FAMÍLIA KASSAB - "Temos São Paulo nas veias e nas artérias"

Unida, simples, discreta e 100% paulistana. Aos 78 anos de idade, é dessa forma que o médico e diretor-geral do Liceu Pasteur, Pedro Kassab, descreve a sua família que tem um ilustre representante na Prefeitura de São Paulo: seu filho, Gilberto Kassab (DEM) (ao lado, quando bebê, com a mãe Yaci)

Unida, simples, discreta e 100% paulistana. Aos 78 anos de idade, é dessa forma que o médico e diretor-geral do Liceu Pasteur, Pedro Kassab, descreve a sua família que tem um ilustre representante na Prefeitura de São Paulo: seu filho, Gilberto Kassab (DEM).

Viúvo há dois anos de Yaci Palermo, com quem teve sete filhos – Pedro, Sérgio, Márcia, Renato, Gilberto, Marcos e Cláudio – que lhe deram dez netos, ele se mostra um patriarca e educador afinado com a época atual.

Além de diretor do Liceu, Pedro Kassab é militante da educação no País. Ele é membro do Conselho Estadual de Educação e presidente a Câmara de Educação Superior do órgão.

Os sete filhos estudaram em duas instituições históricas da capital: o Liceu e a USP. O pai recorda que a rotina era "puxada". Às 5h30 já havia movimento na casa, na região da Praça Panamericana, para se preparar para a escola. "A gente acordava cedo porque a perua atravessava a cidade para chegar no Liceu às 7h, na Vila Mariana", recorda Márcia. Segundo os irmãos, o hábito de acordar cedo do prefeito é herança desse período. Leia reportagem completa
aqui, no Diário do Comércio





A CANDIDATA QUE “NÃO SABIA” Editorial O Estado de São Paulo

Apanhada no contrapé pela condenação praticamente unânime ao golpe baixo desferido contra o oponente Gilberto Kassab - na propaganda levada ao ar no domingo que pergunta retoricamente ao eleitor se sabe se ele é casado e tem filhos -, a candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, recuou da sua posição inicial de justificar a enormidade em nome de um suposto direito das pessoas de conhecer tudo de quem lhes pede o voto.

Em evento de sua campanha, no Centro Pastoral São José, na zona leste da cidade, na terça-feira, a ex-prefeita ouviu de um padre que, tendo sido ela "vítima de muitos preconceitos" ao longo da vida, "não poderia concordar com a veiculação de um comercial altamente preconceituoso contra o seu adversário". Ao responder, Marta manteve a versão de que não conhecia a inserção - criticada inequivocamente no próprio PT, entre outros, pelo ex-marido da candidata, senador Eduardo Suplicy. E completou: "Se tivesse conhecido antes, não teria autorizado."

A reiterada invocação da própria ignorância é uma desesperada tentativa da candidata de mitigar os prejuízos que o ultraje infligiu à sua campanha - e que continuará a causar se, como parece, o assunto permanecer à tona até a reta final da disputa. Além do seu impacto em setores do eleitorado de classe média que ela corteja - até aqui em vão, segundo as pesquisas -, aos quais a apelação repugna até por ter partido de quem partiu, a peça publicitária já foi qualificada de "injúria indireta" pelo juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral, que deu a Kassab direito de resposta no horário gratuito.

As "indagações dúbias", como as definiu o juiz, "de modo subliminar induzem o eleitor à conclusão de que o candidato ofendido possa ter algo de grave na sua vida pessoal". A inocência proclamada por Marta, de todo modo, ficou ainda menos crível agora que um dos seus principais interlocutores neste segundo turno - esquecido, quem sabe, de combinar primeiro com ela - veio a público para justificar a ignomínia.

Numa entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o chefe de gabinete (licenciado) do presidente Lula, Gilberto Carvalho, que despacha no comitê da companheira, disse que "vamos, sim, continuar na campanha convidando a população a conhecer melhor os dois candidatos, em todas as suas dimensões, pessoais e políticas". Para ele, que acha "muito difícil" separar o particular e o público quando se entra na vida pública, as perguntas não só não configuram nenhum deslize, por serem "naturais", como também foram superdimensionadas na imprensa. Isso ainda não é tudo, porém, para reduzir a zero a credibilidade do "eu não sabia" de Marta - porque não se trata de um caso único de alegado alheamento do que se passa no cerne de sua campanha. Um panfleto distribuído pela equipe martista acusa Kassab de querer "derrubar o presidente da República". (O panfleto também sugere sibilinamente que o prefeito tem preconceitos raciais, pois "reduziu o pré-natal da gestante negra em 22 das 31 subprefeituras".)

Confrontada com a delirante acusação a Kassab de conspirar contra Lula, a candidata se fez de espantada. "Deus me livre. Eu não sabia disso, não", garantiu. E se defendeu: "Como você pode acompanhar milhares de panfletos feitos pela campanha?" Talvez não possa (embora não sejam milhares). Mas o fato é que, em apenas 48 horas, duas vezes Marta disse desconhecer iniciativas de seus colaboradores que não deixam dúvidas sobre o vale-tudo em que mergulhou a sua candidatura depois que o eleitorado a surpreendeu, dando a Kassab a vitória no primeiro turno.

