REYNALDO ROCHA
Dias Toffoli pede que os seus pares reflitam sobre a
imensa asneira que, quase de modo histérico, formulou em defesa dos condenados
do mensalão!
Este absurdo aconteceu nesta quarta-feira. O
despautério foi transmitido ao vivo.
Dias Toffoli resolveu dar uma lição de Direito Penal a
mestres. Talvez seja recalque por ter sido duas vezes reprovado em concurso
para a magistratura.
Citou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva com
insuspeito orgulho. Levantou questões em que cita, com alguma ironia, autor que
se opunha a Marx. E ressaltou: “Não era de esquerda!’ Quem politiza o quê?”
E inverteu a lógica dos próprios argumentos.
Cita a banqueira (“uma bailarina”) condenada,
defendendo-a com a seguinte argumentação: “Que tipo de violência ─ real ─ ela
pode cometer?” Entendendo-se “real” como crimes de sangue, presumo.
O que defende Tofoli? Não condenar à cadeia criminosa
que não tenham matado, chegando a citar exemplos de crimes de homicídios com
apenações menores.
E argumenta com uma suposta “posição de vanguarda”.
Qual vanguarda, reprovado candidato a juiz que virou
ministro?
Desde BECCARIA, o seu título definitivo ─ “Dos delitos
e das penas” ─ é considerado avanço filosófico e humanístico incomparável.
Até então as penas eram baseadas em uma retribuição,
ou vingança, a um mal praticado.
Assim, o que valia era a intensidade da pena frente à
agressão.
Não se tratava da recuperação ou reabilitação do ser
humano.
E muito menos do EXEMPLO que nasce da condenação, para
que OUTROS não sejam incentivados a delinquir.
A simples reparação financeira é suficiente para
impedir a ação delituosa?
Seria este o risco que Dias Toffoli apregoa?
Roubemos; se pegos, devolvamos.
E se formos espertos, apliquemos o produto do roubo
auferindo ─ na pior das hipóteses, a da condenação ─ os juros do tempo em que o
dinheiro público serviu de repasto a um grupo ou indivíduo.
Ou seja, a posição “vanguardista” de Toffoli é
anterior a 1764!
Crime de sangue? Paga-se com cadeia. Crimes não
violentos (fisicamente), paga-se como a devolução do roubo. Seria o caso de
perguntar; em crimes de lesão corporal, defenderá Toffoli umas boas chibatadas
como reprimenda?
Nada quanto ao exemplo social, ao caráter múltiplo da
pena.
Toffoli cumpriu a imposição partidária de tentar, mais
uma vez, defender seus patrões. Com argumentos sem nenhuma consistência. E fez
um discurso que nem mesmo os partidários do PT (ou ao menos, os dirigentes)
tiveram coragem de fazer.
Não surpreende. Na essência.
Surpreende na coragem. De se expor na inteireza da
pequenez.
E na certeza de que o “fantasma” do STF aceita ser um
arremedo de ministro por muitos anos.
Faz todo o sentido a defesa histérica (e histórica
pelos piores motivos) de Dias Tofoli UM DIA após a declaração estapafúrdia do
ministro da Justiça, que isenta o principal responsável pela degradação do
sistema prisional brasileiro: ele próprio.
Tentaram tudo. Postergar. Defender o indefensável.
Buscar a prescrição. Interromper o julgamento. Absolver. Com a condenação dos
quadrilheiros, agora atacam-se as condições carcerárias no Brasil. Tudo de
forma orquestrada.
Que
seja somente um réquiem.
Um comentário:
Pior, que faz essa "boquinha"de sábio. Aprendeu com o chefe analfabeto e ladrão.
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