Decisão é tomada após análise de
documentos apreendidos no escritório da Presidência em SP durante Operação
Porto Seguro; também alvo, diretor da Antaq pede demissão
08 de dezembro de 2012
| 2h 02
A Polícia Federal decidiu indiciar Rosemary Noronha também pela suspeita
do crime de formação de quadrilha. A ex-chefe de gabinete do escritório da
Presidência da República em São Paulo, nomeada para o cargo ainda no governo
Luiz Inácio Lula da Silva, já era investigada por tráfico de influência,
falsidade ideológica e corrupção passiva. Segundo a Operação Porto Seguro, da
PF, ela integrava um esquema de venda de pareceres técnicos de órgãos públicos
para empresas privadas.
O delegado federal Ricardo Hiroshi decidiu incluir o nome de Rose na
lista de suspeitos de formação de quadrilha após analisar a documentação
apreendida no escritório da Presidência em São Paulo no dia em que a operação
foi deflagrada, há duas semanas. E-mails da ex-assessora também ajudaram os
investigadores a firmar convicção de que ela mantinha "uma relação
estável" com outros integrantes do grupo, comandado, segundo a Polícia
Federal, pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira.
Nesta semana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve no
Congresso para dar explicações sobre a operação. Afirmou aos parlamentares que
não havia "uma quadrilha instalada no seio da Presidência",
justamente pelo fato de Rose não ter sido acusada de integrar o núcleo central
do grupo suspeito.
Demissão. Suspeito de ter beneficiado a empresa Tecondi, reconhecendo a ela
o direito de explorar um terminal de contêineres no Porto de Santos, o
diretor-presidente da Agência de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Pereira
Lima, pediu demissão ontem. Ele também foi indiciado pela Polícia Federal sob
suspeita de integrar a quadrilha de venda de pareceres de órgãos públicos a
empresas privadas.
Lima encaminhou sua carta ao Planalto
pedindo seu afastamento, mas ela foi direcionada à Secretaria dos Portos. Com a
publicação da regulamentação do setor portuário, a Antaq passa a ser vinculada
ao ministro Leônidas Cristino, que acolheu imediatamente o pedido de demissão.
O ex-diretor da Antaq tem ligações com Paulo Vieira, apontado como chefe do
grupo suspeito. / COLABOROU TÂNIA MONTEIRO

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