Merkel defende envio de armas ao Iraque para combater o Estado Islâmico

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Fonte:  agências internacionais

Paiol reforçado – Primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel invocou os interesses de segurança de seu país ao justificar a decisão de envio armas para os combatentes curdos no Iraque. Em declaração governamental apresentada no Bundestag (câmara baixa do Parlamento), nesta segunda-feira (01), Merkel defendeu a necessidade de conter a milícia terrorista “Estado Islâmico” (EI).
“Quando terroristas subjugam um território, a fim criar um refúgio para si e para seus fanáticos, aí o perigo cresce também para nós”, declarou Merkel, para quem isso poderá resultar na desestabilização de todo o Oriente Médio pelo EI, com possíveis efeitos para a Alemanha e a Europa.
Angela Merkel acusou os fundamentalistas islâmicos do EI de cometerem “atrocidades inconcebíveis” nas últimas semanas. Ela lembrou que, de acordo com dados dos serviços secretos, cerca de 400 milicianos do “Estado Islâmico” possuem passaporte alemão.
“O terror do EI não pode nos deixar impassíveis, por vários motivos”, disse. Segundo a chanceler, é necessário impedir sua expansão e novos genocídios na região.
Ajuda humanitária, apesar de armas
No último sábado (30), o governo alemão anunciou que fornecerá armas no valor de 70 milhões de euros aos combatentes peshmerga no norte do Iraque. O fornecimento inclui 500 mísseis antitanque, 16 mil fuzis e 10 mil granadas de mão, e deverá ocorrer ainda neste mês.
Além disso, soldados curdos serão treinados, na base militar de Hammelburg, para usar os sistemas de armas. Por outro lado, Berlim descarta categoricamente o envio de tropas de combate. Paralelamente, as verbas para ajuda humanitária à região foram elevadas para 50 milhões de euros.
“Há a ameaça de uma catástrofe humanitária”, advertiu Merkel no Bundestag, acrescentando que, apesar do apoio armamentista, para Berlim, a assistência humanitária continua em primeiro plano.
De acordo com a premiê, seu governo se viu entre duas alternativas: evitar os riscos, aceitando o alastramento do terrorismo, ou aplacar o sofrimento imenso dos iraquianos. Ela também não exclui que refugiados da região sejam acolhidos na Alemanha.
Atualmente, cerca de 1,2 milhão de pessoas estão em fuga dos fundamentalistas do EI no norte iraquiano. Sua violência se dirige em especial contra a comunidade etnorreligiosa curda dos yazidis, mas também contra cristãos e outras minorias. O “Estado Islâmico” é combatido tanto pelas tropas peshmerga quanto pelo Exército do Iraque.

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