O MAIS IMPORTANTE JULGAMENTO DA HISTÓRIA CHEGOU AO FIM COM O TRIUNFO DOS BRASILEIROS DECENTES

Talvez por terem sofrido derrotas demais, os brasileiros decentes parecem incapazes de enxergar uma vitória ─ e que vitória! Nesta segunda-feira, o desfecho do maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal oficializou o triunfo do país que presta sobre a corrupção em geral e, em particular, sobre a quadrilha que tentou tomar de assalto as instituições democráticas e ferir de morte o Estado de Direito. Os vilões estão atarantados com a derrota formidável. Mas os vencedores ainda não começaram a comemorar o final irretocavelmente feliz do filme que durou sete anos.
Neste momento, incontáveis homens de bem deveriam estar nas ruas, decidindo com a torcida do Corinthians o campeonato das multidões. A temporada na cadeia imposta a figurões do governo Lula vale mais que o gol de Paolo Guerrero. As multas impostas a banqueiros larápios são mais importantes que as defesas de  Cássio. Em contraste com a justa euforia dos corintianos, a inibição dos democratas sugere que a maioria enfrenta as sequelas do ceticismo agudo provocado pelo advento da Era da Mediocridade. Ainda duvida que venceu os fora-da-lei.
O mensalão não será julgado, acreditaram até julho deste ano milhões de brasileiros minados pela desesperança. Ninguém será condenado, imaginaram quando foi afinal marcada a data para o início do julgamento. Os ministros punirão os alevinos para poupar peixes graúdos, insistiram depois de confrontados com a discurseira dos advogados de defesa. Só depois das primeiras condenações a imensidão de descrentes admitiu que ainda existem juízes no Brasil.
Existem e, ao menos por enquanto, são majoritários no STF, descobriu o Brasil honesto. O acórdão que resume o julgamento estará pronto até março. Assim que for publicado, Altos Companheiros contemplados pelo chefe com a licença para roubar vão saber como é a vida na cadeia. E terão como vizinhos de cela banqueiros, empresários e outros meliantes da primeira classe. Parece mentira. Mas a verdade é que, a partir desta segunda-feira, nada será como antes.
Já não existirão os condenados à perpétua impunidade. A contratação de advogados que cobram em dólares por hora deixará de garantir a absolvição de delinquentes da primeira classe. Perderão validade os salvo-condutos expedidos por Lula e Dilma Rousseff. Todos saberão que pesquisas de popularidade não conferem a nenhum governante o poder de revogar o Código Penal. Será possível acreditar que a lei vale para todos.
Os quadrilheiros teriam chegado lá se não tivessem tropeçado na resistência de jornalistas que não estão à venda, na altivez do Ministério Público, na independência do Supremo e, sobretudo, na indignação dos pagadores de impostos que sustentam a farra criminosa. A reação das vítimas implodiu a falácia segundo a qual os habitantes da terra de Macunaíma não dão maior importância a roubalheiras ─ e engolem sem engasgos quaisquer afrontas produzidas por corruptos. Os fatos fulminaram a fantasia. Joaquim Barbosa virou herói nacional. Ricardo Lewandowski é hostilizado em restaurantes. Ayres Britto é aplaudido nas ruas. Dias Toffoli prefere entrar no cinema com a sala já escura.
A manchete do site de VEJA é um perfeito resumo da ópera: “Termina o julgamento do século. A corrupção perdeu”.  O Brasil dormirá nesta noite diferente do que era quando acordou. A cara ficou melhor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em 2003 quando Lula discursou,já como presidente da república,todos gritavam em coro dizendo que a esperança venceu o medo.

Pois bem; hoje todos os brasileiros decentes também estão gritando que o amor a TOGA, o amor aPátria e o amor ao povo venceu a primeira grande batalha a arrogância e a impunidade.Deus salve a Suprema Corte, Guardiã da Lei Maior da República e principal pilar da Justiça.