O
Estado de S.Paulo
O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, começará a leitura do
seu voto na sessão desta quinta-feira, 16. Com 1 mil páginas, o documento que
trará sua decisão sobre o futuro dos 37 réus deve levar ao menos três sessões
para ser lido. A sessão desta quinta começa às 14h e será transmitida pela TV
Estadão.
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Na sessão dessa quarta-feira, 15, os
ministros do STF anularam a ação contra
um dos 38 réus, o
empresário Carlos Alberto Quaglia, dono da corretora Natimar, acusada pelo
Ministério Público Federal de ser usada para repassar recursos para integrantes
do PP votarem a favor de projetos do governo Lula no Congresso. O STF
reconheceu que houve erro no processo e o caso será remetido à Justiça de
primeira instância para ser refeito.
Havia expectativa de que o voto de Joaquim Barbosa começasse a ser lido
nessa quarta, mas a Corte optou por concluir questões levantadas pelos
advogados durante as defesas dos envolvidos no processo.
Sob o argumento de organizar a votação dos crimes atribuídos aos réus,
Barbosa deve propor que os casos sejam analisados por núcleos, da mesma maneira
que a Procuradoria-Geral da República repartiu sua denúncia. Ou seja, primeiro
seriam analisados os casos do núcleo político - que inclui José Dirceu, José
Genoino e Delúbio Soares -, depois, o núcleo operacional - comandado por Marcos
Valério -, e assim por diante.
A proposta deve sofrer resistência porque pode atrasar ainda mais a
conclusão do julgamento - haveria, na prática, "minijulgamentos" para
cada núcleo. O ministro Cesar Peluzo, que se aposenta compulsoriamente no dia 3
de setembro ao completar 70 anos, poderá ficar sem julgar todos os acusados de
integrar o suposto esquema de compra de votos no Congresso durante o governo
Lula. Por outro lado, teria a chance de anunciar sua decisão sobre figuras
centrais do escândalo, como Dirceu - Peluso é considerado um magistrado
"linha-dura".
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