Aqui, a nota do Centro Acadêmico da FEA-USP: alunos não podem ser reféns de extremistas

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP), também emitiu um nota sobre a tal “greve geral” que, não sendo “greve”, não pode ser “geral”. Leiam. Veja Online - Reinaldo Azevedo

NOTA PÚBLICA SOBRE A GREVE GERAL

A Diretoria do Centro Acadêmico Visconde de Cairu acaba de ser informada que, durante Assembléia Geral do Diretório Central dos Estudantes ocorrida na tarde desta terça-feira, teria sido aprovado o início imediato de uma greve estudantil na Universidade de São Paulo.

Diante de tal fato, é importante lembrar que a entidade de base que representa os alunos da FEA USP discorda das pautas e dos métodos utilizados pelos setores mais radicalizados e, em respeito aos seus associados, indica que não haja adesão a essa paralisação dentro do perímetro da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade.

O que houve no campus do Butantã hoje - assim como o que transcorreu nas últimas semanas - é sintoma de que a discórdia se instalou dentro da comunidade universitária. Nessa situação, só há um caminho a ser trilhado: o caminho do diálogo. Com efeito, o seqüestro de prédios públicos e a suspensão das atividades discentes devem ser rejeitados.

É preciso lamentar a polarização que se vê hoje na universidade. É com tristeza, enfim, que se observa estudantes serem feitos reféns por grupos extremistas. Qualquer manifestante perde sua legitimidade quando o que se apresenta ao público é o abandono dos princípios republicanos.

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, uma vez mais, reafirma sua disposição ao diálogo responsável. A questão da segurança na nossa universidade é um assunto sério demais para ser resolvido através de fórmulas cortantes. Se o convênio firmado entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública é insuficiente, o debate que se deve ter é sobre o seu aprimoramento, não sobre o abandono de seus avanços.

A autoridade policial, como já foi dito, tem seu papel dentro dos campi e deve sempre respeitar a autonomia universitária. O que precisa ser discutido, pois, são os pormenores da atuação da PM e de sua integração com a comunidade. Alunos, professores e funcionários da USP têm, diante de si, uma possibilidade única: estabelecer, dentro da universidade, um modelo de policiamento comunitário que sane os vícios eventualmente presentes na corporação policial e que sirva de exemplo para o restante da sociedade. A intransigência, contudo, não pode ser o caminho.

Centro Acadêmico Visconde de Cairu

Por Reinaldo Azevedo

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