'O povo brasileiro não tem motivo para ter medo'

O PIOR JÁ PÁSSOU

O Lula da Silva reiterou ontem que os principais indicadores econômicos já servem de prova de que o País deverá se sair bem da crise econômica internacional.

"Estou otimista. Continuo otimista, achando que o Brasil vai sair de forma extraordinária desta crise", disse o presidente, pouco antes de embarcar ontem pela manhã de Manaus. "Acho que o povo brasileiro não tem motivo para ter medo"."Olhando pelos números do Brasil, eu acredito que o pior já passou." - Clarissa Oliveira O Estado de S. Paulo




DESEMPREGO EM MARÇO É O MAIOR PARA O MÊS DESDE 1985
A Pesquisa do Dieese aponta que a taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas do País pesquisadas passou de 13,9% em fevereiro para 15,1% em março - o maior índice para o mês desde o início da série histórica do indicador, em 1985. Leia mais aqui Portal Terra




CRISE PÕE EM RISCO 60 MIL EMPREGOS NO SETOR DE MÁQUINAS
Redução no emprego pode ocorrer até setembro, se tendência atual de redução no faturamento for mantida.


A indústria de máquinas no Brasil pode cortar entre 50 mil e 60 mil trabalhadores nos próximos cinco meses, se o ritmo de queda no faturamento do setor se mantiver ou se o governo não adotar uma política de desoneração de impostos para equipamentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa o setor. Segundo, Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), desde setembro de 2008, quando a crise de crédito se aprofundou, as indústrias de equipamentos nacionais já demitiram aproximadamente 15 mil trabalhadores.

"Se continuarmos tendo quedas de 20, 30, 40 por cento (no faturamento), não tem o que fazer, teremos que cortar na carne", afirmou Aubert, em entrevista a jornalistas durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina. Agência Estadão – Leia matéria completa
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FGTS TEVE ROMBO DE MEIO BILHÃO EM MARÇO

Sangria no FGTS. Com desemprego em alta, saques superaram depósitos no Fundo em R$440 milhões em março. Segundo especialistas, o dado é preocupante.


A alta do desemprego fez as contas do FGTS fecharem março com rombo de R$440 milhões. Os saques atingiram R$4,8 bilhões, contra arrecadação de R$4,36 bilhões. Nos saques, 66% foram por demissão. Outros motivos são aposentadoria e compra da casa própria.

A onda de demissões de trabalhadores com carteira assinada no país na esteira da crise internacional - que pôs na rua quase 800 mil pessoas entre novembro e janeiro - levou o FGTS a fechar as contas no vermelho em março. Segundo números a que O GLOBO teve acesso, a arrecadação de R$4,36 bilhões no período foi insuficiente para cobrir os saques de R$4,8 bilhões, gerando o primeiro rombo de 2009, de R$440 milhões. No mesmo mês de 2008, houve superávit de R$413 milhões.

Segundo especialistas, o dado é preocupante diante das previsões de aumento do desemprego nos próximos meses devido à queda do ritmo da atividade econômica.

Embora o FGTS disponha de dinheiro suficiente para pagar a todos os trabalhadores com conta, o saldo da arrecadação ajuda a montar o orçamento que o Fundo libera todo ano para habitação e saneamento, setores dos quais é o maior financiador do país.

Do total de saques em março, R$3,2 bilhões (66%) foram por demissões sem justa causa. Em seguida, aparecem outros motivos, como aposentadoria (R$500 milhões, ou 10,4% do total) e compra da casa própria (R$300 milhões, ou 6,3%).

- Numa situação de aumento do desemprego, se esta situação persistir por um longo período, o FGTS poderá ter problemas de disponibilidade de recursos - afirmou José Márcio Camargo, professor do Departamento de Economia da PUC-RJ.

Ele lembrou que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE mostrou que em março não foi gerada ocupação nas seis maiores regiões metropolitanas do país. Isso, explicou, é indicativo de que o desemprego deve subir e poderá chegar a dois dígitos nos próximos dois ou três meses. A taxa hoje está em 9%.

Retiradas somam R$12 bi no trimestre

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho também revelam que o país está gerando poucos empregos: em fevereiro e março foram criados apenas 43,9 mil postos, após uma perda de 40,8 mil em novembro, 654,9 mil em dezembro e de 101,7 mil em janeiro.

Leonardo Rolim, consultor de Orçamento do Congresso nas áreas de Trabalho e Previdência, destacou que o FGTS tem sido utilizado pelo governo para subsidiar casas populares. Vai entrar, por exemplo, com R$7,5 bilhões no programa "Minha Casa Minha Vida", que tem como meta construir um milhão de casas. Além disso, o Fundo virou fonte de recursos para o setor de infraestrutura, com previsão de R$17 bilhões de investimentos retirados do seu patrimônio líquido (sobra após reserva para obrigações).

- O FGTS reflete a realidade do mercado formal. Se essa tendência continuar, significa que a economia não saiu da crise. Ao contrário, a situação pode se agravar - alertou Rolim.

Segundo dados da Caixa Econômica Federal, gestor do FGTS, no primeiro trimestre deste ano o total de retiradas atingiu R$12,6 bilhões, contra R$9,5 bilhões no mesmo período de 2008, aumento de 32%. Em janeiro, a arrecadação líquida ficou positiva em R$1,5 bilhão e em fevereiro, em R$345 milhões.

O impacto das demissões na contas do Fundo somente ocorreu em março porque há uma defasagem entre a data de entrega da documentação na Caixa e o saque do saldo por parte do trabalhador demitido.

Segundo fontes do Conselho Curador do Fundo, os dados de março eram esperados. Porém, afirmam, a situação é de alerta. Embora o FGTS tenha registrado um resultado mensal negativo no ano passado, disse ao GLOBO um conselheiro, a situação era diferente porque o mercado de trabalho vinha em franca expansão.

Um dos fatores futuros de pressão, além do desemprego, é o aumento de R$350 mil para R$500 mil no valor de avaliação dos imóveis nas linhas de financiamento habitacional com recursos do FGTS, autorizado em março. De acordo com simulações da Caixa, o impacto seria de R$ 2 bilhões neste ano. Geralda Doca - O Globo –

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