Rio e SP reagem à baderna nazilulista e registram recorde de detenções
17/10/2013 00:46 ( Aqui)
Guilherme Balza e Gustavo Maia
Do UOL, em São Paulo e no Rio
Do UOL, em São Paulo e no Rio
16.out.2013 - A Polícia Civil do Rio de
Janeiro apresentou nesta quarta-feira (16) os materiais apreendidos durante os
confrontos ocorridos entre policiais e Black Blocs após o protesto dos
professores, na região central do Rio, nessa terça (15) Polícia
Civil/Divulgação
Após os governos de Sérgio Cabral e
Geraldo Alckmin colocarem em prática medidas mais duras contra atos de
vandalismo, o número de detenções nos protestos realizados ontem (15) no Rio de
Janeiro e em São Paulo foi o maior desde que teve início a onda de manifestações,
em junho deste ano.
Ao todo, 261 manifestantes foram detidos
nas duas capitais --201 no Rio e 60 em São Paulo. Até então, o dia em que houve
mais prisões, na soma das duas cidades, foi 17 de junho, quando dezenas de
manifestantes e jornalistas ficaram feridos.
Na ocasião, 235 foram detidos em São
Paulo --a maioria "para averiguação"-- e 19 no Rio de Janeiro,
totalizando 254 detenções. A noite de 17 de junho é considerada o estopim da
onda de protestos. A partir deste dia, as manifestações se espalharam pelo país
e ganharam volume.
Depois de 17 de junho, a data em que
ocorreram mais detenções foi 7 de setembro, com 117 detidos no Rio e 40 em São
Paulo (157 no total).
Nova
lei no Rio
Na opinião da delegada Martha Rocha,
chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a nova Lei de Organização Criminosa
(12.850/2013), que entrou em vigor em
meados de setembro deste ano, possibilitou a prisão e apreensão em flagrante de
mais pessoas durante o protesto ocorrido na noite dessa terça-feira (15),
Ao todo, 70 pessoas presas após os
protestos da terça foram enquadradas na nova lei, que considera organização criminosa
"a associação de quatro ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de
obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a quatro anos,
ou que sejam de caráter transnacional".
Outras 14 pessoas foram presas por
outros crimes, como tentativa de furto, incêndio, lesão corporal e corrupção de
menores. Todos eles são inafiançáveis, de acordo com a Polícia Civil. Dos 84
presos e apreendidos em flagrante, 20 são menores de idade e estão à disposição
do Ministério Público.
"A Polícia Civil está buscando cada
vez mais eficaz de lidar com a essa situação. A polícia trabalha com a lei, com
aquilo que lhe é disponível. Eu tenho visto repetidamente uma fala minha
dizendo que eu não podia e não nem queria fazer milagre. E então hoje tem uma
nova lei, a partir de setembro. As autoridades policiais, os delegados, diante
do fato em concreto, estão examinando e estão decidindo de acordo com a nova
lei", declarou Rocha.
Durante a manifestação, foram
apreendidas facas, canivetes, estilingues, bolas de gude, esferas de aço, um
estilete, um "tcheco", uma lâmina de serra, máscaras e escudos, além
de sacos contendo água de esgoto e fezes.
Questionada sobre o uso de armas de fogo por policiais militares durante a manifestação, flagrado em vídeos publicados nas redes sociais,
a delegada afirmou que a polícia irá trabalhar para buscar a identidade dos
autores dos tiros.
Vandalismo e confronto em SP
Já ontem, com a presença dos black
blocs, houve destruição e confronto com a PM. Dos 60 detidos, 55 foram conduzidos ao
DP por dano qualificado e lesão corporal. Outros cinco foram detidos só por
dano qualificado. Todos foram liberados após prestarem esclarecimentos. Foram
apreendidos oito bastões de madeira, seis máscaras e uma bandeira preta com
mastro de PVC.
A maioria das detenções (55) ocorreu
dentro de uma loja da Tok&Stok, na avenida Eusébio Matoso, para onde
manifestantes se dirigiram após o início do confronto. Cinco foram detidos em
um posto de gasolina na marginal Pinheiros, em frente ao local do conflito.
Segundo a assessoria de imprensa da Tok&Stok, ocorrem "danos
externos" no portão da loja e não houve destruição ou saques no interior
do estabelecimento.
No boletim de ocorrência, os PMs
informaram que "não conseguiram visualizar quais seriam os autores dos
danos à loja e aos policiais" por tratar-se de um "crime
multitudinário" (cometido por várias pessoas). Nenhum dos detidos tinha
passagem pela polícia.
Segundo o estudante Pedro Serrano,
diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP, um dos organizadores
do protesto, as prisões foram "arbitrárias" e "aleatórias".
Ela afirma que o tumulto começou porque a PM encurralou os manifestantes depois
que o protesto tomou a marginal Pinheiros.
"Eles nos encurralaram pela parte
da frente e de trás. As pessoas se refugiaram dentro da loja. A PM não queria nos
deixar chegar ao Palácio dos Bandeirantes", afirmou Serrano. De acordo com
ele, o DCE contabilizou 15 feridos sem gravidade.
A reportagem telefonou duas vezes ao
longo do dia e enviou email com várias questões à assessoria de imprensa da PM,
mas não obteve resposta sobre as circunstâncias e motivos das prisões e o que
originou o confronto. A PM também não informou se fez uso de bala de borracha
no protesto de ontem.
Antes do confronto, um grupo de
mascarados quebrou quatro vidros externos da concessionária HPoint, da Honda,
na avenida Eusébio Matoso. Três carros foram atingidos por pedras atiradas por
manifestantes. Segundo um responsável pelo estabelecimento, o prejuízo ficará
entre R$ 8.000 e R$ 10 mil.
Depois do tumulto, três ônibus que
faziam a linha Metrô Butantã-Cidade Universitária, do Consórcio Sudoeste, foram
danificados na avenida Vital Brasil --dois depredados e um pichado. Quatro
carros da ViaQuatro, empresa que opera a Linha 4-Amarela do Metrô, também foram
depredados. O vidro da estação Butantã, na rua Pirajussara, foi quebrado. AQUI
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