PE - Líderes do MST vão responder por crimes

O Governo de Pernambuco não leva os parabéns, porque está fugindo à responsabilidade de criminalizar a entidade à qual pertencem os assassinos. Por Gaúcho/Gabriela


O governo de Pernambuco não vai atender ao pedido do MST de garantia de vida aos militantes que se encontram em acampamentos próximos às fazendas Consulta e Jabuticaba. Na tarde de sábado passado, eles se envolveram em um conflito com seguranças de uma das propriedades, que terminou com o assassinato de quatro seguranças por líderes do MST, no município de São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros de Recife.

- A garantia de vida por enquanto está restrita apenas às pessoas que se encontram sob custódia do estado - disse ontem o secretário de Articulação Social, Waldemar Borges, referindo-se a Aluciano Ferreira dos Santos, de 31 anos, e Pedro Alves, de 62, os dois líderes do MST que foram presos e indiciados por homicídio qualificado, sob acusação de terem feito os disparos que mataram os quatro seguranças. Um terceiro integrante do MST, conhecido como Romero, está foragido, mas ontem o governador Eduardo Campos (PSB) informou que o cerco a ele está sendo formado e que deverá ser preso nos próximos dias.

Romero, no entanto, não é o único envolvido no conflito que está foragido. O delegado de São Joaquim do Monte, Luciano Francisco Soares, informou que tenta capturar "mais dois ou três diretamente envolvidos com o crime". Ele disse também que amanhã ouvirá um dos seguranças que sobreviveram à chacina. Romero, que está foragido, saiu ferido do incidente, chegou a ser atendido em um hospital do município de Agrestina e em seguida fugiu.

O governador Eduardo Campos disse que não vai criminalizar o movimento, mas fez uma advertência:

- Não vamos criminalizar o MST, mas vamos sim criminalizar todos aqueles que mataram. O governo de Pernambuco não admite nenhum tipo de violência. Nem do lado do MST ou de quaisquer movimentos sociais, nem do lado dos fazendeiros que atiram em trabalhadores rurais. Não queremos prejudicar ninguém, mas lugar de quem comete homicídio é na cadeia. O fato concreto é que eles (os sem-terra) mataram quatro e vão ter que responder na Justiça por isso - disse.

Na última segunda-feira, o MST divulgou nota pedindo garantias de vida para os militantes que integram acampamentos em São Joaquim do Monte, no agreste do estado. A região é tida como área de conflito social.

- O governo está tomando todas as providências para evitar novos conflitos, manter a ordem e seguir a determinação da Justiça - disse Borges.

Estado manda reforço policial para a região
O MST pede a desapropriação das duas fazendas, mas há desinformação quanto à área de uma delas. Os sem-terra alegam que ela tem mais de 800 hectares. Para o Incra e os proprietários, são apenas 250, o que dificultaria a execução da reforma agrária. Mas os lavradores acusam os donos de terem fracionado as terras nos cartórios locais para driblar o Incra. Uma fazenda já foi vistoriada, mas o processo de desapropriação encontra-se emperrado na Justiça. A outra ainda não teve vistoria. A chacina foi na Consulta, envolvendo sem-terra dos acampamentos das duas propriedades, que ficam próximas.

Segundo o governador, foi enviado reforço policial para o município. Ele também elogiou a ação da Polícia Civil, que prendeu rapidamente dois dos acusados.

Ontem o superintendente do Incra em Pernambuco, Abelardo Siqueira, disse que o que sabia do crime até então era somente pelo noticiário dos jornais. Ele viajará hoje para Caruaru, onde se reunirá com o coordenador do MST na região, Jaime Amorim, que justificou a ação dos sem-terra. Depois irá para São Joaquim do Monte, onde ouvirá policiais responsáveis pela investigação e também os sem-terra.

Por Letícia Lins – O Globo





MST DECIDE MANTER ESCOLAS ITINERANTES

Contrariando a decisão do Ministério Público tomada no dia 17, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) manterá em funcionamento as escolas itinerantes em acampamentos no Interior. Segundo o deputado Dionilso Marcon, ligado ao MST, a manutenção das aulas tentaria evitar que os alunos perdessem o ano.

– Não vai ter vaga nas outras escolas. E, se as famílias forem assentadas fora do local onde estão, os alunos terão dificuldades de se adaptar.

Apesar do término do convênio do Estado com a entidade que contrata os professores, o deputado garante que as aulas continuarão sendo ministradas.
– Falei com um professor hoje que me confirmou que vai trabalhar mesmo sem receber. Folha de São Paulo


Governadora Yeda
Tome as providências cabíveis, como sempre fez. Por Gaúcho/Gabriela

Nenhum comentário: