Trabalho escravo: hoje os médicos; e amanhã?





O anúncio de que o formando de medicina terá que trabalhar dois anos no SUS para obter o diploma é da maior gravidade, e não pode passar batido. Eu já escrevi ontem algo sobre isso, e publiquei outroartigo de um médico também. Mas é pouco! Diante deste absurdo sem tamanho, que transforma o médico em um escravo do governo, a reação deve ser maior, com força total.

Alguns podem pensar que o assunto não lhes diz respeito. Enganam-se! O precedente aberto é assustador. Trata-se do caminho para a servidão, agora escancarado. A liberdade de escolha do profissional desaparece, dando lugar ao pretexto de, em nome do “interesse nacional”, o estado escravizar as pessoas para suprir suas carências. Esqueça fazendeiros que não conseguem preencher 252 itens das leis trabalhistas; o verdadeiro trabalho escravo é esse: ser obrigado a trabalhar por dois anos para o governo!

Hoje são os médicos, mas e amanhã? O que vai impedir o governo de decretar que todo professor tem que ficar dois anos dando aulas em escolas públicas do interior para conseguir seu diploma? Ou forçar engenheiros a atuarem por dois anos nas obras do PAC Brasil adentro, para só depois terem acesso ao certificado de conclusão de curso? Ou obrigar dentistas a atenderem na selva amazônica antes de finalizarem a faculdade? Percebem o risco?

Isso não é somente um problema dos médicos, e sim de todos nós! Quem ainda tem um mínimo apreço por um valor chamado liberdade individual tem que se posicionar contra esse autoritarismo sem paralelo no país. Cabe a cada um lutar, como for capaz, para impedir essa medida socialista. Isso não pode passar!

Para concluir, relembro o alerta sempre válido de Martin Niemoller:

Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas, como eu não era comunista, eu me calei. Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei. Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar.
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PS: Décio disse...
Quem estuda em universidades privadas não deve nada para o governo. Quem estuda em universidades públicas que devolva o custo do estudo em trabalho no SUS

14 comentários:

Anônimo disse...

O pior disso foi a "Folha" dizer que isso é baseado no sistema britânico. Não é, mas NÃO É MESMO!
O NHS (sistema de saúde britânico) responde por cerca de 90% da assistência médica. É público, gratuito e muito bom. Foi implementado há mais de 60 anos, e praticamente todos os hospitais fazem parte do sistema, que conta com uma rede fabulosa de assitência primária.
(muito bom, mas tem problemas, óbvio. Nada é 100% perfeito)
Ora, uma coisa que é fundamental para qualquer escola médica é ter um hospital-escola. Os médicos britânicos cumprem residência em hospitais que pertencem ao sistema público. Não são "obrigados" a isso, simplesmente porque 90% do sistema britânico É PÚBLICO!!!!!
Ou seja, vão trabalhar na área pública porque praticamente toda a medicina no país é pública! Há poucas opções privadas, e como o sistema funciona, o povo chia feio se alguém do governo tenta mudar a estrutura. Mas está tendo que mudar atualmente e se adaptar a orçamentos mais enxutos.
E médicos podem ter sua clínica privada se assim desejarem., e trabalharem no setor privado. A aceitação de suas residências é função das faculdades.
Olha, essa é a segunda vez que vejo a imprensa brasilera divulgar mentiras sobre as coisas no Reino Unido. A primeira foi a tal "Lei de Imprensa" que nunca foi lei nem aprovada - foi uma proposta e foi derrotada PELA IMPRENSA.
Agora essa babaquice sobre o NHS, que não poderia ser mais imbecil.
Daqui a pouco o RU vai pedir explicações sobre divulgação de falsidades a respeito dos seus sistemas no Brasil.
Patético!

Anônimo disse...

O Reinaldo Azevedo tbém concorda

Eu defendo que formandos de universidade pública, do ProUni e do crédito estudantil subsidiado prestem serviço civil obrigatório, sim, senhores! Se o estado — na verdade, o conjunto dos brasileiros — financiou o curso, nada mais justo do que haver uma compensação. Por que só para os médicos? Os pobres precisam de dentistas, de engenheiros, de enfermeiros, de nutricionistas, de professores… Nada mais justo do que buscar essa mão de obra entre aqueles que foram especialmente beneficiados pelo estado — com a gratuidade total ou parcial (na forma de subsídio) de seus respectivos cursos. Aliás, o tempo de serviço civil obrigatório deveria variar de acordo com a modalidade de financiamento.

