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Para Mozart Neves Ramos, currículo desmotiva jovens, falta preparo aos professores e qualidade da formação não corresponde à realidade do mundo.
Na semana em
que os jovens fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio, as deficiências da
educação se tornam evidentes. “O Brasil ainda tem uma escola do século XIX,
professores do século XX e alunos do século XXI”, afirma o integrante do
Conselho Nacional de Educação Mozart Neves Ramos. Segundo ele, o currículo
educacional desmotiva os jovens, os professores não são bem preparados e a
qualidade da formação não corresponde à realidade do mundo.
O
especialista acredita que o desafio, além de dar acesso ao estudo, é combater a
evasão escolar. “A grande maioria dos jovens não chega ao final do ensino médio
e os poucos que chegam têm nível de aprendizado muito baixo”, destaca. Dos que
concluem esta etapa, apenas 11% aprenderam o que seria esperado em matemática e
cerca de 25% em português.
“Estamos
indo melhor nos primeiros anos do ensino fundamental. Largamos melhor e
perdemos desempenho”, avalia Rafael Luchesi, diretor-geral do Senai e diretor
de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional das Indústrias. Ele aponta
que somente 6,6% dos brasileiros de 15 a 19 anos cursam simultaneamente o
ensino regular e o profissionalizante, enquanto a média dos países ricos é de
42%.
Baixo
investimento
Na
comparação com os demais países, o Brasil investe menos na educação básica. Por
ano, o país aplica uma média de US$ 2 mil para cada aluno. Vizinhos
latino-americanos como Chile, México e Argentina gastam cerca de US$ 2,3 mil.
Na comunidade europeia, o investimento chega a US$ 5,5 mil e, nos Estados
Unidos, a US$ 9 mil. “O Brasil investe muito pouco na educação básica e parte
desse pouco não chega à escola”, aponta Ramos.
Para o
especialista, é preciso melhorar também a gestão. “Não dá mais para que diretor
da escola seja indicado politicamente. Não se pode querer agradar eleitores e,
como prêmio, dar uma escola para alguém que não está preparado”, diz.
Outra
necessidade, destaca Rafael Luchesi, é incluir as novas tecnologias no ensino.
“Precisamos utilizar essas ferramentas para tornar a escola mais interessante.
O processo de aprendizado mais lúdico tem resultados mais efetivos”, avalia.
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