BRASÍLIA
- O subprocurador-geral Rodrigo Janot, indicado pela presidente Dilma Rousseff
para chefiar a Procuradoria Geral da República, deverá ter o nome aprovado em
sabatina no Senado sem maiores problemas. Dois dos principais líderes de
oposição, os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e José Agripino Maia (DEM-RN),
disseram que não veem problema na indicação. A data da sabatina deve ser
marcada esta semana pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), Vital do Rêgo (PMDB-PB).
—
Não vejo razão para que se tenha uma expectativa desfavorável. É uma figura
contra quem nada pesa — disse Agripino.
Num
gesto pouco comum, o líder do DEM elogiou a escolha. Segundo ele, a presidente
acertou porque escolheu o primeiro colocado na votação interna do Ministério
Público Federal. Para Agripino, se Janot é o preferido entre procuradores, é
natural que seja o nome indicado para a vaga deixada pelo ex-procurador-geral
Roberto Gurgel. No entendimento no senador, a presidente respeitou a “hierarquia
das preferências”.
Álvaro
Dias disse que o nome de Janot deve ser aprovado sem turbulências na CCJ e no
plenário do Senado. Embora conheça pouco a trajetória do subprocurador, diz que
até agora não há nada que dificulte a chancela do Senado à indicação da
presidente.
—
Não acho que vamos ter grandes embates — disse Dias.
Durante
a sabatina, Janot deverá ser questionado sobre temas espinhosos, como o
mensalão. Mas, para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da
República, Alexandre Camanho, a questão não é mais uma preocupação. Segundo
ele, o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) está praticamente
encerrado, e o procurador-geral terá influência mínima nas futuras decisões.
—
O que tinha para ser feito já foi feito. O julgamento está consumado. O
procurador-geral não será mais protagonista de mudanças significativas pelo
simples fato de que ele não tem mais (tecnicamente) como fazer isso — disse
Camanho.
Janot
foi indicado para a vaga de Gurgel no início da noite de sábado. Dilma chamou o
subprocurador para uma reunião no Palácio da Alvorada e o informou de que ele
fora escolhido. Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Advocacia
Geral da União, Luís Adams, participaram do encontro. Na eleição interna do
Ministério Público, Janot foi o primeiro colocado com 511 votos. A segunda
colocada, Ela Wiecko, obteve 457.
Após
a eleição, Janot combinou chamar a colega Ela para ocupar o cargo de
vice-procuradora-geral, caso tivesse o nome indicado pela presidente. Mas os
dois se afastaram na última semana por conta de boatos que tentavam minar a
candidatura de Janot. Procurado pelo GLOBO,
Janot não quis dar entrevista. AQUI
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