundo avalia o diretor da Transparência Internacional, Huguette Labelle, os marginalizados e pobres continuam a ser os mais vulneráveis à extorsão. “Os governos devem fazer mais para identificar a corrupção nos serviços básicos e proteger seus cidadãos”, disse Labelle. “A mensagem do Barômetro 2010 é que a corrupção é insidiosa. Faz a gente perder a fé. A boa notícia é que as pessoas estão prontas para agir", afirma.
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