A nova cultura do orgulho .....



Pois é. Esses "nossos heróis" precisam erguer estátuas de todas as vítimas. Bastou algumas  horas para transformar Vicentinho em herói dos trabalhadores. O Brasil comandado por esses "heróis revolucionários" farão jus ao novo slogan: " País rico é o país da nobreza". É mole? Movcc/Gabriela



Por Josias de Souza - Folha Online
Menos de 24 horas depois de ter os tímpanos invadidos por um coro de vaias, Vicentinho (PT-SP) já se considerava “recompensado”.

Escalado pelo governo para relatar o projeto que fixou o salário mínimo em R$ 545, orgulha-se de ter cumprido a missão como autêntico petista.

Ex-sindicalista, contrariou as centrais sindicias. Mas acha que procedeu com acerto, informam as repórteres Isabel Braga e Leila Suwwan.

Para Vicentinho, importa menos o valor do mínimo e mais a política de reajuste embutida no projeto (inflação mais o PIB dos dois anos anteriores).

Menosprezou as vaias, entoadas por um grupo de “trabalhadores” arregimentados pela Força Sindical:

“Aquilo não era bem movimento sindical, era parte do movimento sindical. Já me vaiaram outra vez, quando eu quis acabar com o imposto sindical”.

Pôs em dúvida a seriedade do colega Paulinho (PDT-SP), mandachuva da central sindical que patrocinou os apupos:

“O projeto é melhor, é a vitória do movimento sindical sério. Lamento que parte do movimento sindical tenha transformado uma conquista em derrota...”

“...[...] Veja o constrangimento do Paulinho. Foi desmoralizado em plenário. Até a oposição retirou o apoio à emenda dele. Disso ninguém fala nada?”

Passada a aprovação do mínimo oficial, Vicentinho foi afagado pelo telefone. Dilma Rousseff elogiou-o. Artur Henrique, presidente da CUT, confortou-o.

Em declarações públicas, o comandante da CUT fez uma distinção entre o passado de ex-cutista de Vicentinho e o presente de deputado governista.

Imbuído de compreensão inaudita, Artur Henrique disse: “Vicentinho não foi eleito apenas por ‘cutistas’...”

“...Vários trabalhadores de outras centrais também votaram nele, além de ele representar outras lutas, como contra o racismo”.

Se o presidente fosse José Serra e o relator do mínimo um tucano qualquer, o companheiro reagiria como lobo. Com Vicentinho, tornou-se um poodle-toy.

Editada pela repórter Renata Lo Prete, a coluna Painel, da Folha, traz na seção “Contraponto” a reprodução de uma cena da noite das vaias. Vale a leitura:

Na votação do mínimo, um deputado conversava com uma colega, quando outro brincou:

— Cuidado: sua mulher está assistindo à sessão!
— É, nós estamos no ‘BBB’- concordou o primeiro.
Vaiado pelos sindicalistas presentes, Vicentinho, relator do salário de R$ 545, completou:
— E eu estou no paredão...
Alguém cuidou de consolar o petista:
— Não se preocupe, Vicentinho! O povo vai te absolver, e você vai continuar na casa!

Só faltou o arremate de um Pedro Bial, alguém com disposição para qualificar os confinados do círculo governista como os
“nossos heróis”.

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

O pelego do Vicentinho que estudou na Faculdade Metodista (possivelmente com bolsa) e passava belo e folgado com carro blindado enquanto meu sobrinho ficava no ponto de onibus debaixo de chuva...