Editorial da Folha de São Paulo
Caso da venda da Varig impõe problemas para o governo, num quadro em que falta credibilidade a acusados e acusadores.
MAL RECUPERADA do pífio desfecho -se é que foi desfecho- do caso do dossiê, a ministra Dilma Rousseff se vê às voltas com novas acusações. Incidem, desta vez, sobre sua interferência pessoal na venda da Varig a um grupo suspeito de não possuir qualificações reais para participar da operação.
O negócio foi firmado em 2006, quando estava no auge a crise da tradicional empresa aérea brasileira. Mas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) notava um empecilho à sua concretização.
Pela lei, uma empresa aérea só pode ter 20% do capital nas mãos de estrangeiros. Do grupo interessado na compra participava um fundo americano de investimentos, além de três sócios brasileiros, sobre o quais pesava a desconfiança de que fossem simples "laranjas" na transação.
Vieram, entretanto, pressões para que a venda se realizasse mesmo assim. Segundo Denise Abreu, diretora da Anac naquele período, a ministra Dilma Rousseff teria considerado "muito difícil" averiguar as condições financeiras dos compradores. Suas declarações de Imposto de Renda não se caracterizavam pela opulência? Ora, é comum no país a prática da sonegação. Faça-se o negócio.
As declarações de Denise Abreu, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", foram contestadas pela ministra, e reiteradas por mais três ex-diretores da Anac.
O negócio, de qualquer modo, se fez, não sem antes surgir em cena uma personagem conhecida. Era o advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, que foi contratado para acelerar o negócio.
As relações entre Lula e Teixeira remontam aos tempos, relativamente mais austeros, em que o líder petista morava numa casa emprestada pelo compadre, enquanto este celebrava contratos suspeitos com prefeituras do PT.
Como se vê, há muito a esclarecer nesse novo caso. Alguns fatores, contudo, tendem a limitar seu potencial de incandescência política, para nada dizer das possibilidades de uma investigação chegar a resultados efetivos.
É bastante escassa a credibilidade da principal voz da acusação. Denise Abreu notabilizou-se por ter tido viagens pagas por empresas aéreas enquanto era diretora do órgão encarregado de controlá-las e pela acusação de ter utilizado um documento sem valor legal para liberar a pista de Congonhas, poucos meses antes do acidente da TAM.
Acresce que a necessidade de pôr fim à crise da Varig era sentida com urgência pelos mais diversos setores da opinião pública. Não havia compradores para a empresa. A pressa do Executivo em resolver o problema não é justificativa para ilegalidades, mas pode não ter no "lobby" a sua única explicação.
Acerto de contas interno, campanha contra as pretensões presidenciais da ministra, caso grave de irregularidade administrativa? Tudo é possível, quando se sabe de que são capazes o PT, o governo Lula, seus companheiros -e, vá lá, os seus compadres.
TARSO DEFENDE DILMA, E DIZ QUE MINISTRA É ALVO
O ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou nesta sexta-feira, no Rio, que as acusações de que a ministra Dilma Roussef teria atuado no caso da Varig só estão sendo feitas porque a ministra virou "alvo político" depois de ter se tornado a coordenadora do governo pelas obras do PAC.
"Eu conheço a ministra Dilma há mais de 30 anos, ela é uma pessoa obsessiva com relação a legalidade, e duvido que ela tenha cometido qualquer ato ilegal com relação a compra da Varig", defendeu Genro. Folha Online – Leia mais aqui
COMENTÁRIO
Coordenar obras do PAC? Isso existe?
