Folha de São Paulo
Lula acha que pode botar o povo na rua
para defender delinquentes; Collor teve a mesma ideia, deu no que deu
LULA E José Dirceu, bem como os
comissários Gilberto Carvalho e Rui Falcão, mostraram-se dispostos a botar povo
na rua para defender o que chamam de "nosso projeto". A ideia é tirar
a nação petista do inferno astral em que se meteu com o ronco das praças.
Deveriam pensar duas vezes. Talvez três,
consultando-se com o senador Fernando Collor de Mello. Em agosto de 1992, ainda
na Presidência, acossado por denúncias de roubalheiras, ele foi à televisão e
pediu ao povo que o defendesse, vestindo verde e amarelo no dia Sete de
Setembro. A garotada o ouviu e saiu por aí vestindo luto, com as caras
pintadas. Em dezembro, Collor renunciou à Presidência.
O que vem a ser o "nosso
projeto" em cuja defesa o comissariado quer gente na rua? O pedaço dos dez
anos de mandarinato petista que garantem popularidade a Lula e à doutora Dilma
nada tem a ver com o infortúnio dos mensaleiros e dos jardins de Rose Noronha.
Há gente disposta a sair às ruas para
defender muitas iniciativas realizadas pelo PT desde 2003, mas se o comissariado
acredita que conseguirá uma mobilização popular para proteger delinquentes
condenados pelo Supremo Tribunal ou apanhados pela Polícia Federal, pode estar
apostando numa radicalização suicida.
O repórter José Casado acompanhou três
comícios de Lula durante a última campanha eleitoral. Viu-o nas praças de São
Bernardo, Santo André e Diadema. Em cada uma delas havia algo em torno de 2.000
pessoas. Dois terços da audiência eram compostos por uma plateia que havia
chegado em ônibus fretados por comissários. Casado tirou uma prova perguntando
a vendedores de água como ia a féria. Muito mal.
Um comentário:
É muita cara de pau dessa corja bandida.O povo tem que ir pra rua e botar essa horda na cadeia. Olha francamente!
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