Nos Estados Unidos pós-11 de setembro e na União Européia o conservadorismo voltou ao poder, quatro décadas depois do emblemático ano de 1968, auge da resistência ao regime militar, em nível nacional, e dos protestos ligados a movimentos de esquerda, em todo o mundo. No Brasil, esse mesmo pensamento murchou. E empobreceu o debate político. Ao menos no que diz respeito à representação partidária, à sua presença dentro do Congresso.
– De repente, ninguém é de direita, todo mundo é ‘centro’ – ironiza o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), ele mesmo um dos raros baluartes da chamada extrema-direita no Parlamento.
Pejorativo
A carga pejorativa sobre a direita em comparação à celebração da esquerda seria, em parte, reflexo da ditadura militar, acredita o deputado. Direita era quem estava a favor do regime autoritário e antidemocrático. Já a esquerda ficou identificada com quem se opôs ao comando implementado pelo golpe de 1964, defendeu os direitos humanos e filosofou sobre programas sociais. Muito embora esse bloco tenha pegado em armas para lutar pela ditadura do proletariado, observa Bolsonaro. – Esse pormenor, entretanto, é esquecido e a idéia que se passa é que os esquerdistas, na época, defendiam a democracia. Nada mais incorreto – reclama o deputado. Por Karla Correia - Matéria completa aqui – no JB Online
ENTREVISTA COM OLAVO DE CARVALHO
"Educar todo mundo não funciona"
Jornalista, escritor, filósofo, editor do site Mídia Sem Máscara, Olavo de Carvalho é uma das poucas vozes na imprensa assumidamente conservadoras. E vê essa mesma "escassez" do pensamento de direita no ambiente político. Para Carvalho, a direita no Brasil não sabe ser oposição e só tem fortalecido os partidos de esquerda ao tentar copiar suas bandeiras históricas. Também tem empobrecido o debate político ao deixar de ocupar espaço no ambiente acadêmico e de pesquisar referências em outros países, onde o conservadorismo tem voltado a ter força. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ao JB. Por Karla da Carvalho – Leia mais aqui no JB Online
COMENTÁRIO
Se houve avanços no nosso Brasil, na indústria, na tecnologia de ponta, na saúde, na ciência, na educação, devemos isto aos homens de direita que sempre estiveram no comando. O declínio começou com as “Diretas já”. O povão que nunca soube votar (e nem saberá, se não for educado), botou toda a quadrilha nas casas legislativas para fazer as leis.
Sobre o passado
Os hospitais públicos foram verdadeiros modelos; quantos intelectuais contam que estudaram em escolas públicas e que elas eram muito melhores que as particulares. A Segurança pública foi merecedora de aplausos. O bandido mais temido na época, era o da "luz Vermelha". E, hoje quais são os mais temidos?
A esquerdalha aproveitando-se dos vãos da desigualdade que ainda prevalecia, começou avançar demonizando tudo que estava seguindo o rumo do acerto e do progresso. Os vagabundos disseminaram o ódio e o rancor entre as classes sociais, e desmoralizaram todos os padrões da ética e da moral.
O Brasil mudou sim, e mudou para pior. Nossa direita, despreparada para lidar com a “escória", encolheu-se diante da delinqüência dos marginais travestidos de políticos. A verdade, é que a nossa oposição se afundou na mais espantosa inépcia. Hoje, ela vive absorta em estado contemplativo do próprio umbigo - aceitando e, quando não, até mesmo conluiando com os desmandos do Lula da Silva.
É uma desgraça ter de engolir o atrevimento do petista quando ele tenta meter no bolso os nossos princípios constitucionais e jurídicos, para impor os seus desmandos. Desgraça maior ainda é ver a nossa oposição amarelada fazendo concessões, como a que vimos no deplorável final da CPI dos Cartões Corporativos.
Infelizmente, pouquíssimos políticos se salvam. E, como são poucos, eles dificilmente conseguirão nos livrar dessa aberração petista. A menos que juntem suas convicções com as "Forças da Direita", de fato. Do lado de cá, estamos nós, os 40 milhões de convictos de que, neste momento, estamos “sem pai nem mãe”. Por Gabriela/Gaúcho
A DIREITA “MOLE”
Por Marcos Pinho de Escobar – Da Alameda Digital
Esquerda, Direita… Nunca é demais recordar que a clivagem esquerda-direita tem origem histórica na Assembléia Constituinte da França revolucionária (1789-1791). Reunida pela primeira vez na sala retangular do Manège, no palácio das Tuileries, os deputados adotaram uma distribuição espacial em função de sua posição relativamente à questão do veto real. À direita do presidente colocaram-se os partidários do veto; à esquerda os seus opositores.