A anatomia dos resultados, mostrando o confinamento do voto martista, e as sondagens de intenção de voto que se seguiram só fez aumentar o desespero da ex-prefeita. Mas isso não muda as implicações de suas juras de desinformação. A serem verdadeiras, lançam um ponto de interrogação sobre a capacidade administrativa de uma aspirante ao governo da megalópole que não controla o que se passa no seu quintal.

A serem falsas, Marta estaria apenas reproduzindo a conduta daquele a quem apoiou "desde a primeira hora", como diz a sua propaganda. Lula, afinal, quis que se acreditasse que, apesar de todos os indícios em contrário, desconhecia por completo o mensalão.





ERA VIDRO E SE QUEBROU

Por Kora Kramer – O Estado de São Paulo

Castelos construídos sobre areia estão para a ação do vento assim como receitas de vitórias pré-fabricadas estão para o livre-arbítrio do eleitor: por frágeis, não resistem a movimentos contrários.

Aplicada ao resultado das eleições municipais, essa lógica derrubou duas teses muito bem apresentadas por seus autores ao longo deste ano, não obstante sua carência total de fundamento.

A mais festejada antes e agora a mais apedrejada discorreu longa e detalhadamente sobre os poderes do presidente da República de transformar qualquer material eleitoral em ouro apenas com a força de sua popularidade.

Expostos os fatos, o presidente Luiz Inácio da Silva foi parar no topo da lista dos derrotados porque não conseguiu influir nem contribuir para a vitória de aliados ou a derrota de adversários.

Lula ficou onde sempre esteve, cuidando do culto à sua personalidade, cuja mítica, se for abalada, não será ao custo de meia dúzia de resultados municipais os quais, no dia seguinte à proclamação oficial, dará um jeito de apresentar com uma versão conveniente e edulcorada.

Na verdade, perdeu (tempo) quem acreditou na fantasia sobre a eleição de postes, muitas vezes baseada em "provas" de acontecimentos de um passado remoto, uma época de outro Brasil, menos informado e de relações muito mais simplificadas.

A segunda tese foi a da "convergência total", lançada pelo governador de Minas, Aécio Neves, que, segundo consta, faria da aliança entre PT e PSDB em Belo Horizonte um experimento a ser aplicado como regra-mãe da "nova política" com data marcada para entrar em vigor: o "pós-Lula".

Conceitos de uma vaguidão ímpar e de prática inexeqüível, pois, como princípio, carimba o embate político como algo pejorativo, imaturo mesmo, e põe o consenso permanente no ápice dos ideais democráticos.

Um truque engendrado pelo governador mineiro para conquistar um lugar de destaque para seu "pedaço" no debate nacional, mas recebido com reverência de doutrina profunda.

Por essa ótica fantasiosa, realmente Aécio perdeu a chance de fundar uma nova corrente do pensamento político. Numa visão realista, entretanto, alcançou o objetivo de pôr Minas na cena principal. A feiúra da derrota deve-se ao mesmo pressuposto equivocado que sustenta a tese do poste: o menosprezo ao livre-arbítrio do eleitor.

Este ganhou porque se impôs, não por consciência repentina. Esteve e estará no mesmo lugar: pronto para pôr em seus devidos lugares invencionices concebidas e recebidas de maneira folgazã.





APÓS IBOPE, MARTA BUSCA CLASSE MÉDIA
Petista corre contra o tempo na tentativa de reverter desvantagem de 12 pontos porcentuais para prefeito. A dez dias do segundo turno, a candidata do PT à prefeitura, Marta Suplicy, corre contra o tempo para reconquistar a classe média, quebrar resistências nas igrejas católica e evangélica, desmontar preconceitos e superar o desgaste provocado pelo comercial que pôs no ar uma interrogação sobre a vida do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Marta aposta em mais um ato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no sábado, para diminuir a distância que a separa de Kassab. O encontro com representantes de movimentos sociais e sindicalistas, na Casa de Portugal, será o último evento da campanha da petista com a participação de Lula. Leia mais aqui





O TRASEIRO DO CABRA


escreve no caderninho: ESSA VAI DOER

Depois de tratar o eleitor paulistano como um mamífero ruminante, oferecendo-lhe o “pasto” da falta de virtude, a petista agora vai tentar buscar o apoio da classe média usando a presença de seu guru-mestre, como receita infalível para tal intento.

Lula estará em São Paulo, neste final de semana, ao lado de sua candidata, emprestando-lhe sua imagem e solidariedade, em mais um circo daqueles, com a presença, inclusive, de movimentos sociais (aquele povo que aplaude em troca de transporte e lanchinhos).

O que não foi possível escamotear desta vez - até porque as malandragens do Lula estão pra lá de manjadas - foi sua viagem para longe da campanha de Marta num momento tão crucial.

E, assim, para tentar desfazer a má impressão de sua manobra fugitiva, o cabra-macho de Garanhuns colocará seu traseiro diretamente na seringa, num ato de bravura e coragem, mesmo sabendo que sua presença no palanque de Marta, tão próximo à eleição, dará à derrota de sua candidata a exata dimensão da derrota do Planalto. Por Gaúcho/Gabriela

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