Mas é um abuso óbvio “estatizar” a mão de obra de quem estudou por sua conta, sem recorrer a nenhuma forma de auxílio do estado. Por que um estudante de uma escola privada, que resolveu financiar seu próprio curso, teria de submeter às mesmas condições? Em nome de quê? Ora, institua-se no país a possibilidade do serviço civil obrigatório para formandos de terceiro grau da escola pública (ProUni e crédito estudantil). Eles saberão, desde sempre, que estarão sujeitos à convocação —, e isso certamente pesará na sua decisão ao escolher uma universidade.

Anônimo disse...


A desculpa do dilmão: ela rejeitou acordo com Cuba para a vinda de médicos porque os Castros queriam um acordo governamental com o qual ficariam com grande parte dos salários, e o ‘Mais Médico’ prevê uma relação trabalhista direta com os médicos. QUÁ QUÁ QUÁ! A corja não se cansa de meter nossa grana no rabo desses comunistas e agora a vagabunda vem querer pagar de moralista. Conta outra sua JUMENTA.

Anônimo disse...

Esse novo formato do curso de medicina inspirado no modelo ...[ inglês?!] vai esvaziar totalmente as faculdades nos próximos anos porque ninguém vai se sujeitar a uma coisa dessas.

Anônimo disse...

Sobre o "serviço civil obrigatório" tenho a dizer que se houvesse mais estrutura e salários mais decentes, a maioria dos profissionais de saúde optaria pelo setor público como opção preferencial. Pouquíssimos médicos tem o status de um Ivo Pinatnguy ou um Adib Jatene. A maioria preferiria ficar no serviço público e ter sua clínica privada, e ter 2 empregos em vez de 8.
Quem são os centros de excelência no Brasil?
Hospital das Clínicas - público
InCor -público
HSPE - público
Hospital São Paulo - público
E por aí vai. Os bons médicos ficam nesses ganhando uma merreca e trabalhando um monte, e complementando com plantões.
Aliás, graças a Deus que fazem isso pois conseguem transferências de casos graves da periferia para esses lugares graças aos contatos que têm.
Ouvi muitos médicos de periferia se acabando por falta de uma coisa ridícula como um raio X.
Os coitados dos postos de saúde, então, nem se fala.
45% do médicos que atendem na periferia saem depois de 3 meses porque não aguentam nem as baixarias nem as cobranças e nem as ameaças dos pacientes que exigem que o médico faça um milagre.
E sim, muitos são uns vagabundos e safados, mas esses que estão aí ajudando a adiar a morte devem ouvir isso e se sentir muito injustiçados.
Eu fiz faculdade públuca, prestei concurso e fiquei 10 anos no serviço público.
Não fiz medicina, mas trabalhei com eles. Vi de tudo e vi 5 médicos e 4 assistentes sociais serem afastados por problemas psiquiátricos resultantes de seu trabalho, dois médicos se suicidarem e cinco enfermeiras morrerem devido a infecções contraídas no ambiente totalmente insalubre que trabalhavam.
E vocês querem forçar as pessoas, meninos recém-formados a sofrer tal trauma?
Um médico americano de visita uma vez perguntou se a gente estava em guerra, tamanho era o número de baleados numa UTI.
Se liguem, gente! Se querem o tal "serviço civil obrigatório", tem que ser para TODOS os profissionais de saúde e somente DEPOIS de ter estrutura física e material. senão, estamos mandando os médicos para uma carnificina da qual muitos vão ou fugir ou sucumbir.
E essa parece que é a intenção desse governo de m...! Jogar a culpa da sua incompetência e descaso nas costas dos profissionais.

Sidney Fontin disse...

Acho aceitável que seja uma obrigação de estudantes de faculdades públicas ou dos que utilizam os programas governamentais de bolsas de estudo. Um tipo de retribuição ao que os contribuintes gastaram com aquele aluno. E concordo que a medida seja adotada para todas as áreas, além da de Saúde. Ocorre, no entanto, que as Federais ficariam às moscas porque aqueles que têm recursos simplesmente as substituiriam pelas privadas, enquanto que os que fazem uso dos créditos/bolsa do governo, simplesmente abririam mão de estudar. Os patifes sabem desse busílis, por isso estão impondo a coisa de forma ditatorial pra todo mundo.

Anônimo disse...

Ora! qual é a lógica em se investir tanto dinheiro público para formar médicos, se não existe opção prá eles? “os bons ficam nos centros de excelência ganhando uma merreca; e o resto atende na periferia de onde sairão depois de 3 meses.”

Não se trata de jogar a culpa do desgoverno nas costas de ninguém, mas de botar os pontos nos “is”, afinal, por que investir nosso dinheiro suado na formação de profissionais que não terão como atuar?

Meu caro, traumatizado está o povo estropiado que banca, sem poder, a formação de estudantes nas escolas públicas, sem que nada tenha volta. Antes de pensar em trazer médicos estrangeiros, que esses profissionais formados nas universidades públicas sejam a solução do problema, ou então, que eles nem gastem o dinheiro dos nossos impostos com uma formação que não tem futuro, já que não pode ser colocada em prática.

