O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse nesta
quinta-feira (14), em entrevista exclusiva à Jovem Pan, que os
mandados de prisão do ex-ministro José Dirceu e dos principais envolvidos
no esquema de corrupção que marcou o governo Lula devem ser expedidos ainda
hoje.
“Eu tenho
a impressão de que hoje já devem ser expedidos os mandados de prisão. Isso vai
depender do presidente, mas pela decisão de ontem a execução das penas já
começa hoje”, explicou.
Após
sete horas de julgamento, o Supremo decidiu nesta quarta-feira que condenados
da Ação Penal 470, o processo do mensalão, terão as penas decretadas
imediatamente. A decisão foi tomada após os ministros rejeitarem os segundos
embargos de declaração apresentados pelos condenados. Políticos como José
Dirceu, José Genoíno, Waldemar Costa Neto e Marcos Valério deverão, no mínimo,
dormir na cadeia.
“Eu acho
que todos querem ver o fim de um processo criminal (...) É preciso encaminhar
para o fim. Esse processo estava caminhando em círculos. Toda hora tínhamos um
novo tropeço. Imagino que foi cumprindo o objetivo previsto até na própria
Constituição”, ressaltou.
Gilmar
Mendes explicou que o Tribunal também entendeu na sessão de ontem que os
embargos infringentes (recursos ao qual têm direito 12 réus que obtiveram pelo
menos quatro votos favoráveis nas condenações) tem efeito suspensivo apenas na
parte embargada (formação de quadrilha). Por isso, os condenados poderão ser
presos imediatamente pela condenação dos demais crimes cometidos.
Mendes
chegou a classificar de manipulação que "beira o ridículo" as
manobras para atrasar a execução das penas. “A retomada desse julgamento já foi
muito difícil, vários incidentes e pressões. Ficavam discutindo a data mais
adequada, depois tivemos um alongamento indevido do julgamento que levou a
saída dos ministros Belluzo e Ayres Britto do Tribunal - impossibilitando
que eles participassem do julgamento - depois tivemos as discussões dos
embargos. É preciso por fim nisso”, desabafou Mendes.
O
ministro destacou ainda que a decisão do Supremo não se trata de nenhum modelo
de vingança. Para ele, "trata-se apenas de fazer a devida aplicação do
processo legal”. Nesta quinta-feira, o STF decidirá como será a execução das
penas dos condenados no mensalão.
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