Do Cairo a Trípoli – Kadafi é o pior ditador do mundo árabe

Gustavo Chacra - Estadão

Os ditadores do mundo árabe não são iguais. O pior de todos é Muamar Kadafi, da Líbia.  Ele não pode ser comporado a Hosni Mubarak, Ben Ali, rei Abdullah da Jordânia ou Bashar al Assad. O líbio é uma figura psicótica e assassina mais próxima de um genocida como Saddam Hussein. Seus hábitos ridículos vão da enfermeira ucraniana às tendas “cinco estrelas” que ele gosta de montar em suas viagens. Seu discurso na ONU em 2009 foi dos episódios mais patéticos da história da organização. Manda assassinar seus opositores sem a menor vergonha.

Tenham certeza de que Kadafi matará o número de opositores que for necessário para tentar conter os levantes. O líder líbio, que já assumiu apoio a um atentado terrorista nos anos 1980, não tem o menor medo da justiça internacional. Ele sobreviveu a embargos e bombardeios americanos. Vai massacrar seu povo com o argumento mentiroso de que enfrenta uma guerra civil patrocinada por forças estrangeiras, conforme disse seu filho Saif. 

Nos últimos dias, expliquei que o Bahrein pode rumar para uma guerra civil entre sunitas e xiitas. O Yemen corre o risco de se transformar em uma Somália piorada, com separatistas no sul, crescimento da Al Qaeda, da pirataria e levantes da minoria Houthi no norte. Já a Líbia pode caminhar para um massacre de sua própria população. Difícil dizer se Kadafi conseguirá se manter no poder. Mas, se cair, será em meio a muitas mortes.

O jornalista Gustavo Chacra, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia, é correspondente de “O Estado de S. Paulo” em Nova York.

Comentário: Aqui no Brasil, temos algumas figuras ávidas para chegar   no "cheira cadáver" (opositores) que ameaçam seus planos diabólicos. Não vamos nos esquecer que temos algumas figuras terroristas que estão no comando, afim de, se eternizarem no poder. Já escrevi aqui, que o verbo desses revolucionários psicopatas acha-se impregnado de imagens e parábolas, e sua força reside precisamente no fato de seu primitivismo, o que os torna acessível às massas. Vivemos em pleno perigo, também! As patas estão sendo mostradas aos poucos, e os dentes arreganhados para golpear nossa democracia e liberdade de expressão. É providencial que tomemos conta do nosso quintal. Movcc/Gabriela