Vizinhos aliados das FARC

Por Alejandro Reyes Posada - colunista do "El Tiempo"

As forças colombianas mataram Raúl Reyes num acampamento em território equatoriano. Se as relações entre Colômbia e seus vizinhos fossem normais e eles estivessem dispostos a apoiá-la na recuperação da sua segurança interna, o episódio não teria maiores conseqüências. Mas a Colômbia não está em situação normal nem seus vizinhos estão dispostos a permitir que ela ganhe a guerra.

A Colômbia não está em situação normal porque trava um conflito com a guerrilha mais antiga e experiente da América e ao mesmo tempo luta para se livrar do tráfico. E a insurgência e o narcotráfico transbordaram para fora das fronteiras e encontram santuário em Venezuela e Equador, onde há governos que se declaram revolucionários, e que, portanto, consideram as Farc como seus aliados.

Chávez e Correa já disseram que seus países não têm fronteiras com a Colômbia, mas com as Farc. E têm razão, porque as Farc exercem domínio armado e controlam corredores que penetram em seus territórios, protegidos por suas Forças Armadas. Estabeleceram relações com elas através de Raúl Reyes, e no mais alto nível: na Venezuela, com Chávez e seu ministro Rodríguez Chacín; e no Equador, com Rafael Correa e seu ministro da Defesa, Larrea. Essas relações incluem um pacto de proteção diplomática que parte do reconhecimento da beligerância e termina com a defesa dos guerrilheiros nos seus territórios.

A Colômbia não se limita ao sul com o Equador, mas com as Farc, e por isso a incursão não foi uma violação do Equador, mas do santuário das Farc no território equatoriano. O protesto de Chávez e Correa pela morte de Reyes é a reação de aliados quando cai um amigo por uma falha no compromisso de protegê-los. E explica que a mobilização de tropas de Chávez e Correa não seja dirigida a San Antonio e Tulcán, diante de Cúcuta e Ipiales, as áreas mais povoadas da Colômbia em suas fronteiras, mas a Arauca e Putumayo, regiões mais ocupadas pelas Farc. A mobilização não tem como propósito atacar a Colômbia, mas defender as Farc de futuros ataques das forças colombianas a seus santuários.

A Colômbia deve entender que a internacionalização das Farc mina sua chance de ganhar a guerra interna, pois seu inimigo se aliou a vizinhos que agora consideram as Farc representantes do povo colombiano e desconhecem a legitimidade do governo. A Colômbia tem direito a que seus vizinhos respeitem o mandato democrático conferido a Uribe, que foi o de ganhar a guerra contra as Farc.


O DESMASCARAMENTO -
A operação militar colombiana, em território equatoriano, a poucos metros de sua fronteira, permite ver o que os olhos espessos da ideologia esquerdizante reinante impedem de enxergar: a colaboração estreita entre as FARC e os governos de Chávez (Venezuela) e de Rafael Corrêa (Equador). Por Denis Rosenfield

Mais do que a violação de um país vizinho pelas Forças Armadas colombianas, trata-se de uma ingerência da Venezuela e do Equador nos assuntos internos da Colômbia, por intermédio de apoio financeiro, logístico, territorial e armamentista às FARC.

A recente libertação de reféns mostra a criminalidade, particularmente bárbara, deste grupo, hoje especializado no narcotráfico e nos seqüestros, mantendo os seus reféns sob condições subhumanas. Pessoas são lá fuziladas ou morrem lentamente pelos mais variados tipos de doenças tropicais, além de serem obrigadas a dormir acorrentadas em árvores. Nem bichos são hoje tratados desta maneira. É um evidente contra senso, como alguns ensaiaram, apoiar a "causa social" dos narco-guerrilheiros, como se se inscrevesse numa doutrina dos direitos humanos.

Neste caso, caberia a pergunta: e a humanidade dos seqüestrados? Não esqueçamos que até recentemente as FARC eram apoiadas pelo PT e pelos movimentos sociais. Chávez e Fidel Castro são ainda considerados ídolos, "companheiros" da melhor estirpe. Jornal do Comércio - Matéria completa
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NÃO SE BRINCA COM FOGO
O Brasil foi arrastado para a teia armada por Chávez desde o frustrado resgate do menino Emanoel, que não estava em poder da guerrilha -
Por Luiz Carlos Azedo

A diplomacia brasileira — tanto a oficial do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, como a oficiosa, do assessor especial Marco Aurélio Garcia — brinca com fogo. No sentido estrito da guerra irregular, a praga das fronteiras quentes do mundo globalizado. É fácil ser contaminado por ela, que não respeita os marcos territoriais. O difícil é conseguir cair fora da confusão depois que começa. Por isso, o governo deve evitar que a selva brasileira também vire um refúgio para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). É preciso manter distância do conflito e guarnecer a Amazônia, ao invés de tomar partido de um dos lados, em razão da mal-disfarçada simpatia pela guerrilha colombiana.

