Mais um Troféu prá nós: Brasil tem mais seqüestros que a Colômbia

O Brasil, atualmente, tem mais seqüestros que a Colômbia, afirmou, em Bogotá, a ONG Pax Christi, em um relatório que formula recomendações para evitar que se repita a situação colombiana registrada há alguns anos.

O documento, denominado "O seqüestro é um negócio explosivo", foi apresentado em Bogotá pela representante da Pax Christi para a América Latina, a holandesa Marianne Moor, que indicou que "em matéria de seqüestro, a Colômbia é superada amplamente por países como Brasil, México, Iraque, Venezuela e Equador". Segundo ela, no Brasil o seqüestro "é um efeito secundário da alta taxa de criminalidade das grandes cidades". EFE - Via Portal terra





ANA JÚLIA (PT) PEDE DINHEIRO A LULA PARA REALIZAR FÓRUM SOCIAL MUNDIAL EM 2009

Em reunião com o Lula da Silva e a Dilma Rousseff (Casa Civil), a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), pediu ajuda do governo federal na realização do Fórum Social Mundial, que acontece em janeiro de 2009 em Belém.

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social do Pará, também foi discutida a proposta do Estado de federalizar a rodovia PA-150, que faz a ligação da capital com o sul e sudeste do Estado. Segundo a secretaria, o governo federal vai repassar R$ 54 milhões para a aquisição de equipamento de segurança para o Fórum. No total, serão investidos R$ 230 milhões para a realização do evento em Belém.

A capital paraense irá receber pela primeira vez o Fórum Social Mundial, que no Brasil acontecia tradicionalmente em Porto Alegre (RS). Segundo o governo do Estado, o presidente confirmou presença. Sobre a federalização da rodovia PA-150 --onde em 1996 ocorreu o massacre de Eldorado do Carajás (PA), quando 19 sem-terra foram mortos pela Polícia Militar-- a secretaria disse que o presidente está disposto a aprofundar a discussão. Silvia Freire - da Agência Folha



COMENTÁRIO
Bando de cangaceiros ordinários! Para começo de história, o bufão do Hugo Chávez já se comprometeu a ser o financiador desse “circo social”. A dona Ana Júlia não tem mesmo um pingo vergonha na cara. Ela pouco se importa com os desastres, com as vítimas de sua gestão porca e inescrupulosa. Mas na hora de erguer lonas para “picadeiros insanos”, ela é cheia de idéias para meter a mão no bolso do contribuinte. Vejam só: O lula vai repassar R$ 54 milhões para comprar material de segurança (...) Afinal, essa laia tem medo de quê?, se todos os bandidos, corruptos e terroristas estarão juntos e unidos nessa palhaçada em Belém? Por Gaúcho/Gabriela




A ESQUERDA LATINA FESTEJA LUGO-HUGO NO PARAGUAI

"Assim que Lugo começar a mudar as coisas os ataques vão começar. Mas graças a Deus temos o apoio do nosso povo. Novos ventos estão soprando na América Latina, que realmente vive uma nova era", disse o presidente esquerdista do Equador, Rafael Correa, ao desembarcar em Assunção na quinta-feira. O boliviano Evo Morales declarou que Lugo é um "irmão" que faz parte das transformações na região. O venezuelano Hugo Chávez, outro expoente da esquerda latino-americana, também deve assistir à posse. Notícias UOL




ORTEGA VAI SUSPENDER SUA VIAGEM AO PARAGUAI PELAS ACUSAÇÕES DE “VIOLADOR SEXUAL”

O Presidente da Nicarágua Daniel Ortega deverá, hoje, suspender sua viagem ao Paraguai, para assistir à juramentação de Fernando Lugo, por causa da enorme polêmica levantada por seu passado de violador. A futura ministra da Mulher, do Governo de Lugo, repudiou ontem a visita de Ortega para os atos em Assunção, e acusou o presidente nicaragüense de ser “um violador, um abusador”. Temos que recordar que Ortega é acusado de ter abusado sexualmente e violado a sua filha Zoilamérica Narváez, à qual denunciou que foi submetida, durante 20 anos, pelos abusos do presidente Ortega. O Governo nicaragüense informou hoje, em cima da hora, sobre a suspensão de sua viagem. Segundo um comunicado, o presidente Ortega explicou sua ausência alegando “compromissos no interior de seu país”. Foto: Mario LopezEPANotícias24