Ou você acha que o governo vai providenciar estrutura física e material para receber os tais médicos estrangeiros?

O fato, meu caro, é que o Brasil ESTÁ em guerra (não declarada) mas está! o massacre Síria é pinto comparado a nós!

Anônimo disse...

Que tal a probidade Publica obrigatoria? KKKKKKKKKK!

Esses comunistas de merda adoram dar ordens que nao valem pra eles.

Essa jumenta que nos governa deveria ser "impichada".

PT de merda. Governo de merda!

Lú disse...


JUSTO, JUSTÍSSIMO.
“Notem que não acho a obrigatoriedade ruim em si, não! Só que ela poderia ser feita atendendo-se ao fundamento democrático. Institua-se no país a possibilidade do serviço civil obrigatório para formandos de terceiro grau da escola pública (ProUni e crédito estudantil). Eles saberão, desde sempre, que estarão sujeitos à convocação —, e isso certamente pesará na sua decisão ao escolher uma universidade” – R.A.

Ou seja: ninguém será obrigado a aceitar condições com as quais não concorda.

Anônimo disse...

Isso já ocorre nas FAs, aonde os médicos cumprem serviço militar após formados. Formou-se em Universidade Pública, com dinheiro do Estado, nada mais justo do que dar a contrapartida para a sociedade que financiou a formação. Logicamente deve existir um plano que fixe previamente a jornada e a remuneração, bem como regras claras para o serviço. É uma questão de bom senso: quem estuda a custa do dinheiro publico, deve trabalhar após formado em beneficio de quem lhe custeou os estudos. Uma regra que, por óbvio, não cabe aos alunos das privadas, que suaram para pagar seu curso e não têm obrigação alguma em devolver nada para o governo.

Anônimo disse...

Observação
Os alunos que se formam em particulares através de bolsas públicas ou financiamentos públicos tbém devem participar desse trabalho civil obrigatório

Décio disse...

O CFM tem que mirar melhor seu alvo nessa briga; não pode ficar atirando prá todo lado, não quero isso, não aceito aquilo, não deixo ir, não quero venham e blábláblá. Os estrangeiros precisam SIM, ter comprovada a qualificação profissional. Portanto, Revalida, neles! Outra coisa absurda foi o governo incluir os médicos de escolas privadas para prestar serviços à rede pública. Faz sentido que profissionais formados em universidades públicas, bancados pelo contribuinte, deem um retorno à sociedade. Mas não quem depende do próprio dinheiro ou de familiares para estudar.

Ninguém é cego. Sabemos que os gargalos da saúde pública não se limitam à quantidade de médicos: faltam hospitais, clínicas, postos de saúde, remédio, equipamentos, etc, e que esse governo desprezível está atacando apenas um problema - a falta de médicos -, sentando-se sobre o próprio rabo. Mas não tenham dúvida de que ele fará desse limão uma limonada, como manda seus marqueteiros.

O fato é que as entidades médicas precisam negociar, caso contrário vamos ter de engolir o abacaxi com casca e tudo. Até que se resolva o problema de infraestrutura é melhor um médico com meios precários do que nenhum. Aliás, não adianta ter estrutura perfeita sem médicos dispostos a trabalhar nelas. É preciso, primeiro, ocupar os espaços e, em seguida, exigir condições de trabalho.

Ninguém está obrigando ninguém a trabalhar, muito menos de graça.

Por isso é importante derrubar a obrigatoriedade aos alunos das escolas privadas, até para manter a liberdade de escolha: quem quiser se formar através do Erário, trabalhará 2 anos para o SUS. Quem não concordar que pague a mensalidade da instituição privada. Simples, prático e justo.

Anônimo disse...

"Primeiro, o Conselho Federal de Medicina (e o poder econômico ligado à indústria hospitalar, farmacêutica e dos planos de saúde) veio tentar barrar a entrada de médicos estrangeiros, mas como eu não fazia parte da população pobre sem qualquer tipo de assistência, no interior do Brasil e periferias das grandes cidades, eu me calei. Depois, o ato médico veio buscar o Programa Saúde da Família, mas como eu nem sabia o que era isso, eu não protestei. Então, vieram buscar os enfermeiros, mas como eu não era enfermeiro, eu me calei. Então, eles vieram buscar todas as categorias da saúde e o SUS todinho pra eles. Como eu era desinformado, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar."

https://www.youtube.com/watch?v=_cDwNAzrO7Q

Anônimo disse...


... não tinha mais ninguém porque o resto estava prestando concurso para tentar uma vaga no setor público. kakaka