Dilma Rousseff decidiu dialogar outro dia
com “Dilma Bolada”, a personagem criada por um fã muito entusiasmado. A Bolada
não tem certos freios da Rousseff e vai falando tudo o que lhe dá na telha.
No sábado, em Porto Alegre, ao participar
de uma solenidade, a presidente decidiu improvisar, refletir, ser profunda, mas
doce. Entendo. Marina Silva resolveu lançar a moda do tal “militante autoral”.
A Bolada pensou: “Vou nessa!”.
Ocorre, meus caros, que, para não dizer
coisa com coisa e parecer profundo, é preciso ter experiência. Não é da noite
para o dia. Em Porto Alegre, a Dilma de 2013 lembrou aquela de 2009 e 2010 que
tentava simular uma espontaneidade que não tinha. No programa
de Datena, vocês devem se lembrar, indagada sobre a
sua santa de devoção, a então candidata mandou brasa: “Nossa Senhora”. O
apresentador quis saber qual: “Nossa Senhora de forma geral”. Achando pouco,
chamou a santa de “deusa” — sim, Dilma inventou o catolicismo politeísta.
Neste sábado, ela decidiu refletir sobre o
Dia das Crianças. E saiu isto aqui. Volto em seguida.
Voltei
Cheguei a achar que era uma montagem. Não era, não! A fala está lá, no site do Planalto. Transcrevo o trecho inteiro:
Cheguei a achar que era uma montagem. Não era, não! A fala está lá, no site do Planalto. Transcrevo o trecho inteiro:
“Eu, primeiro, queria dirigir um
cumprimento aqui aos nossos prefeitos e às nossas prefeitas, e dizer que muito
me honra a presença deles aqui hoje. E, em especial, uma vez que eu estou aqui
nesta cidade tão querida que é Porto Alegre, cumprimentar o nosso prefeito
Fortunati e a querida, a primeira-dama Regina Becker. Principalmente
porque, se hoje é o Dia das Crianças, ontem eu disse que criança… o dia da
criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais.
Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um
cachorro atrás, o que é algo muito importante.”
Não sei se me encanto mais com o dom do
pensamento ou com o da sintaxe. Marina tem de lembrar a Dilma que arte de falar
coisas sem nexo e parecer profunda requer anos de treinamento. Não se aprende assim, do dia para a noite.
***
PS: Necessitamos de aprimorar nossos conhecimentos esotéricos para imaginar que atrás de uma criança há sempre um "cachorro oculto". Enfim tudo é muito importante e profundo... MOVCC
Um comentário:
Nem Lula, que era filho de uma mãe que nasceu analfabeta, falaria tal sandice.
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