SOB NOVA DIREÇÃO – ITAIPU É A CHAVE DE TUDO
Na noite do último dia 31, em Assunção, um cardápio indigesto pousou sobre a mesa à qual se sentavam o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, e o brasileiro Marco Aurélio (top top) Garcia. Não havia os acepipes típicos paraguaios. Apenas seis reivindicações do país vizinho ao Brasil. O memorando pedia preço justo para a venda da energia excedente de Itaipu ao Brasil e revisão do tratado. A prioridade guarani é Itaipu. Quem sabe isso não signifique um alívio aos brasiguaios, que temem perder suas terras repletas de soja? É uma possibilidade. O fato é que Lugo considera draconiano o acordo, firmado em 1973 e vigente até 2023. Seus termos são os seguintes: cada país tem direito a metade da energia produzida pela usina. Só que o Paraguai usa apenas 7% da sua cota de 50%. O Brasil, então, compra energia que os paraguaios não usam a US$ 45,31 por MWh. Desse total, US$ 42,50 abatem a dívida contraída por Assunção para construir a usina que foi paga pelo Brasil. O Paraguai fica com apenas US$ 2,81 por MWh (US$ 340 milhões em 2007).

O Brasil resiste. Sustenta que o acordo compensa o investimento. Acena com financiamentos para a industrialização guarani. Tem lógica: industrializando-se, o Paraguai pode aproveitar sua cota de energia. Mesmo assim, Lugo insiste. Considera o valor baixo. Quer, também, o fim da reserva de mercado brasileira em Itaipu para oferecer energia à Argentina e outros países. O Brasil reluta. Em contraposição ao memorando, Garcia foi objetivo na sua cartada de bondades: bancaria a infra-estrutura vizinha até mesmo com uma linha de transmissão entre Itaipu e Assunção. Seria parceiro para a construção da segunda ponte sobre o rio Paraná (US$ 50 milhões). Estenderia ao Paraguai o acordo automotivo Brasil-Argentina. Abriria um fundo para pequenas e médias empresas a partir de 2009. Até a redução na taxação dos fretes de caminhões paraguaios no Brasil (atualmente em 25%) seria reduzida.
Jornal Zero Hora – Por Leo Gerchmann




OPOSIÇÃO PROMETE PARAR REGIÕES PARA PROTESTAR CONTRA MORALES
Após uma reunião entre governo e governadores autonomistas terminar sem avanços na Bolívia, os oposicionistas anunciaram ontem que farão uma paralisação na próxima terça-feira em cinco dos nove departamentos do país. O governo reagiu acusando os opositores de não reconhecerem o resultado do referendo de domingo passado. Os governadores oposicionistas de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija, a chamada meia-lua, também foram amplamente ratificados.

Sem concessões de parte a parte, governo e autonomistas não chegaram a um acordo sobre a distribuição do IDH, um imposto sobre o gás, em reuniões ontem e anteontem. Já os governadores seguem rejeitando o texto da nova Constituição, aprovado por governistas e ainda pendente de referendo ratificatório. Como já fizeram no passado, os governadores da meia-lua e de Chuquisaca, também governada pela oposição, e seus aliados dos comitês cívicos, a elite econômica das regiões, prometem parar atividades de governo, comércio e indústria na próxima terça. Na comunicação sobre o locaute, os opositores ameaçam vetar a presença de Morales nas regiões. Após ser impedido na semana passada, o presidente boliviano foi ontem a cerimônia com ativistas indígenas em Trinidad, capital do departamento opositor de Beni.
Folha UOL




O OVO DA SERPENTE - Por Olavo de Carvalho – Diário do Comércio

O comunismo está vivo e sua periculosidade não diminuiu.


