Encerrada a sessão do Supremo Tribunal
Federal com a votação empatada em 5 votos a 5, as esperanças dos brasileiros de
bem de que a corte egue a admissibilidade dos chamados embargos
infringentes — que poderiam propiciar um novo julgamento a mensaleiros já
condenados, capitaneados pelo ex-ministro José Dirceu — agora repousam nos
ombros do mais experiente dos ministros, Celso de Mello, o decano dos
magistrados do tribunal.
O resultado final do julgamento, porém, não se
pode antecipar.
Há pessoas próximas ao Supremo que acreditam que Celso
de Mello — para muitos o ministro mais douto da Corte, e de reconhecida e
louvada independência – poderá admitir, por razões de convicção jurídica
e em nome do asseguramento de garantias plenas do direito dos réus à
defesa, a existência dos embargos infringentes e, assim, fazer a balança se
inclinar para o placar final de 6 a 5.
Mas que, no julgamento propriamente dos embargos, será
tão duro como foi ao apreciar a ação penal proposta pelo Ministério Público,
quando votou firmemente pela condenação de todos os implicados no
escândalo.
E teve, também, palavras duríssimas para a tentativa
de “golpe de Estado branco” promovida com dinheiro público, tal como a
qualificou o ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto.
O triste do julgamento, até agora, foi constatar que,
de certa forma, o aparelhamento do Estado promovido escandalosamente pelo
lulopetismo há quase 11 anos chegou, sim, ao Supremo Tribunal Federal.
O julgamento dos mensaleiros durou tanto, e com tanta
cooperação de ministros subservientes ao Planalto, que, como lembrou o Reinaldo
Azevedo, deu tempo de que fossem aposentados, por atingirem 70 anos de idade,
ministros independentes, substituídos por ministros que não merecem levar esse
adjetivo, e que se juntaram, em uníssono, aos magistrados proteladores.
A condenação final dos mensaleiros reforçará a
confiança dos brasileiros na Justiça — mas este detalhe importante não poderá
ser esquecido.
Um comentário:
Dependendo do voto do ministro o Brasil poderá explodir. Será um caos incontrolável e assustador. Para que nada disso aconteça basta o ministro votar com justiça e botar a quadrilha de mensaleiros na cadeia!
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