Justiça mandou soltar, no fim da noite de ontem, os manifestantes presos durante protesto contra o preço dos alimentos e o governo de Yeda Crusius. Um protesto nacional contra multinacionais que produzem alimentos teve tempero extra no Rio Grande do Sul e acabou em confronto entre manifestantes e Brigada Militar na manhã de ontem na Capital.
A manifestação descambou para a violência, com dezenas de feridos e 12 presos. No fim da noite de ontem, a juíza Rosmari Girardi, do Serviço de Plantão Judicial de Porto Alegre, mandou soltá-los. Capitaneado pela Via Campesina, o protesto juntou velhos conhecidos dos gaúchos, como os sem-terra, a personagens novos, caso dos universitários egressos dos movimentos. Eles se uniram em coro contra o governo de Yeda Crusius, abalado por uma crise política. A BM evitou que o grupo chegasse ao Palácio Piratini.
Conforme o responsável pelo Comando de Policiamento da Capital, coronel Jarbas Vanin, com participantes do protesto foram apreendidas centenas de porretes, paus, pedras e simulacros de foices. Pelo menos cinco PMs teriam ficado feridos. Entre os manifestantes, segundo a coordenadora da Via Campesina Magali de Rossi, nove pessoas foram atendidas no Hospital de Pronto Socorro e cerca de outras 30 teriam sofrido ferimentos leves.
Nós, os trouxas, bancamos esses filhotes de cangaceiros
Entre balas de borracha, bombas de gás e pedradas durante os conflitos que assustaram a Capital, um grupo despontava. Eram universitários urbanos, com a face pintada de branco, ostentando bandeiras do MST. As garotas usavam lenços do Movimento das Mulheres Camponesas. Vestidos de preto, com escudos e tocando tambores, eles foram a linha de frente do confronto, colocando-se entre a polícia e as demais camadas do protesto.
Conforme um líder estudantil, cresce o número de jovens universitários integrantes da Juventude da Via Campesina. Eles fogem à regra porque não pertencem à direção de DCEs, como geralmente se via em protestos. Seriam filhos de sem-terra que ingressaram em cursos como História, Ciências Sociais e Direito. Jornal Zero Hora – Leia matéria completa aqui, no Jornal Zero Hora
ATIVISMO TRANSGÊNICO
Verba pública alimenta os atos de depredação e o atraso ideológico de organizações como o MST e a Via Campesina – Editorial da Folha de São Paulo
Treze Estados, 6.900 militantes e o objetivo de deter o desenvolvimento da economia nacional. Marcaram-se pelo mais primário vandalismo as ações articuladas nesta terça-feira pela Via Campesina -entidade que reúne os sem-terra do MST, os atingidos por barragens e ativistas de movimentos urbanos de diversa denominação.
Em tempos passados, a principal bandeira dos sem-terra era a eliminação do latifúndio improdutivo. Ainda que fossem profundamente condenáveis os seus métodos, dada sua ilegalidade e truculência, podia-se ao menos argumentar que se insurgiam contra um clássico fator de arcaísmo na sociedade brasileira.
No Nordeste de 1930, como na América Latina de 50 anos atrás, na Europa feudal ou no Japão há mais de um século, coronéis, "terratenientes", barões e "daimyôs" opuseram indiscutíveis obstáculos à dinamização de suas respectivas sociedades. Por mais duvidosos que tenham sido os resultados de muitas experiências de redistribuição de terras ao longo da história mundial, não era difícil identificar na oligarquia rural um foco de tradicionalismo e resistência à modernização da sociedade.
Inverteu-se radicalmente o quadro nos dias de hoje. O tema do latifúndio improdutivo deixa de constar das reivindicações de movimentos "campesinos" - cuja artificialidade, no Brasil, já se faz sentir pelo próprio nome.
É contra o agronegócio, contra a pesquisa em biotecnologia, contra hidrelétricas e siderúrgicas que se mobilizaram os manifestantes desta terça-feira. Mudas de cana-de-açúcar utilizadas em pesquisas foram destruídas em Pernambuco; uma usina hidrelétrica foi invadida na Bahia; ferrovias da Vale do Rio Doce foram bloqueadas em Minas Gerais e Tocantins; o porto de Pecém (CE) foi ocupado.
Não se trata de colocar acima de questionamento os possíveis impactos ambientais e humanos do agronegócio, da mineração ou da construção de hidrelétricas. Mas o que está em jogo não é a reparação de prejuízos isolados, e sim uma ação em escala nacional, voltada para recriar um sistema de coletivismo neolítico num país que acumula sucessos internacionais na produção de alimentos e matérias-primas.
Arcaicos os objetivos, primitivos os métodos, obscurantista a mentalidade. Só no financiamento e na organização interna os movimentos "campesinos" se distinguem pela sofisticação.
Contam com o aparelhamento de órgãos estatais sob o governo Lula e com as verbas -que com justiça se poderia chamar de transgênicas- oriundas do repasse governamental a sindicalistas e assentados. Recursos em tese dirigidos ao desenvolvimento da agricultura familiar são a fonte dos "dízimos" de que se nutrem essas organizações.
É assim que os impostos gerados pelo progresso industrial e agrícola financiam, com a leniência do governo, os fanáticos do vandalismo, da primariedade e da estagnação.
O pretexto é o de menos. O que importa é que, quando quer, onde quer e como quer - a Via Campesina, representada no Brasil principalmente pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), investe contra uma coleção de alvos que inclui propriedades rurais, centros de pesquisas agronômicas, canteiros de obras, rodovias, ferrovias, hidrelétricas e ainda indústrias e escritórios. Em resumo, contra a ordem econômica e social, substrato da ordem política, como está definida na Constituição de 1988 - que o partido do presidente da República se recusou a assinar. O mote para a sortida predatória, anteontem, em 13 Estados, foi a alta do preço dos alimentos, provocada pelo suspeito de sempre, o modelo agrícola brasileiro, ultimamente em conluio com o também demonizado cultivo de cana para a produção de etanol.
A rigor, é como se houvesse um acordo tácito entre os agressores e o poder público. Eles podem nutrir delírios medievais, mas parecem ser suficientemente espertos para não extrapolar nas suas incursões, praticando crimes contra a pessoa que levantariam tamanha grita a ponto de obrigar o Estado a acabar com a sua consagrada impunidade. Continue lendo a matéria completa aqui.
“FREI” AMEAÇA: VIA CAMPESINA DIZ QUE NÃO VAI DAR TRÉGUA
Não haverá trégua para as multinacionais do sistema agroalimentar, não haverá trégua, elas comprometem a soberania do país, o alimento na mesa do povo brasileiro, nós vamos estar em mobilização permanente - afirmou Frei Sérgio Görgen, integrante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que faz parte da Via Campesina. – Leia matéria completa aqui, no JBOnline - Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário