Você vai ler no texto oculto do tópico, que o Lula da Silva quer receber o Fernando Lugo, no dia 7 de maio, com uma proposta para mudanças no pagamento pela energia de Itaipu. A proposta pode incluir um aumento de tarifas. Lugo necessita de uma re$po$ta que seja politicamente aceitável pelos seus eleitores. A descoberta de que ele manteve relacionamentos amorosos quando ainda era bispo, e de que tem filhos com meio Paraguai, colocou sua popularidade no calcanhar. Por isso, a resposta de Lula terá necessariamente de incluir 'um agradinho' aos eleitores de Lugo, em relação ao valor da energia paga ao Paraguai. O bispo garanhão se diverte, e nós, os trouxas, pagamos a conta. Por Arthur/Gabriela
ESCÂNDALO NO PARAGUAI
Mais duas mães procuram a imprensa e revelam que tiveram filho com o presidente e bispo licenciado. Chega a quatro o número de mulheres que pretendem acionar o líder para exigir o reconhecimento da paternidade
“Lugaucho tem coração, mas não usou camisinha”, afirma o refrão de uma música lançada para satirizar as inúmeras alegações de paternidade ao presidente do Paraguai, o bispo católico licenciado Fernando Lugo. Já são quatro mulheres diferentes afirmando que Lugo é o pai de seus filhos, segundo a imprensa paraguaia.
A CRECHE DE LUGO
Damiana Hortensia Morán Amarilla, 39 anos, dirigente social e ex-coordenadora da Pastoral Social da Diocese de San Lorenzo, divulgou ontem que Juan Pablo, de um ano e quatro meses, é filho do presidente. Ela explicou que não contou nada antes — nem mesmo a Lugo — para “resguardar” a esperança e o processo de mudanças representados por sua ascensão ao poder. “Conversei com ele na segunda-feira, quando decidi falar com a imprensa antes que isso seja manipulado. (Lugo) me disse que a partir de agora vão estabelecer uma estratégia com (o advogado) Marcos (Fariña)”, disse.
A estratégia será unir todas as mulheres que tiveram filhos do presidente — de acordo com Damiana são seis — para formar uma “associação” de defesa dos direitos das crianças e evitar a manipulação política do caso. “As mães dos seis supostos filhos de Fernando Lugo decidiram se unir e não agir separadamente para evitar um maior desgaste da figura presidencial”, indicou a dirigente social ao jornal ABC Color. Damiana pediu às outras “mães” que não se deixem manipular pela oposição, que durante a campanha presidencial acusou Lugo de ter 17 filhos não reconhecidos.
Segundo uma pesquisa do jornal Última Hora, a popularidade de Lugo caiu de 64% para 48% depois que ele confirmou ser pai do filho de dois anos de Viviana Carrillo, 26 anos. Depois, apareceu Benigna Leguizamón, de 27 anos, afirmando ter um filho de seis anos. Na manhã de ontem, Damiana. E à noite, o jornal La Nación indicou a quarta mulher: Narcisa de la Cruz Zárate, também da região de San Pedro, onde Lugo atuava como bispo.
Piadas
Apesar das piadas com o presidente, os paraguaios não veem o momento político com bom humor e estão mais preocupados com as promessas de mudança que ainda não se concretizaram. “Cada um tem sua vida privada. Enquanto não prejudique seu governo, cada um faz de sua vida o que quer”, defendeu a vendedora Celeste Torres ao La Nación. “Está governando mal. Uma coisa é dar comunhão e outra muito diferente governar um país”, criticou o comerciante Federiano Ortiz.
O escândalo aparece no momento em que surgem divisões na coalizão do governo, a Aliança Patriótica, e Lugo se distancia de Federico Franco, vice-presidente do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA). Para o analista político Adolfo Ferreiro, a sorte de Lugo está lançada e seu desfecho dependerá dos atos do governo. “Se fizer uma boa gestão, o povo o perdoará por qualquer coisa.” A Igreja Católica paraguaia demonstrou-se na semana passada disposta a perdoar as faltas do bispo licenciado, mesmo tendo quebrado o voto da castidade. Viviane Vaz - Correio Braziliense
LULA PEDE ESTUDOS E PODE MUDAR TARIFA DE IATIPU
O Lula da Silva quer receber o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, no dia 7 de maio, com uma proposta de mudanças no pagamento pela energia de Itaipu. A proposta, encomendada ao presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, vem sendo mantida em sigilo, mas pode incluir uma revisão tarifária. "Não pode ser o que o Lugo quer, temos de achar um meio termo", disse o presidente Lula ao Valor.
