No discurso em que justificou a candidatura sem chances de vitória, Pedro Taques evocou a lição extraída por Darcy Ribeiro dos fracassos que acumulou. Ele tentou e não conseguiu, por exemplo, fazer uma universidade séria. Nem por isso sucumbiu à amargura. E jamais capitulou. “Os fracassos são minhas vitórias”, ensinou Darcy Ribeiro e repetiu o candidato do Brasil decente. “Eu detestaria estar no lugar de quem venceu.” A resistência democrática tem de decorar a mensagem e entender que não tem o direito de render-se.
Tanto a Câmara quanto
o Senado ofereceram ao país que presta, nesta sexta-feira, uma notícia boa e
outra má. Depois de dois anos na presidência, o companheiro gaúcho Marco Maia
voltou ao baixo clero e ao convívio com a multidão de nulidades condenadas à obscuridade.
É a boa notícia. A má: o novo gerente do Feirão da Bandidagem é Henrique Alves,
que tentou livrar-se do último escândalo em que se meteu com a demissão do bode
Galeguinho. É bom saber que o senador José Sarney acabou de deixar o comando da
Casa do Espanto. Ruim é saber que o sucessor é Renan Calheiros.
Como
registra o comentário
de 1 minuto para o site de VEJA, o Congresso mudou
para que tudo fique igual: sairam dois casos de polícia, entraram dois
prontuários de dimensões amazônicas. Todos estão lá por decisão de milhões de
eleitores que votam como se estivessem escolhendo sócios do clube dos
cafajestes. O bando que controla o Poder Legislativo faz o que quer por confiar
na mansidão bovina do grande rebanho. Enquanto os brasileiros elegerem os
sarneys, renans, maias ou alves, não haverá perigo de melhorar.
Políticos são todos
iguais, recitam os omissos profissionais, os cansados de nascença ou os que
simulam ceticismo para manter em segredo o voto em figuras abjetas. Não são
iguais. Os 11 senadores que há dois anos se recusaram a engolir José Sarney são
muito diferentes dos que se ajoelharam diante de Madre Superiora. Além de
reiterar tal diferença, a eleição desta sexta-feira comprovou o crescimento da
bancada dos acreditam que a atividade política não é incompatível com a
honradez. Pedro Taques não é igual a Renan Calheiros. Os 18 senadores que
apoiaram o senador do PDT de Mato Grosso são diferentes dos que
devolveram à presidência o alagoano apeado do cargo há cinco anos por ter feito
sem a devida cautela o que continua fazendo com mais cuidado.
No discurso em que
justificou a candidatura sem chances de vitória, Pedro Taques evocou a lição extraída
por Darcy Ribeiro dos fracassos que acumulou. Ele tentou e não conseguiu, por
exemplo, fazer uma universidade séria. Nem por isso sucumbiu à amargura.
E jamais capitulou. “Os fracassos são minhas vitórias”, ensinou Darcy Ribeiro e
repetiu o candidato do Brasil decente. “Eu detestaria estar no lugar de quem
venceu.” A resistência democrática tem de decorar a mensagem e entender que não
tem o direito de render-se.
Dos 78 presentes, 56
senadores ignoraram o recado do candidato do Brasil decente. Coisa de
otário, conversa de noviço, devem ter achado. As imagens de Renan Calheiros
confraternizando com seus eleitores gritam que o cangaceiro governista seus
eleitores se merecem. Não importa quanto tempo demore, acabarão juntos para
sempre na mesma lata de lixo da História. Desse destino escaparam os 18 do
Senado.
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