O juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara de Execuções
Penais de Brasília, se esforça para eliminar o apartheid na penitenciária da Papuda. Faz o que
pode para integrar os presos do mensalão à população carcerária.
Em
despacho datado desta sexta-feira (6), o magistrado proibiu que a turma do ‘Papuda Village’
receba visita em dias e horários distintos dos que são oferecidos aos amigos e
familiares dos habitantes daquela outra Papuda, a infernal.
Na semana passada, a Vara de Execuções Penais já havia
determinado que os presos das duas Papudas tivessem “tratamento igualitário”,
como manda a Constituição. Porém, o Ministério Público notificou o desrespeito
à ordem.
Na Papuda infernal, as visitas ocorrem às quartas e
quintas. Formam-se defronte da cadeia, desde a madrugada, enormes filas. Só
entra quem estiver previamente cadastrado e adequadamente vestido. A revista é
rigorosa.
No Papuda Village, a visitação vinha
ocorrendo às sextas-feiras. Não há fila nem cadastramento prévio. Revista?
Deixa disso, companheiro! O juiz pede respeito ao “princípio constitucional da
igualdade.”
No futuro, as cadeias brasileiras talvez sejam
classificadas de acordo com as facilidades que oferecem. Prisões com piscina,
sauna e suítes de luxo terão a cotação de cinco estrelas. Por ora, o que há é o
mármore do inferno.
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