Dilma silencia diante da mentira de Mercadante, que em qualquer país resultaria em demissão

 A marca desses homens incompetentes é a rudeza intelectual, são capazes de desdenhar da capacidade alheia e atestar sua própria incompetência, mentindo. Não foram feitos para serem globais, e sim, deviam estar trabalhando na chefia de algum almoxarifado no capão do vale ao quadrado. Movcc/Gabriela

ucho.info
Olho da rua – Fosse o Brasil um país sério e o governo da presidente Dilma Rousseff minimamente responsável, o ministro Aloizio Mercadante, de Ciência e Tecnologia, já estaria devidamente demitido. Durante a viagem oficial de Dilma à República Popular da China, Mercadante, que integrou o entourage palaciano, buscou uma forma de sair do ostracismo em que mergulhou desde que chegou à Esplanada dos Ministérios.

Em Pequim, o ministro petista informou que a chinesa Foxconn, empresa contratada pela Apple para montar o Ipad, investiria US$ 12 bilhões no Brasil na criação de uma unidade para a montagem do cobiçado tablet em terras verde-louras. Tudo não passou de mais uma sandice de Mercadante, desmentida horas depois pela própria Foxconn.

De fato a presidente Dilma Rousseff teve um encontro com Terry Gou, fundador da Hon Hai, que controla a Foxconn, mas Aloizio Mercadante transformou uma eventual e distante possibilidade em fato certo e consumado.

De acordo com o The Wall Street Journal, “a empresa (Hon Hai) levou a maior parte da quarta-feira para produzir um comunicado de 160 palavras que elogiava o potencial e a localização estratégica do Brasil e falava vagamente em explorar novas oportunidades de investimentos no país.”

Acostumado a fiascos discursivos como foi a inesquecível revogação do irrevogável, logo após enfrentar uma dura e reservada carraspana do companheiro Lula da Silva, Mercadante ainda não surgiu em cena para explicar a conturbada e mentirosa declaração, que fixou o mês de novembro para o início das vendas dos primeiros Ipads brasileiros, o que nas contas do ministro gerariam no mínimo 100 mil novos postos de trabalho.

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

Do Estadão de hoje:
SOBRE OS 'ACORDOS' FEITOS NA CHINA PELO 'MINISTRO' MERCADANTE:

'Tenho muito o que ouvir do ministro' (Humberto Barbato - Presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee)) - ESTADÃO 18.04.2011

1. Na semana passada, o ministro Aloizio Mercadante anunciou um investimento de US$ 12 bilhões da taiwanesa Foxconn... (fabricante de displays para tablets e celulares) e a geração de 100 mil empregos no Brasil. O sr. apresentou críticas ao projeto e agora o ministro quer encontrá-lo.

O que o sr. vai dizer a ele?

Eu não tenho muito o que falar, mas tenho muito que ouvir do ministro sobre esse megaprojeto. Muito gentilmente, o Ministério da Ciência e Tecnologia entrou em contato comigo solicitando esse encontro. Gostaria de conhecer os reais números desse projeto. Se tudo for verdade, também será preciso promover uma melhoria na infraestrutura (do local de instalação da fábrica, para viabilizar o projeto).

2. Por que o sr. não acredita no projeto?

Acho muito difícil que sejam gerados 100 mil empregos. Ao todo, o setor de eletroeletrônicos emprega 175 mil pessoas. O automobilístico 110 mil. Falar em 100 mil pessoas é algo fora de propósito. O valor de US$ 12 bilhões é quase o investimento necessário para três ou quatro fábricas de semicondutores da Intel.

3. Mas a Foxconn não deve fortalecer a indústria de eletroeletrônicos local?

O Brasil tem uma forte vocação para a indústria. No setor de eletroeletrônicos, o País sofre com um déficit na balança comercial de US$ 27 bilhões. Precisamos modificar essa realidade. Se a Foxconn produzir componentes, ela é bem-vinda. Mas, pelo que me consta, essa nova unidade da empresa no Brasil só montará os produtos e importará os componentes. Não podemos viver com esse déficit absurdo.

4. O sr. esperava um anúncio desse porte durante a viagem da comitiva brasileira à China?

Foi uma surpresa.