Edição
de VEJA desta semana mostra que a amiga íntima de Lula participou das
negociações que definiram o comando do banco e do fundo de pensão de seus
funcionários, defendeu pleitos de caciques do PT e atuou como lobista de luxo
Não era bem o que
parecia. Quando o nome de Rosemary Nóvoa de Noronha veio a público com a
deflagração da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, a amiga íntima do
ex-presidente Lula e então chefe do escritório da Presidência da República em
São Paulo não passava de uma “petequeira”. A expressão, cunhada pelo
ex-deputado Roberto Jefferson para designar funcionários públicos que se deixam
corromper em troca de ninharia, parecia feita para ela. Rose, como é conhecida,
foi acusada de integrar uma quadrilha especializada em fraudar pareceres
oficiais para beneficiar empresários trambiqueiros. Defendia os interesses dos
criminosos no governo e, em contrapartida, tinha despesas pagas por eles - de
cirurgia plástica a prestações de carro. A versão da petequeira foi
providencialmente adotada pelo PT. Rose, ventilou o partido, agiria apenas na
arraia-miúda do governo e sem nenhuma relação com a sigla. Eis uma tese que os
fatos vêm insistindo em derrubar.
No mês passado, VEJA revelou que a amiga de Lula usava
o cargo para agendar reuniões com ministros de estado: abria as portas,
inclusive de gabinetes no Palácio do Planalto, a interesses privados. Agora,
descobre-se que sua área de atuação abrangia também setores de orçamentos
bilionários, como o Banco do Brasil (BB) e o fundo de pensão de seus
funcionários, a Previ. Rose, a petequeira, participou ativamente das
negociações de bastidores que definiram a sucessão no comando tanto do BB
quanto no da Previ, defendeu pleitos de caciques do PT junto à cúpula do banco
e atuou como lobista de luxo de empresários interessados em ter acesso à
direção e ao caixa da instituição. Sua agenda de compromissos como chefe do
gabinete da Presidência em São Paulo, obtida por VEJA, mostra que, graças à
intimidade com o então presidente, a mulher que num passado não muito remoto
era uma simples secretária se transformou numa poderosa personagem do governo
Lula.
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