A partir de então as diferentes tendências políticas passaram a agrupar-se segundo esta clivagem inicial. A revolução da liberdade, da igualdade e da fraternidade dava os seus primeiros passos. Mais adiante coube a uma afiada guilhotina definir com precisão cirúrgica a trilogia revolucionária e aplicá-la com decisão ao Trono, ao Altar e aos defensores da Tradição.
Há mais de dois séculos que esta “grande dicotomia”, como lhe chama Bobbio, vem sendo utilizada para classificar as posições ideológicas que habitam o mundo – necessariamente conflituoso – do pensamento e da ação. O fim da Grande Guerra em 1945 levou à criminalização da Direita autêntica, contra-revolucionária, se se quer, enquanto a Esquerda, em todas as suas vertentes, era premiada com garantias de eterna respeitabilidade. Estava aberto o caminho para a criação de uma falsa Direita tolerada pela verdadeira Esquerda.
TRATA-SE DA DIREITA MOLE
A Direita mole é aquela que sucumbiu à Revolução e aceita todos os seus “dogmas”. Da defesa do Trono e do Altar, da Ordem e da Tradição, a Direita mole passa à defesa da República. É a Direita que alinha com a vigarice democrática. É a Direita embevecida com a falsa trilogia liberdade-igualdade-fraternidade. É a Direita encantada com a ditadura da aritmética a substituir a noção da Verdade e do Erro.
É a Direita que colabora direta ou indiretamente com a destruição da Lei Natural. É a Direita para quem os chavões demo-liberais valem mais do que a integridade do corpo nacional. A Direita mole é aquela que deixou para trás o princípio da unidade e passou a crer firmemente na fragmentação nacional operada pelo sistema de partidos – e no clima de permanente guerra civil daí resultante.
Complexada e covarde a Direita mole curva-se à hegemonia da Esquerda e permite que essa lhe defina o espaço e a atuação. É a Direita que endossa a demagogia. É a Direita que aceita a agenda imposta pela Esquerda e que se limita a questionar – com pezinhos de lã, já se vê – temas de segundo ou terceiro plano. É a Direita que se apressa a incorporar as posições da Esquerda, com alguma variação de matiz, é certo, para não perder o comboio da modernidade, ganhar pontos de popularidade, ficar de bem com os media. A Direita mole sente imenso pavor diante da possibilidade de ser rotulada “Direita” e experimenta um dulcíssimo alívio quando é tratada por “Centro”.
Por vezes, quando alguma figura da Direita mole ousa pisar fora dos carris que lhe foram assignados, basta que a Esquerda ameace com a variante “Extrema-Direita” – logo igualada ao fascismo e ao nazismo – e o atrevido recolhe-se. É a Direita que tem medo da Esquerda e que não ousa dizer em alto e bom som as coisas que uma grande parte da população – quiçá a sua maioria – pensa, mas não se atreve a dizer.
A Direita mole é a Direita que convém à Esquerda. É a Direita que não serve.
Um comentário:
O artigo é excelnete ao tornar claros os motivos que levarão à escalada do esquerdismo, tanto no Brasil quanto na América Latina.
Parece que estamos fadados ao atraso eterno, liderados por governantes mediocres, corruptos, personalistas e populistas, enquanto o resto do mundo avança e se desenvolve.
Sim, faltam-nos líderes, cidadãos corajosos que não temem a retórica falaciosa dos aproveitadores da esquerda, capazes de desfazer um a um os falsos argumentos que utilizam para enganar o rebanho surdo e cego.
Um desses argumentos é a afirmação de que não mais existe a dicotomia esquerda/direita. Ora, isso é mais uma falácia vivida cotidianamente aqui neste pobre país.
Aqui, onde a esquerda domina, vimos e vemos a administração pública tomada por sindicaleiros, corruptos, vassalos e outros semelhantes.
Aqui, vemos o dinheiro público ser usado desavergonhadamente para manter o luxo dos incompetentes e dos desonestos.
Aqui vemos a mentira pregada em alta voz nos palanques pagos com nosso trabalho.
A esquerda está repetindo, aqui, o desastre que já provocou em outros países, principalmente, na ilha-prisão.
Políticos não temos mais para nos defender. O que existe sob a máscara dos nossos supostos representantes é um bando acostumado ao enriquecimento ilícito e à boa vida paga pelos contribuintes que transformaram a política em pocilga.
Líderes? Parece piada falar desta palavra no Brasil.
Estamos sós.
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