Na
entrevista publicada pela Folha nesta
quarta-feira, Márcio Thomaz Bastos enfim enxergou nuvens escuras no que sempre
descreveu como céu de brigadeiro: muitos mensaleiros não escaparão da
condenação. Mas ninguém será preso antes de 2013, garante. Pelas contas do
chefe dos bacharéis do mensalão, só no ano que vem ficará pronto o acórdão,
como foi batizado em juridiquês o documento que resume os votos dos ministros e
oficializa as penas aplicadas aos réus pelo Supremo Tribunal Federal.
A coisa não termina
aí, anima-se: “Mesmo depois do acórdão publicado, existem embargos que impedem
que o acórdão transite em julgado. Então, se houver mandado de prisão, ele será
expedido quando a sentença transitar em julgado”. O palavrório empobrecido por
redundâncias termina com uma má notícia: “Estou adiando a aposentadoria por
conta disso”. Aos 77 anos, o especialista em livrar do castigo até assassinos
confessos está ansioso por acionar a usina de recursos, petições e outros
truques chicaneiros forjados para retardar ou impedir o cumprimento da lei.
Ao
longo da entrevista, o ex-ministro não usa uma única vez as palavrasinocente, inocência, culpa, culpado ou mensalão. Como
registra ocomentário de 1 minuto para o site de
VEJA, God Bastos e seus devotos revogaram o compromisso
com a Justiça para comprometer-se exclusivamente com a impunidade dos clientes.
E transformaram o diploma de advogado em licença para torturar os fatos e
assassinar a verdade.
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