O Jornal da Globo exibiu uma reportagem especial sobre a questão indígena em Roraima, na região da reserva Raposa Serra do Sol. Riquezas minerais, terras férteis e fronteiras nacionais explicam uma parte do conflito pela demarcação de terras indígenas em Roraima. Mas mesmo que o supremo consiga resolver a questão, o caso da reserva Raposa Serra do sol comprova que há problemas muito mais abrangentes em jogo.
A exploração das riquezas também está nos planos do CIR, o Conselho Indígena de Roraima, que exige a saída de todos os não índios dali. Desde 2003, a maior ONG ambientalista do mundo, a The Nature Conservancy, que recebe dinheiro dos governos dos Estados Unidos, Reino Unido e França financia o CIR em projetos para identificar áreas de agricultura, pecuária e até de mineração - atividade ainda não aprovada por lei.
Para assistir a segunda parte do Especial – clique aqui
Para assistir a primeira parte da reportagem – clique aqui
A exploração das riquezas também está nos planos do CIR, o Conselho Indígena de Roraima, que exige a saída de todos os não índios dali. Desde 2003, a maior ONG ambientalista do mundo, a The Nature Conservancy, que recebe dinheiro dos governos dos Estados Unidos, Reino Unido e França financia o CIR em projetos para identificar áreas de agricultura, pecuária e até de mineração - atividade ainda não aprovada por lei.
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GENERAL HELENO NÃO É VOZ ISOLADA, AFIRMA ALMIRANTE
O chefe do Estado Maior de Defesa, almirante-de-esquadra Marcos Martins Torres, afirmou que o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, não é o único nas Forças Armadas em suas críticas à demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol (RR).
Indagado especificamente se Heleno era uma "voz isolada", Torres respondeu "não", enfaticamente, mas evitou fazer comentários sobre as observações do general -ele causou polêmica ao classificar a demarcação contínua da reserva como ameaça à soberania nacional.
Após anos de impasse, a demarcação foi decidida pelo governo Lula após laudos técnicos da FUNAI demonstrarem a necessidade do terreno para a sobrevivência da etnia macuxi. A reserva possui área de cerca de 1,68 milhão de hectares e faz fronteira com a Guiana, o que incomoda os militares. Além disso, a savana da região é propícia à plantação de cereais, o que levou arrozeiros a se instalarem na área.
O Supremo Tribunal Federal já recebeu ao menos 33 ações que contestam a demarcação contínua da terra, mas não decidiu sobre o caso.
A proximidade da fronteira gera apreensão entre militares, que temem um encrave entre os países, sem soberania efetiva do Brasil. Segundo a Constituição, as terras indígenas são da União, com usufruto dos índios.
Ontem, o chefe do Estado Maior de Defesa indicou que a questão da soberania não causa preocupação. "Acho que todo mundo ali é brasileiro", disse, em entrevista ao lado do comandante do Comando Sul dos EUA, James Stavridis.
Mas o brasileiro não quis se estender às críticas e disse que não era hora de comentar sobre a demarcação porque o caso está sob análise do Judiciário.
Ele concedeu entrevista após o encerramento da 4ª Conferência de Defesa do Cone Sul. Questionado sobre a repercussão das críticas do general Heleno, tergiversou. "Não sei, não sei. Ele colocou, eu não estava lá na palestra, soube no dia seguinte." Por Iuri Dantas – Da sucursal de Brasília - Folha de São Paulo
Indagado especificamente se Heleno era uma "voz isolada", Torres respondeu "não", enfaticamente, mas evitou fazer comentários sobre as observações do general -ele causou polêmica ao classificar a demarcação contínua da reserva como ameaça à soberania nacional.
Após anos de impasse, a demarcação foi decidida pelo governo Lula após laudos técnicos da FUNAI demonstrarem a necessidade do terreno para a sobrevivência da etnia macuxi. A reserva possui área de cerca de 1,68 milhão de hectares e faz fronteira com a Guiana, o que incomoda os militares. Além disso, a savana da região é propícia à plantação de cereais, o que levou arrozeiros a se instalarem na área.
O Supremo Tribunal Federal já recebeu ao menos 33 ações que contestam a demarcação contínua da terra, mas não decidiu sobre o caso.
A proximidade da fronteira gera apreensão entre militares, que temem um encrave entre os países, sem soberania efetiva do Brasil. Segundo a Constituição, as terras indígenas são da União, com usufruto dos índios.
Ontem, o chefe do Estado Maior de Defesa indicou que a questão da soberania não causa preocupação. "Acho que todo mundo ali é brasileiro", disse, em entrevista ao lado do comandante do Comando Sul dos EUA, James Stavridis.
Mas o brasileiro não quis se estender às críticas e disse que não era hora de comentar sobre a demarcação porque o caso está sob análise do Judiciário.
Ele concedeu entrevista após o encerramento da 4ª Conferência de Defesa do Cone Sul. Questionado sobre a repercussão das críticas do general Heleno, tergiversou. "Não sei, não sei. Ele colocou, eu não estava lá na palestra, soube no dia seguinte." Por Iuri Dantas – Da sucursal de Brasília - Folha de São Paulo
As declarações do Tarso Genro, de que os rizicultores de Roraima são terroristas, provocou reações na categoria. A arrozeira Regina Barili está elaborando um documento detalhado sobre os últimos conflitos registrados durante o bloqueio da estrada transarrozeira por índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR), a fim de encaminhá-lo ao ministro e mostrar que os rizicultores “são trabalhadores, e não bandidos”. Por Andrezza Trajano
As declarações de Genro foram feitas na quarta-feira, durante audiência pública na Câmara Federal, promovida pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, que discutiu a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol de forma contínua. O adjetivo de “terrorista” provocou indignação nos rizicultores.
Regina Barili é proprietária há 14 anos da fazenda Tatu que possui mais de 9 mil hectares, na terra indígena Raposa Serra do Sol. Lá eles cultivam 1.500 toneladas de arroz irrigado em uma área de até 1.800 hectares. - “A briga é porque cultivamos em uma área privilegiada. Plantamos e colhemos o ano inteiro. Compramos a nossa terra, pagamos os nossos impostos, não somos terroristas não”, frisou Regina.
Ela ainda acrescentou que vai pedir uma indenização da União pelas perdas que teve durante os 10 dias de bloqueio feito pelas indígenas na RR-319, conhecida como transarrozeira. “Estou com dois caminhões parados, porque quebraram aos passar nas lombadas feitas pelos indígenas. Também tivemos parte da safra perdida, totalizando um prejuízo de mais de R$ 100 mil. Alguém precisa se responsabilizar por isso”- reivindicou.
Com a mesma insatisfação, o arrozeiro Nelson Itikawa, proprietário das fazendas Carnaúba e Vizel, dentro da Raposa Serra do Sol, também comentou as declarações do ministro da Justiça. “Terrorismo quem está fazendo é ele [Genro]. Enviou vários policiais para nos tirar do nosso local de trabalho e quer que fiquemos quietos? O povo de Roraima é pacífico, não merece ser tratado assim”, disse Itikawa. Por Andrezza Trajano – Folha de Boa Vista
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