Uma das propostas em estudo pelo governo é o pedido paraguaio para que o país possa vender diretamente, no mercado livre brasileiro, parte da energia a que o país tem direito. Hoje, a energia que o Paraguai não usa é vendida à Eletrobrás, por um preço pré-fixado.
Tolmasquim, cuja assessoria confirmou a realização de estudos sobre tarifas para Itaipu, vem tratando o assunto com tanto sigilo que não quis mostrar a proposta nem para o Itamaraty, até ontem, quando esteve em Brasília, com o embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos. Ambos se recusaram a falar sobre o assunto. Há duas semanas, o Valor revelou uma proposta em discussão pelo governo, pela qual as tarifas poderiam ser reajustadas de US$ 45 para US$ 47 o megawatt-hora.
Lugo cancelou uma visita a Washington, programada para hoje, por causa do escândalo criado neste mês, com o aparecimento de filhos ilegítimos seus, mas, até agora, não mudou a agenda que prevê visita a Brasília no dia 7. Ao participar da Cúpula das Américas, na semana passada, comentou que esperava receber durante a visita uma resposta de Lula às suas reivindicações sobre Itaipu.
Autoridades com participação nas discussões sobre Itaipu informam que as propostas discutidas em Brasília partem do pressuposto de que o Brasil tem de se acostumar à ideia de reduzir, progressivamente a dependência da energia produzida pela usina no Paraguai - assim como a nacionalização da exploração do gás, na Bolívia, levou a Petrobras a buscar alternativas de abastecimento. No caso paraguaio, porém, a transição deve ser mais lenta e negociada, já que é um caso totalmente diferente: Itaipu é uma usina binacional, na fronteira entre os dois países.
Lugo é considerado, no governo brasileiro, refém das expectativas que criou a respeito de Itaipu. Elegeu-se com uma plataforma radical, de exigências de reajuste das tarifas e renegociação do tratado que rege o uso da hidrelétrica e agora necessita de uma resposta que seja aceitável politicamente. A descoberta de que manteve relacionamentos amorosos quando ainda era bispo da Igreja Católica deixa ainda menos margem de manobra política ao primeiro presidente do Paraguai a romper a hegemonia do Partido Colorado.
A resposta terá de incluir necessariamente algo em relação ao valor da energia paga ao Paraguai, e, por isso, a EPE foi encarregada da tarefa. Não se descarta alguma medida para reduzir o valor das prestações pagas pela dívida da hidrelétrica (embora se garanta que está fora de cogitação uma revisão do total da dívida, assumida pela Eletrobrás com credores externos e cobrada, pela estatal, de Itaipu).
O governo brasileiro prefere apoiar investimentos que possam aumentar o uso da energia elétrica pelo Paraguai, incentivando indústrias que aproveitem a abundância e o baixo preço desse insumo. Mais do que um aumento nas transferências de dinheiro por conta de Itaipu, o Paraguai se beneficiaria com um maior uso da energia dentro do país, em investimentos produtivos. Essa saída não resolve o impasse político de Lugo, demanda mais tempo e é mais incerta, já que o ambiente econômico, político e jurídico paraguaio tem desencorajado projetos de investimento de longo prazo.
Como antecipou o Valor, o Brasil tem um leque de propostas para incentivar esses investimentos, que inclui a oferta de uma linha de US$ 1 bilhão do BNDES para projetos no país e a criação de um fundo regional, com US$ 100 milhões disponíveis em curto prazo para os paraguaios. O governo já recebeu sinais de que isso é insuficiente e por isso encarregou a EPE de uma "engenharia financeira" para dar a Lugo uma resposta que lhe permita contrapor-se a seus críticos. Por Sergio Leo, de Brasília – Valor econômico
Um comentário:
Tarado!
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