Obama e a 'dhimmitude'


“VOCÊ NÃO PODE TRATAR O IRÃ COMO UM BURRO”

'You Cannot Treat Iran Like a Donkey'

"Com cenouras e paus. Esta é uma competição pelo poder no Oriente Médio", disse Mohamed ElBaradei, diretor da AIEA -International Atomic Energy Agency, para Barack Obama

Questionado sobre se o Irã é contra o Ocidente, ElBaradei respondeu que o Irã quer ter o seu papel como uma potência reconhecida de segurança.



Comentário: Enquanto Teerã engambela o novato presidente americano dizendo que aceita conversar, ontem, o ministro das telecomunicações do Irã, Mohammad Soleimani, anunciou a construção de mais 4 satélites, além do pioneiro "Omid", que significa "esperança", colocado em órbita na última terça-feira.

Mas o mundo não precisa se inquietar, porque o satélite será usado apenas em telecomunicações e pesquisas científicas (nucleares) para o desenvolvimento de tecnologia espacial, com fins pacíficos, palavra de Teerã.

Na mesma linha do Irã, a Coréia do Norte também aceitou dialogar com os EUA, e expressou sua intenção em prosseguir com as negociações sobre o desarmamento nuclear do país. O diálogo, no entanto, não deverá impedir que Pyongyang teste novamente o míssil Taepodong-2 - que, teoricamente, poderá alcançar o oeste dos Estados Unidos.

Também a Rússia saudou e aplaudiu a disposição de Obama em estreitar os laços entre os países, desde que os EUA abandonem seus planos de instalação do escudo na Europa Oriental. Logicamente, que a Rússia continuará participando do programa nuclear do Irã. Ela também negou que tenha influenciado o Quirguistão na expulsão dos EUA da base de Manta.




OBAMA E A “DHIMMITUDE”
"Humildade" (ou seja, dhimmitude) é uma característica que os muçulmanos esperam dos infiéis.

Toda essa sinalização de Obama, de tentar mudar a percepção dos EUA no mundo muçulmano, assumindo erros, fazendo autocrítica, falando em compreensão, em estender a mão, em não revidar etc, esses sinais podem estar transmitindo sentimento de impotência, humilhação e falta de respeito.

Conheci o sentido dessa palavra ‘dhimmitude’, depois de ler uma análise feita em 2006 (que traduzi abaixo) sobre a ira do mundo mulçumano, por causa daquela publicação da caricatura de Maomé no jornal dinamarquês.

Você, caro leitor, vai descobrir que o nosso mundo está muito dhimmitude, e vai ficar cada vez mais, se Barack Obama continuar sofrendo dessa síndrome de “meek person”. Por Gaúcho/Gabriela

O texto é um aprendizado: “Precisamos aprender uma palavra nova: dhimmitude.”

O termo Dhimmitude foi cunhado por um brilhante historiador, o Bat Ye'or, cujos estudos pioneiros da dhimmi (populações de judeus e cristãos vencidos pela Jihad Islâmica) levaram-no a concluir que ela (dhimmi) é uma cultura comum que tem existido ao longo dos séculos entre as mais variadas populações.

Eu tenho escrito sobre dhimmitude periodicamente, em verdade, durante todos estes anos, desde 11 de setembro, mas é preciso mais tempo para se aprofundar sobre Dhimmitude.

Do Egito, da Palestina e da Síria para o Iraque, de Marrocos e da Argélia à Espanha, da Sicília e da Grécia, da Armênia e dos Bálcãs ao Cáucaso: sempre que o Islã conquistou os submissos dhimmi - conhecidos pelos muçulmanos como "povos do livro” (a Bíblia) - eles até toleravam suas práticas religiosas, porém, ao custo da desumanização.

Houve literalmente pagamento de impostos (jizya) pelos dhimmi, que compraram o direito de permanecerem não-muçulmanos - foi o preço da não liberdade religiosa para manter a identidade religiosa. A liberdade foi perdida, circunscrita por um corpo de lei islâmica (Sharia) concebido para subjugar, humilhar e denegrir a dhimmi. O resultado da cultura da auto-abnegação, auto-censura e do medo, compartilhado ao longo dos tempos pelos dhimmi, é a base da dhimmitude.

Foi esta a lição do Rage Cartoon 2006, quando um conjunto cultural do ocidente provocou uma reação islâmica em cadeia, por causa de 12 caricaturas de Maomé publicadas em um jornal dinamarquês.

Todos assistiram atentos a fusão explosiva dos muçulmanos chocados, mas poucos reconheceram as partículas radioativas que provocaram esse medo. Medo do Departamento de Estado, que chamou de inaceitável as caricaturas; Medo em Whitehall (onde residem os escritórios do governo britânico) que fez o mesmo. Medo no Vaticano que fez o mesmo. E o medo dos meios de comunicação, que falharam, com algumas poucas exceções, ao não reimprimirem ou mostrarem as imagens. Com um pequeno grupo de corajosos, principalmente na Europa, vimos a orgulhosa tradição ocidental de uma imprensa livre curvar a cabeça e submeter-se a uma lei islâmica contra as representações de Maomé. Isso é dhimmitude.

Temos o nosso traje chique da capitulação para falar de "tolerância", "responsabilidade" e "sensibilidade".

“Nossos leitores ficaram bem mais servidos sem a publicação dos desenhos”, disse um porta-voz Wall Street Journal.

A CNN optou por não mostrar as caricaturas em respeito ao Islã. "Tomamos a decisão de não ir mais longe, a fim de não ofender gratuitamente um número significativo de telespectadores muçulmanos em todo o mundo”, afirmou seu editor.

Cabe destacar, por exemplo, que no site da BBC existe uma página sobre a religião do Islã, que apresenta os anjos e as revelações da crença islâmica como fato histórico, e não como uma conjectura espiritual (como é o caso da página sobre o Cristianismo na Web); e mais: cada menção que fazem de Maomé é seguida com um "(pbuh)", que significa "a paz esteja com ele" - "como se" (escreve Will Wyatt, ex-executivo-chefe da BBC, em uma carta ao Times de Londres) "a própria corporação fosse muçulmana "

Fica então a pergunta: até que ponto “lesar a Sharia” pode alterar uma maneira ocidental de ser? Chamando as caricaturas de "inaceitáveis" e “nos “censurando", no que diz respeito ao Islã, o Ocidente entra em conformidade com o estatuto central da Sharia.

A publicação das caricaturas de Maomé no Jyllands Posten, solicitadas pela Dinamarca, foi um ato de anti-dhimmitude. Uma vez que o artista dinamarquês jamais se que atreveria a ilustrar um livro infantil sobre Maomé, por temor a lei islâmica, o jornal foi audaz e definiu que iria reafirmar o primado (não-islâmico) do direito dinamarquês. Republicar a caricatura serviria para estabelecer - ou restabelecer a Dinamarca, como bastião da liberdade do estilo ocidental.

Mas, na tentativa de criar um campo de força contra a sharia, o Jyllands Posten e os dinamarqueses mostraram-nos que nenhum único bastião da liberdade Ocidental pode ficar sozinho.

Então, como se diz solidariedade em dinamarquês? Se não descobrirmos a resposta, agora, o nosso futuro será mais dhimmitude. Esse texto foi escrito por Diana West – do Jewis Word Review -
JWR – em 2006 – Traduzido por Arthur para o MOVCC

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