Tivesse votado melhor antes.” Isso é a verdade, desculpe. A culpa é nossa por essa mixórdia em que estamos mergulhados. Mea culpa. E não adianta culpar o passado, quando deixamos os bandidos tomarem conta de nossa vida.

SEM SAÍDA?

Por Enio Mainardi

O sujeito está moribundo, cheio de tubos, numa cama de hospital, em seus momentos finais. Adianta, nessa hora, você dizer “…eu te avisei, eu te avisei para parar de fumar, 20 anos atrás…e agora você tá aí, morrendo”. Adianta isso? Não, o fato já está consumado. Eu me sinto igual, agora, correndo o risco de ser igualmente inconveniente ao dizer: “Ora, só agora que o Brasil está morrendo que você resolveu reclamar do PT? Tivesse votado melhor antes.” Isso é a verdade, desculpe. A culpa é nossa por essa mixórdia em que estamos mergulhados. Mea culpa. Agora vivemos todos numa espécie de monturo, com caminhões cheios de lixo, em fila, esperando sua vez para jogar tudo em cima de nós. 

O Estadão de hoje, só consegui ler as manchetes, escreveu: O Toffoli, disse que vai “analisar” os fatos, no caso denunciado pelo próprio ex-ministro do STE, Marco Aurélio Melo, que acusou o PT de usar dinheiro do Estado para pagar os advogados que defendem aqueles inocentes mensaleiros que vivem na Papuda. Mais news: o Renan vai fazer a CPI da Petrobrás exclusivamente no Senado. 

Quer dizer, dançou a CPI. Nem quero lembrar mais desses assuntos tenebrosos. Só consigo pensar: como esses canalhas conseguiram tomar conta de tudo? Quantos caminhões de lixo ainda teremos que suportar, silenciosamente? E é precisamente esta a questão. O terrorismo. Explode um carro num mercado qualquer, cheio de gente, por exemplo no Afeganistão, e alguma facção assume: eu fiz isso. Putz, não faz sentido matar gente inocente, civís andando pela rua – só para ganhar a manchete dos órgãos de comunicação afim de defender sua “causa”. Isso parece – e é – inacreditável.

 Mas agora até que dá para entender, aqui no Brasil, como a situação política pode chegar a um ponto exasperante, sem retorno, em que só a violência vira a língua que se faz entender entre os diversos grupos dentro e fora do poder. Começa-se a pensar: o PT passou todos os limites do razoável, estamos por acaso lidando com uma ex-guerrilheira comunista, extremista e um ladrão esperto, contumaz? Indo mais longe: e se surgisse um grupo radical que se decidisse a melar a copa com uma ação de sabotagem, será que conseguiríamos assim, pela comoção, vencê-los pelo voto? Mas…e as urnas eletrônicas?... Será? 

Assim feito ratos, dentro de uma gaiola, vamos chegando a um beco sem saída. Atentados terroristas começam sua dinâmica a partir desse tipo de constatação: “eles só entendem a violência”. Estamos nessa. E não adianta culpar o passado, quando deixamos os bandidos tomarem conta de nossa vida.