‘Ad aeternum’ – Por Olavo de Carvalho

Ao longo dos tempos, a militância socialista usou de dois meios preferenciais de luta, juntos ou alternados: o assassinato e o roubo, ou, mais genericamente, a crueldade e o embuste. A primeira fez as glórias da esquerda cubana, o segundo as da brasileira.

Nenhum governo da América Latina pôde jamais competir com o de Fidel Castro em brutalidade, nem com o de Lula em safadeza. O primeiro ficou no poder por quarenta anos enviando 100 mil cubanos ao outro mundo e mais 100 mil para a cadeia. O segundo mantém-se no alto das pesquisas conservando fora da cadeia todos os que deveriam estar nela – uma longa lista que começa nos ministros que falsificam documentos para legitimar a fragmentação do território nacional, passa pelos familiares do presidente transfigurados em milionários da noite para o dia e culmina nos terroristas estrangeiros aos quais o partido do senhor presidente prometeu e jamais negou solidariedade.

Em qualquer democracia normal, um só dos crimes desse governo – o laudo falso em prol da doação de Roraima, por exemplo – bastaria para levar o presidente ao impeachment e seus assessores ao cárcere. Aqui, centenas desses episódios acumulados provocam, no máximo, uns resmungos preguiçosos, umas gesticulações de vago descontentamento, umas simulações pusilânimes de protesto cívico e, coroando tudo, a firme decisão de não fazer nada.

Nada? Estou sendo injusto. As elites falantes dêfte paíf fazem alguma coisa, e até uma coisa revolucionária, inédita: chamam de "normalidade institucional" o direito concedido a uma agremiação partidária de roubar o quanto queira, de distribuir a seus cúmplices estrangeiros o patrimônio nacional, de tratar como parceiros e amigos os terroristas que armam e adestram os quadrilheiros locais para que espalhem o terror nas ruas, de destruir a cultura nacional no altar da propaganda comunista e do mais vulgar show business politicamente conveniente, de abafar investigações e censurar notícias, de usar a burocracia estatal como secretaria do partido, de ofender toda semana os sentimentos morais e religiosos da população, de gastar dinheiro público numa orgia carnavalesca onde a esposa de um ministro se esfrega despudoradamente num governador e respectiva digníssima, etc.

Cada um desses episódios daria um livro, como o mensalão deu O Chefe, de Ivo Patarra (www.escandalodomensalao.com.br). Todos juntos formariam uma enciclopédia da patifaria como jamais se viu no mundo. Mas como se convencionou que a soma desses descalabros constitui a "normalidade institucional", toda alternativa ao presente estado de coisas parece medonha ameaça de golpe, hipótese que inspira um sacrossanto horror e conduz inevitavelmente à conclusão de que o lulismo é uma fatalidade cósmica inelutável: ruim com ele, pior sem ele. E assim vão se passando os dias, o chefe cada vez mais poderoso, os políticos " de oposição" cada vez mais colaboracionistas, a elite cada vez mais acanalhada e subserviente, a "sociedade civil" cada vez mais atrelada às ONGs esquerdistas bilionárias, a vontade popular cada vez mais débil, mais fácil de desviar contra alvos fictícios e bodes expiatórios, entre os quais ela própria.

O senhor Lula diz que ele e José Serra inauguraram um novo modo de fazer política. É verdade, com a ressalva de que ele não falava de duas pessoas, mas de dois partidos, gêmeos nascidos do ventre da USP. E esse novo modo consiste no seguinte acordo: nós dois vamos à ONU, pegamos cada um uma cópia do receituário globalista para a destruição das soberanias nacionais e da civilização judaico-cristã e o aplicamos no Brasil à risca, mas fazendo de conta que seguimos duas políticas diferentes e trocando uns tapinhas de vez em quando. Como prêmio, a mídia internacional dirá que somos maravilhosos e exibirá ao mundo nossa alternância no governo como prova de maturidade democrática. Os brasileiros, idiotas, dirão que é "normalidade institucional" e, temendo rompê-la, nos manterão no poder ad aeternum. Jornal do Comércio



AS IN(COMPETÊNCIAS) DE CADA UM
O socialismo não passa de uma perigosa e debilitadora idéia vendida à massa dominada, pervertida que foi exatamente por ter sido de alguma forma oprimida. E o resultado dessa dominação é o pegajoso lodo plebeu que tudo envolve, invade e abala.

O Lula da Silva, por exemplo, um homúnculo medíocre de alma estreita que domina meia-dúzia de palavras, e sequer conseguiu construir uma só ponte ou um hospital que fosse durante seu desgoverno corrupto, e, no entanto, ele consegue encantar os desdentados do Brasil com seu besteirol.

Mas, porque eles se encantam com Lula, quando são eles próprios as maiores vítimas desse fracasso retumbante de governo? Simples: Porque Lula sabe como ninguém fazer germinar o ódio entre as classes mais desfavorecidas. Ele usa o discurso do ressentimento - aquele, que costuma atribuir todas as desgraças da sua vida aos outros. É quando o sentimento melindrado do rebanho, a expressão coletiva do ordinário e do baixo, volta-se então contra aquele que se destaca, acusando-o de não ter fracassado e sucumbido na vida como os demais. 

Lula é um anão perigoso e pervertido, que diariamente nos oferece provas do quanto nós, cidadãos de bem, somos todos jurídica, moral e fisicamente supérfluos. Basta ver como os crimes de seu governo são investigados no Congresso que passa o ano inteiro entretido com CPIs que nunca chegam a lugar algum.

Foi assim mesmo, com um discurso cínico para os pobres e fundamentalmente com uma oposição fraca, covarde e pálida, que Hugo Chávez chegou aonde chegou, e que a Venezuela está onde está. O grande “mérito” de Chávez ter alcançado o Poder deve-se à oposição daquele país. E, pelo visto, nossa “oposição” por aqui, também está empenhada em conquistar o mesmo título para si. Por Gabriela/Gaúcho

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