A LINHA CUBANA
De onde vem essa simpatia do Palácio do Planalto por guerrilheiros das Farc.

Vem da I Conferência da Organização de Solidariedade aos Povos da América Latina, realizada em Havana, em 1967, por sugestão do então deputado Salvador Allende a Fidel Castro. Participaram delegados da Colômbia, Guatemala, Guiana, México, Peru, Uruguai e Venezuela e três brasileiros: o sindicalista Aluisio Palhano Pedreira Ferreira, que mais tarde seria militante da Vanguarda Popular Revolucionária; o ex-dirigente do PCB Carlos Marighela, que mais tarde fundou a Aliança Libertadora Nacional; e o líder da Ação Popular, Herbert José de Souza, o “Betinho”.

Os setores de esquerda que dela participaram resolveram pegar em armas contra os regimes militares do Continente, no contexto da guerra fria. Com apoio de Cuba, adotou-se uma estratégia de “luta revolucionária antiimperialista”, face à “intervenção político-militar e à penetração econômica e ideológica” dos Estados Unidos na América Latina. No Brasil, foram formadas várias organizações guerrilheiras. Não tinham nenhuma possibilidade de êxito militar. O resultado de suas ações foi o endurecimento do regime militar e a violenta repressão à oposição.

A política cubana em relação à luta armada no Brasil somente se modificou após a independência de Angola, quando as posições do presidente Ernesto Geisel e de Fidel Castro convergiram em relação àquele país. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer o governo de Agostinho Neto. As tropas cubanas desembarcaram em Luanda e expulsaram o exército sul-africano que havia invadido o território angolano. As relações diplomáticas entre o Brasil e Cuba, porém, só foram restabelecidas no governo Sarney, em 1986.

GUERRA IRREGULAR
O Foro de São Paulo, fundado em 1990 pelo Partido dos Trabalhadores, reuniu todas as organizações remanescentes da Olas e seus velhos militantes, num contexto muito diferente. Com a dèbâcle do leste europeu, a guerra fria acabou. Em seu lugar, globalização e neoliberalismo. Os guerrilheiros da Nicarágua, El Salvador e Guatemala abandonaram as armas. Ex-motoneros e ex-tupamaros se integraram à luta democrática na Argentina e no Uruguai. Restou apenas a guerrilha da Colômbia, cuja fonte de financiamento passou a ser o narcotráfico e os seqüestros. A eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, mostrou que era possível “uma saída democrática para a esquerda na América Latina”.

Esse “aggiornamento” da esquerda latino-americana, porém, esbarrou na resistência de Fidel Castro e nas ambições bolivarianas do presidente venezuelano Hugo Chávez, que subordinou o avanço democrático do continente ao resgate das velhas bandeiras nacional-libertadoras. Evo Morales, na Bolívia, e Rafael Correa, no Equador, ambos também fundadores do Fórum de São Paulo, enveredaram pelo mesmo caminho.

Quem primeiro deu o alerta de que o Brasil precisava ficar mais atento aos riscos da política bolivariana de Chávez foi o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), aliado de primeira hora de Lula, que conhece os ossos do ofício. O veterano senador denunciou as intenções belicosas do presidente venezuelano no final do ano passado. Na segunda-feira, voltou à tribuna para afirmar que nosso vizinho já não esconde a intenção de ir à guerra contra a Colômbia e mobilizar o apoio do Equador e da Bolívia. Chávez quer depor o governo de Álvaro Uribe e, em seu lugar, pôr os líderes da Farc. Seu problema é que a maioria dos colombianos apóia Uribe, bem com os Estados Unidos.

O Brasil foi arrastado para a teia armada por Chávez desde o frustrado resgate do menino Emanoel, que não estava em poder da guerrilha, mas num pensionato de crianças de Caracas. Protagonizado pelo assessor especial Marco Aurélio Garcia, o episódio revelou a simpatia do governo brasileiro pelas FARC e uma certa ingenuidade em relação ao conflito colombiano. A Venezuela e o Equador apóiam uma guerra irregular na selva amazônica. Uma guerra irregular, por exemplo, é a que ocorre no Líbano, com apoio da Síria. Ou na Caxemira da Índia, com apoio do Paquistão. Correio Braziliense

2 comentários:

Anônimo disse...

Viriato

Esses merdas: na verdade ratos vestidos de homens brincam com fogo...
Pensam que esses "traques" que têm assustam a quem tem realmente poder de fogo...
Mas até os ratos de verdade têm medo do perigo! Esses merdas brincam!

Unknown disse...

olá gostaria desaber como posso me aliar aesta organização, tenho 25 anos ..codinome: cerrati, estou pronto para a revolução politica...meu maior desejo é fazer jústiça, se for com as proprias mãos que seja...grato desde já
igualdade para todos companheiros!!!
contato brunobelmont25@hotmail.com