Os russos não gostaram de ver o comunismo equiparado ao nazismo e passaram por cima de dois dados históricos no desmentido. O comunismo já espalhava o terror e o morticínio pela Europa séculos antes do nazismo e do fascismo. O comunismo está vivo e sua periculosidade não diminuiu.

O protesto do governo russo contra a equiparação moral de nazismo e comunismo condensa uma das falsificações históricas mais temíveis de todos os tempos. Temível pelas dimensões da mentira que engloba e duplamente temível pela credulidade fácil com que é acolhida, em geral, pelos não-comunistas e mesmo anticomunistas. Até John Earl Haynes, o grande historiador do anticomunismo americano, subscreve esse erro: “Ao contrário do nazismo, que explicitamente colocava a guerra e a violência no cerne da sua ideologia, o comunismo brotou de raízes idealísticas.” Nada, nos documentos históricos, justifica essa afirmativa. Séculos antes do surgimento do nazismo e do fascismo, o comunismo já espalhava o terror e o morticínio pela Europa, atingindo um ápice de violência na França de 1793. A concepção mesma de genocídio – liquidação integral de povos, raças e nações – é de origem comunista, e sua expressão mais clara já estava nos escritos de Marx e Engels meio século antes do nascimento de Hitler e Mussolini.

O idealismo romantizado está na periferia e não no cerne da doutrina comunista: os líderes e mentores sempre riram dele, deixando-o para a multidão dos idiotas úteis. É significativo que Marx, Engels, Lênin, Stalin, Mao ou Che Guevara tenham dedicado pouquíssimas linhas à descrição da futura sociedade comunista e das suas supostas belezas, preferindo preencher volumes inteiros com a expressão enfática do seu ódio não somente aos burgueses e aristocratas, mas a milênios de cultura intelectual e moral, explicados pejorativamente como mera camuflagem ideológica do interesse financeiro e do desejo de poder.

Entre os não-comunistas, a atribuição usual de motivos idealísticos ao comunismo não nasce de nenhum sinal objetivo que possam identificar nas obras dos próceres comunistas, mas simplesmente da projeção reversa da retórica de acusação e denúncia que nelas borbulha como num caldeirão de ódio. O olhar de suspicácia feroz que Marx e seus continuadores lançam sobre as mais elevadas criações dos séculos passados denota antes a malícia satânica que procura ver o mal em tudo para assim parecer mais suportável na comparação.

Para aceitar como verdade a lenda do idealismo comunista, teríamos de inverter todos os padrões de julgamento moral, admitindo que os mártires que se deixaram matar na arena romana agiram por interesses vis, ao passo que os assassinos de cristãos na URSS e na China agiram por pura bondade. Ademais, o protesto russo suprime, propositadamente, dois dados históricos fundamentais. Primeiro, o fascismo nasceu como simples dissidência interna do movimento socialista e não como reação externa.

Sua origem está, comprovadamente, na decepção dos socialistas europeus com a adesão do proletariado das várias nações ao apelo patriótico da propaganda belicista na guerra de 1914. Fundados na idéia de que a solidariedade econômica de classe era um laço mais profundo e mais sólido do que as identidades nacionais - alegadamente invenções artificiosas da burguesia para camuflar seus interesses econômicos -, Lênin e seus companheiros de partido acreditavam que, na eventualidade de uma guerra européia, os proletários convocados às trincheiras se levantariam em massa contra seus respectivos governos e transformariam a guerra num levante geral socialista. Isso foi exatamente o contrário do que aconteceu.

Daí a grande divisão do movimento revolucionário: uma parte manteve-se fiel à bandeira internacionalista, obrigando-se a complexas ginásticas mentais para conciliá-la com o nacionalismo soviético, enquanto a outra parte preferiu simplesmente criar uma nova fórmula de luta revolucionária - o socialismo nacionalista, ou nacional-socialismo . Não deixa de ser significativo que, na origem do socialismo alemão - como na década de 30 era universalmente chamado -, a dose maior de contribuições financeiras para o partido de Hitler viesse justamente da militância proletária (v. James Pool Who Financed Hitler: The Secret Funding of Hitler's Rise to Power, 1919-1933, New York, Simon & Schuster, 1997).