O Ministro Tarso Genro podia conhecer a Sra. Dilma há mais de 200 anos. E daí? O Ministro não precisa defendê-la, ela já tem uma ficha corrida, desde o roubo do cofre do ex-governador (falecido) Adhemar de Barros. Dona Dilma seqüestrou o embaixador americano e empunhou arma contra a cabeça do diplomata. E daí? Dona Dilma é obsessiva sim, pela ilegalidade. A ponto de, inclusive, proteger a mulher de um terrorista das FARC, dentro do Planalto. E daí? Qual seria o peso da opinião do Senhor Ministro? Também chegadão nas ilegalidades. Por Gabriela/Gaúcho
AS DUAS MUTRETEIRAS: DILMA E ERENICE
Pressões livraram Varig de dívidas
Relatos de funcionários que participaram das negociações do caso Varig mostram que Erenice Guerra, a secretária executiva da Casa Civil e braço direito da ministra Dilma Rousseff, coordenou várias reuniões para tratar do assunto. Pelo menos seis delas foram dedicadas a tentar contornar um impasse criado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que exigia o repasse da responsabilidade pelo pagamento de dívidas tributárias da empresa - na época calculadas em R$ 2 bilhões - ao novo proprietário.
De acordo com as fontes, Erenice era responsável por buscar soluções para pendências técnicas também na Infraero e no Ministério da Defesa. Sônia Filgueiras e Leonencio Nossa – Matéria completa aqui, no Estado de São Paulo
De acordo com as fontes, Erenice era responsável por buscar soluções para pendências técnicas também na Infraero e no Ministério da Defesa. Sônia Filgueiras e Leonencio Nossa – Matéria completa aqui, no Estado de São Paulo
O LARANJA DA BANCOOP
Depoimento de ex-funcionário da cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, acusada de desviar dinheiro de mutuários para campanhas políticas, complica a situação do presidente do PT, Ricardo Berzoini.
De 1999 a 2005, Hélio Malheiro foi funcionário do Bancoop, a cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ele é irmão de Luís Eduardo Malheiro, ex-presidente da Bancoop que morreu num acidente automobilístico em 2004.
No dia 29 de maio último, Malheiro foi ao Ministério Público Estadual de São Paulo e fez revelações comprometedoras. Ele disse que suas contas bancárias foram usadas para desviar dinheiro da cooperativa para o financiamento ilegal de campanhas do PT. A confissão confirmou suspeita do Ministério Público de que a Bancoop foi usada para arrecadar recursos de caixa 2 do partido, fraudando cerca de três mil mutuários. De acordo com o depoimento de Malheiro, obtido com exclusividade por ISTOÉ, entre as campanhas irrigadas estariam a do deputado Ricardo Berzoini (SP), em 1998, e a do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Revista IstoÉ – Leia matéria completa aqui
De 1999 a 2005, Hélio Malheiro foi funcionário do Bancoop, a cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ele é irmão de Luís Eduardo Malheiro, ex-presidente da Bancoop que morreu num acidente automobilístico em 2004.
No dia 29 de maio último, Malheiro foi ao Ministério Público Estadual de São Paulo e fez revelações comprometedoras. Ele disse que suas contas bancárias foram usadas para desviar dinheiro da cooperativa para o financiamento ilegal de campanhas do PT. A confissão confirmou suspeita do Ministério Público de que a Bancoop foi usada para arrecadar recursos de caixa 2 do partido, fraudando cerca de três mil mutuários. De acordo com o depoimento de Malheiro, obtido com exclusividade por ISTOÉ, entre as campanhas irrigadas estariam a do deputado Ricardo Berzoini (SP), em 1998, e a do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Revista IstoÉ – Leia matéria completa aqui
Um comentário:
à época em que a Varig começava a cambalear,(mais ou menos uns três anos atrás) num debate no Orkut a respeito da questão "Você está a favor ou contra a recuperação da Varig?", lembro que minha resposta foi: depende do 'capo' que está por trás disso; se o '1º' compadre estiver na retaguarda o fim será igual ao da Vasp e Transbrasil, cujos aviões até hoje estão apodrecendo no aeroporto de Cumbica, enquanto os Canhedos & cia. estão com os bolsos abarrotados de dinheiro.
Nem preciso acrescentar que a petralhada caiu matando em cima de mim.
Hoje o esgoto mais uma vez refluiu no ralo do palácio do Planalto, um antro de podridão. E o fétido odor chega a todos os lugares do país.
Vamos precisar de muita creolina, soda cáustica, desinfetante e afins para limpar este país!
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