Entre
os denunciados estão os ex-controladores do banco, Luís Octávio Azeredo Lopes
Indio da Costa e Luís Felippe Indio da Costa
Luis Octávio Indio da Costa, presidente do Banco Cruzeiro do Sul, é um dos indiciados pelo MPF (Jefferson Dias/Valor/Folhapress)
O Ministério
Público Federal em São Paulo denunciou nesta segunda-feira 17 ex-sócios e
funcionários do Banco Cruzeiro do Sul. Segundo o inquérito concluído pela
Polícia Federal, os indiciados - entre os quais estão Luís Octávio Azeredo
Lopes Indio da Costa e Luís Felippe Indio da Costa - faziam parte de uma
organização criminosa que atuava em diversas frentes para a prática de atos
ilícitos. Entre os delitos praticados estão, além de formação de
quadrilha, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (como gestão
fraudulenta, estelionato, apropriação indébita, “caixa dois”), crimes contra o
mercado de capitais e lavagem de dinheiro.
O inquérito da PF usado como base para indiciar os
envolvidos aponta que a quadrilha efetuava inúmeras irregularidades. As
fraudes em empréstimos consignados serviam para que eles captassem
recursos para cobrir o caixa do banco. O MPF afirmou, em nota, que foram
criados 320 mil contratos de empréstimos falsos, com a utilização indevida dos
CPFs de diversas pessoas e dos nomes de diversos órgãos públicos - o que
acarretou uma falsa contabilização de ativos do banco no valor de 2,5 bilhões
de reais.
O grupo também executou fraudes contábeis que
ampliavam de maneira fictícia os resultados da instituição no balanço -
elevando, desta forma, a remuneração variável (bônus) de todos os envolvidos.
Ainda segundo o MPF, os indiciados manipularam ações do banco no mercado de
capitais para forçar sua valorização. Além disso, eliminaram valores de
contas da instituição por meio da simulação de contratos de fornecimento de
mercadorias. Outra fraude foi o desvio de quantias aplicadas por correntistas
em fundos de investimento. O desvio era feito, segundo a PF, por meio de
lavagem de dinheiro. O inquérito aponta que os valores desviados eram
direcionados para a empresa Patrimonial Maragato S.A., cujos donos eram
Luís Octávio e Luís Felippe Indio da Costa.
Prisão - Luís Octávio e Luís Felippe Indio da Costa, pai e
filho, foram presos no final de outubro de 2012, depois de terem tentado movimentar bens que estavam
bloqueadosdesde
junho, quando o Cruzeiro do Sul sofreu intervenção do Banco Central (BC), antes
de ser liquidado em setembro. Luis Octávio ficou preso no Centro de Detenção
Provisória (CDP) de Pinheiros e Luis Felippe cumpriu prisão domiciliar por ter idade
avançada, 81 anos. Ambos ficaram presos por dezessete dias e foram soltos em 9 de novembro. Outros diretores tiveram prisão
decretada à época, mas conseguiram ficar em liberdade mediante pagamento de
fiança.
Segundo
a PF, foi pedido um prazo adicional para concluir as investigações sobre o caso
Cruzeiro do Sul, evidenciando a possibilidade de novas descobertas em relação à
fraude. De acordo com a Justiça Federal, trata-se de uma das fraudes mais graves da
história financeira do país.
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