Desde a década de 20, o governo soviético, persuadido de que o nacionalismo alemão era um instrumento útil para a quebra da ordem burguesa na Europa, tratou de fomentar em segredo a criação de um exército alemão em território russo, boicotando a proibição imposta pelo Tratado de Versailles. Sem essa colaboração, que se intensificou após a subida de Hitler ao poder, teria sido absolutamente impossível à Alemanha transformar-se numa potência militar capaz de abalar o equilíbrio mundial. Tanto do ponto de vista ideológico quanto do ponto de vista militar, o fascismo e o nazismo são ramos do movimento socialista. (Deixo de enfatizar, por óbvia demais, a origem comum de ambos os regimes no evolucionismo e no culto da ciência. Quem deseje saber mais sobre isto, leia o livro de Richard Overy, The Dictators. Hitler’s Germany, Stalin’s Rússia, New York, Norton, 2004.)

Mas ainda resta um ponto a considerar. Se o comunismo se revelou uniformemente cruel e genocida em todos os países por onde se espalhou, o mesmo não se pode dizer do fascismo. A China comunista logo superou a própria URSS em furor genocida voltado contra a sua própria população, mas nenhum regime fascista fora da Alemanha jamais se comparou, nem mesmo de longe, à brutalidade nazista. Na maior parte das nações onde imperou, o fascismo tendeu antes a um autoritarismo brando, que não só limitava o uso da violência aos seus inimigos armados mais perigosos, mas tolerava a coexistência com poderes hostis e concorrentes. Na própria Itália de Mussolini o governo fascista aceitou a concorrência da monarquia e da Igreja - o que já basta, na análise muito pertinente de Hannah Arendt, para excluí-lo da categoria de "totalitarismo".

Na América Latina, nenhuma ditadura militar - fascista ou não - jamais alcançou o recorde de cem mil vítimas que, segundo os últimos cálculos, resultou da ditadura comunista em Cuba. Comparado a Fidel Castro, Pinochet é o menino-passarinho. Em outras áreas do Terceiro Mundo, nenhum regime alegadamente fascista fez nada de parecido com os horrores do comunismo no Vietnã e no Camboja. O nazismo é uma variante especificamente alemã do fascismo, e essa variante se distinguiu das outras pela dose anormal de violência e crueldade que desejou e realizou.

Em matéria de periculosidade, o comunismo está para o fascismo assim como a Máfia está para um estuprador de esquina. Mas não podemos esquecer aquilo que diz Santo Tomás de Aquino: a diferença entre o ódio e o medo é uma questão de proporção -- quando o agressor é mais fraco, você o odeia; quando é mais forte, você o teme. É fácil odiar o fascismo simplesmente porque ele sempre foi mais fraco do que o comunismo e sobretudo porque, como força política organizada, está morto e enterrado. O fascismo jamais teve a seu serviço uma polícia secreta das dimensões da KGB, com seus 500 mil funcionários, orçamento secreto ilimitado e pelo menos cinco milhões de agentes informais por todo o mundo. O fim da União Soviética foi seguido de esforços gerais para evitar que qualquer acusação, por mínima que fosse, recaísse sobre os líderes comunistas responsáveis por um genocídio cinco vezes maior que o nazista.

O fascismo atrai ódio porque é uma relíquia macabra do passado. O comunismo está vivo e sua periculosidade não diminuiu nem um pouco. O temor que inspira transmuta-se facilmente em afetação de reverência exatamente pelos mesmos motivos com que o entourage de Stalin fingia amá-lo para não ter de confessar o terror que ele lhe inspirava.

Olavo de Carvalho é jornalista, ensaísta professor de Filosofia.

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