Folha de São Paulo
“Sem religião, a ciência é manca; sem ciência, a
religião é cega.” A frase, caso você não saiba, é de autoria do físico alemão
Albert Einstein (1879-1955), e as pessoas adoram usá-la para 1)mostrar como o
pai da teoria da relatividade defendia a conciliação e o meio-termo entre
visões científicas e religiosas do mundo e 2)usar a suposta crença de Einstein
em Deus como a arma definitiva contra cientistas ateus radicais. A verdadeira
visão do mais famoso gênio do século 20 sobre o tema, porém, é bem mais complicada.
De origem judaica, Einstein nem chegou a fazer o
bar-mitzvah, a iniciação social e religiosa pela qual todo adolescente judeu
deveria passar, lendo trechos das Escrituras na sinagoga ao completar 13 anos.
Mais ou menos nessa idade, vivenciou uma breve fase de fervor religioso,
estudando hebraico bíblico e tudo o mais. Mas passou rapidinho, e ele passou o
resto da vida sem praticar os rituais do judaísmo.
Deixemos que o próprio Einstein explique, afinal de
contas, qual sua visão sobre a existência/inexistência de Deus:
“Não posso provar para você que não existe um Deus
pessoal, mas, se eu fosse falar dele, seria um mentiroso. Não acredito no Deus
da teologia, que recompensa o bem e pune o mal. Meu Deus criou as leis que
resolvem esse problema. O Universo dele não é regido por nossos pensamentos e
desejos, mas por leis imutáveis.”
Ao mesmo tempo, Einstein se dizia um sujeito
extremamente religioso — mas no sentido de que era tomado por um “sentimento
religioso cósmico”, que ele comparava ao pensamento de São Francisco de Assis
(erradamente, desconfio) e do filósofo judeu holandês Baruch Spinoza
(1632-1677). O indivíduo que adota essa perspectiva, diz Einstein, “sente a
futilidade dos desejos e objetivos humanos e a sublimidade e maravilhosa ordem
que se revelam tanto na natureza quanto no mundo do pensamento”, chegando ao
desejo de “experimentar o Universo como um todo único e significativo”. Esse
estado de espírito seria a “evolução” máxima das religiões primitivas, desde
que se permitisse que a ciência “purificasse o impulso religioso do peso de seu
antropomorfismo”, ou seja, da tentação de enxergar o divino com características
humanas.
Com base nessa visão, Einstein chegou até a afirmar,
de modo aparentemente paradoxal: “Se você reza e pede benefícios a Deus, não é
um homem religioso”.
E AQUELE PAPO DOS DADOS?
É verdade que, muitas vezes, o físico curtia fazer
referências misteriosas e com ar profético a Deus que podiam ser mal
interpretadas. O que será que ele queria dizer com frases como “Deus não joga
dados”, “Sutil é o Senhor, mas malicioso ele não é” ou, pior ainda, “Quero
saber como Deus criou este mundo. Não estou interessado neste ou naquele
fenômeno, no espectro deste ou daquele momento. Quero
conhecer os pensamentos divinos, o resto é detalhe”?
Metáforas e mais metáforas, no fim das contas.
Explicando o clássico “Sutil é o Senhor”, eis o que ele disse: “A natureza
esconde seus segredos por causa de sua elevação essencial, mas por meio de
ardis”. Ou então: “O que realmente me interessa é saber se Deus poderia ter
criado o mundo de um jeito diferente; em outras palavras, se a exigência da
simplicidade lógica admite alguma margem de liberdade”.
No fundo, para Einstein, Deus não criou a lei e a
harmonia do Universo, ele É esse conjunto de leis — uma posição que talvez
possa ser classificada como panteísmo, não muito
diferente da do nosso amigo Giordano Bruno.
É claro que nada disso deveria influir na decisão de
cada pessoa de acreditar ou desacreditar em Deus. Apoiar-se numa suposta crença
ou descrença de Einstein não passa de argumento de autoridade — basicamente o
pior tipo de argumento que se pode usar para defender qualquer coisa.
4 comentários:
Certa feita perguntaram ao Lula se ele acreditava em Deus.
E ele, em um momento de extrema humildade, respondeu:
'É craro que sim! Si eu num acriditá ni mim... eu vô acriditá ni quem?!'
Percebam que o gênio respeita e não contesta de forma alguma o Criador e as leis que regem o universo. Já o bebaço chegou até a reclamar pelo fato da Terra ser redonda, dizendo que se ela fosse quadrada ou retangular seria bem menos poluente.
"Lula e as Sete Maravilhas do Mundo Moderno"
'Quando a cumpanhêra Marta Supricy era ministra do Turismo, e começô com aquela coisa di colocá Cristo Redentô como uma das seti maravilha do mundo moderno, eu fiz questão abisuluta di não mi involvê. Fiz isso só pra dipois não falarim qui eu tava querendu de alguma forma binificiá meu garoto'.
Lula estava com seu egocentrismo tão exageradamente doentio, que dona Marisa resolveu levá-lo a um psiquiatra. Em lá chegando, o médico lhe perguntou:
- Por favor, fale um pouco da sua vida, conte para mim como tudo começou?
- Doutor, se é pra falar desde o começo, aqui vai:
1. No princípio, Eu criei os céus e a terra.
2. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Meu
Espírito pairava sobre as águas.
3. Então eu disse: “Faça-se a luz!” E a luz foi feita. A companheira Marilena Chaui tem múltiplos orgasmos toda vez que eu falo isso.
4. Quando vi que a luz era boa, separei a luz das trevas.
5. Chamei à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia.
Postar um comentário