ESPECIALISTAS CONDENAM CARTILHA SOBRE DROGAS
Ministério diz que livreto aproxima agentes de usuários. Política de redução de danos do Ministério da Saúde orienta como consumir os entorpecentes
Uma cartilha para usuários de drogas divide opiniões de especialistas em saúde pública e leva parlamentares a recorrerem ao Ministério Público. Em 42 páginas, o Ministério da Saúde dá dicas de como reduzir os danos à saúde, mesmo consumindo droga. Uma das sugestões é que viciados em crack utilizem protetor labial durante o consumo da pedra. Se adotada, segundo o material, a medida poderia ajudar a proteger o usuário contra doenças como aids e hepatite.
O livreto, intitulado Redução de Danos, foi confeccionado e distribuído pelo Ministério da Saúde para profissionais que trabalham com usuários de drogas. O material também orienta especialistas da saúde a respeitar a liberdade de escolha, não exigindo abstinência dos viciados.
Para o psiquiatra e coordenador da unidade de dependência química do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, Sérgio de Paula Ramos, a política de redução de danos apresentada deveria evitar o uso, e não aceitar o usuário sem orientar os prejuízos que a droga causa à saúde.
– Um álbum desses dá a sensação de que o país está desistindo da recuperação primária, que é evitar o uso.
A fiscalização na distribuição, a fim de que o livreto não saia das mãos dos profissionais habilitados para trabalhar com o tema, é o principal questionamento levantado pela psiquiatra Carla Bicca, integrante da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul.
– Se a cartilha ficasse restrita a um público específico, até considero que ela pode ser positiva na redução de danos. Mas é um risco grande. Falta fiscalização em tanta coisa no nosso país – acredita Carla. Ao todo, 10 mil exemplares foram produzidos em outubro passado, ao custo de R$ 38,6 mil. Para o Rio Grande do Sul foram distribuídas, no mínimo, 379 unidades.
Ministério diz que livreto aproxima agentes de usuários
Alertados sobre o conteúdo, um grupo de deputados da bancada evangélica do Congresso pede, no Ministério Público Federal de Brasília (MPF), que a iniciativa seja suspensa. O MPF ainda não se manifestou sobre o caso.
– Essa política de redução de danos está mal direcionada. Ela, em vez de ajudar, ensina a usar a droga – diz o deputado João Campos (PSDB-GO).
Todas as dicas vêm acompanhadas por ilustrações.
– São cenas e palavras que chocam, mas são dirigidas a um público específico, para que eles possam se cuidar. A partir do momento em que a pessoa está mais próxima do serviço de saúde, partimos para a outra questão, que é evitar o uso – explica Fernanda Nogueira, do Departamento de DST-AIDS do Ministério da Saúde. Jornal Zero Hora
Ministério diz que livreto aproxima agentes de usuários. Política de redução de danos do Ministério da Saúde orienta como consumir os entorpecentes
Uma cartilha para usuários de drogas divide opiniões de especialistas em saúde pública e leva parlamentares a recorrerem ao Ministério Público. Em 42 páginas, o Ministério da Saúde dá dicas de como reduzir os danos à saúde, mesmo consumindo droga. Uma das sugestões é que viciados em crack utilizem protetor labial durante o consumo da pedra. Se adotada, segundo o material, a medida poderia ajudar a proteger o usuário contra doenças como aids e hepatite.
O livreto, intitulado Redução de Danos, foi confeccionado e distribuído pelo Ministério da Saúde para profissionais que trabalham com usuários de drogas. O material também orienta especialistas da saúde a respeitar a liberdade de escolha, não exigindo abstinência dos viciados.
Para o psiquiatra e coordenador da unidade de dependência química do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, Sérgio de Paula Ramos, a política de redução de danos apresentada deveria evitar o uso, e não aceitar o usuário sem orientar os prejuízos que a droga causa à saúde.
– Um álbum desses dá a sensação de que o país está desistindo da recuperação primária, que é evitar o uso.
A fiscalização na distribuição, a fim de que o livreto não saia das mãos dos profissionais habilitados para trabalhar com o tema, é o principal questionamento levantado pela psiquiatra Carla Bicca, integrante da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul.
– Se a cartilha ficasse restrita a um público específico, até considero que ela pode ser positiva na redução de danos. Mas é um risco grande. Falta fiscalização em tanta coisa no nosso país – acredita Carla. Ao todo, 10 mil exemplares foram produzidos em outubro passado, ao custo de R$ 38,6 mil. Para o Rio Grande do Sul foram distribuídas, no mínimo, 379 unidades.
Ministério diz que livreto aproxima agentes de usuários
Alertados sobre o conteúdo, um grupo de deputados da bancada evangélica do Congresso pede, no Ministério Público Federal de Brasília (MPF), que a iniciativa seja suspensa. O MPF ainda não se manifestou sobre o caso.
– Essa política de redução de danos está mal direcionada. Ela, em vez de ajudar, ensina a usar a droga – diz o deputado João Campos (PSDB-GO).
Todas as dicas vêm acompanhadas por ilustrações.
– São cenas e palavras que chocam, mas são dirigidas a um público específico, para que eles possam se cuidar. A partir do momento em que a pessoa está mais próxima do serviço de saúde, partimos para a outra questão, que é evitar o uso – explica Fernanda Nogueira, do Departamento de DST-AIDS do Ministério da Saúde. Jornal Zero Hora
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