O ex presidente de Honduras, Manuel Zelaya regressou ao seu país na sexta-feira, viajando de Nicarágua a um pequeno povoado fronteiriço. Esta foi a primeira vez que regressou a Honduras desde que foi arrestado em 28 de junho e deportado pelos militares por violar a Constituição.
Zelaya parecia um pouco desiludido por seu teatral retorno não ter provocado um tiroteio. Umas poucas horas depois ele regressou a Nicarágua, onde o presidente sandinista Daniel Ortega lhe brindou refúgio.
Se Zelaya seguir assim, a crise poderá se estender muito mais. Mas sem importar como se resolva esta contenda de poderes, provavelmente será recordada como o momento que definiu a política americana para a América Latina sob Barack Obama.
Zelaya tinha os meios, o motivo e a oportunidade para destruir as instituições democráticas do país e estava tomando medidas para fazê-lo. Se tivesse tido êxito teria consolidado seu poder da mesma forma que o fez o presidente de Venezuela Hugo Chávez e teria transformado o país em um estado policial. A insistência de Obama para que Zelaya seja devolvido ao poder fortaleceu a imagem de um Tío Sam arrogante e condescendente desconectado da realidade da região. Por Mary Anastasia O'Grady
Os hondurenhos poderiam ser mais abertos a uma cátedra sobre a democracia de Obama se os Estados Unidos mostrassem mais interesse em desafiar a Chávez e seus aliados antidemocráticos, ou se entendessem do perigo que eles representam. Em vez disso, desde que assumiu a presidência em janeiro, o mandatário americano se acercou dos maus dirigentes da região, somente para ficar na vergonha posteriormente ao revelar-se que seus novos "amigos" na realidade são inimigos da paz e da liberdade.
Esta loucura começou com a Cumbre das Américas, levada a cabo em abril em Trinidad, quando Obama praticamente cumprimentou Chávez como se fossem almas gêmeas que há tempos não se viam. A resposta do governo foi que a tensão na região foi causada por George W. Bush. O encantador Obama mudaria tudo isto e a partir de então a influência dos EUA voltaria a fazer-se sentir. Chávez não recebeu o memorando. Em 19 de julho, o Washington Post informou que um novo repórter da Oficina de Responsabilidade Governamental encontrou que "a corrupção nos altos níveis do governo de Hugo Chávez e a ajuda estatal às Farc converteram a Venezuela em um dos principais trampolins para a cocaína com destino aos EUA e Europa". Agora, Chávez diz que derrocará ao governo hondurenho.
A princípio de junho, Obama chamou o presidente do Equador, Rafael Correa, para felicitá-lo por sua recente reeleição e, segundo um porta-voz da Casa Branca, "expressar seu desejo de aprofundar nossa relação bilateral e manter um diálogo constante que possa assegurar uma relação baseada no respeito mutuo". Isto, de novo, nos fez ver como Obama é alguém mal informado, já que a falta de respeito que mostra Correa ante os interesses americanos é legendária.
Em 22 de junho, reportei na mesma coluna que a inteligência militar da Colômbia tinha evidência de que o governo de Correa apóia as Farc. Um furioso Correa saltou em frente das câmaras de TV para emitir uma ameaça ao The Wall Street Journal. "Estamos fartos de suas mentiras", advertiu.
Ele não poderia ter previsto que dias depois a agência de noticias Associated Press publicaria um vídeo de um líder rebelde lendo uma carta do falecido líder das Farc sobre documentos "comprometedores" que mostram o apoio financeiro das Farc à campanha presidencial de Correa em 2006 e "acordos" com emissários de Correa. No reporte desta notícia, o diário espanhol El País escreveu que "vários correios eletrônicos dos computadores de [o cabeça das Farc Raúl Reyes] dão conta da entrega de US$100.000 à equipe da campanha de Correa. A novidade, agora, é que um alto dirigente da própria guerrilha admite verbalmente tal aporte". Correa nega as conexões com as Farc e diz que isto é uma “montagem”. Não se sabe ainda se ele planeja demandar a todos os demais jornais que posteriormente informaram a notícia.
Depois de estabelecer que fazer as pazes com os causa-problemas da região é uma de suas prioridades, Obama agora deseja que Zelaya, quem foi respaldado oficialmente pelas Farc na semana passada, seja devolvido ao seu cargo. Se Honduras não cumprir com ele, os EUA ameaçaram congelar ativos e revocar os vistos dos funcionários do governo interino.
Alguns observadores em Washington acreditam que esta estranha postura deve-se ao fato de que Obama depende profundamente do conselheiro para a Casa Blanca Gregory Craig para os assuntos latinoamericanos.
Craig era o advogado de Fidel Castro —quero dizer Juan Miguel González— durante a repatriação a Cuba do menino de 7 anos Elian González em 2000 por Bill Clinton. Durante a campanha presidencial, quando ele estava assessorando a Obama, o esquerdista Council on Hemispheric Affairs o respaldou dizendo que ele era "o homem correto para reviver as profundamente defeituosas relações entre os EUA e América Latina". Em outras palavras, dar um giro na política à esquerda.
Tem muita especulação sobre se Obama está desenhando políticas com base nos "conhecimentos" de Craig. Não é muito difícil de acreditar. De feito, se todas as políticas estão sendo dirigidas fora da Casa Branca, como muitos observadores argumentam, então, as perspectivas do Conselho da Casa Branca poderiam explicar muito. . The Wall Street Journal
Tradução de Arthur para o MOVCC
Zelaya parecia um pouco desiludido por seu teatral retorno não ter provocado um tiroteio. Umas poucas horas depois ele regressou a Nicarágua, onde o presidente sandinista Daniel Ortega lhe brindou refúgio.
Se Zelaya seguir assim, a crise poderá se estender muito mais. Mas sem importar como se resolva esta contenda de poderes, provavelmente será recordada como o momento que definiu a política americana para a América Latina sob Barack Obama.
Zelaya tinha os meios, o motivo e a oportunidade para destruir as instituições democráticas do país e estava tomando medidas para fazê-lo. Se tivesse tido êxito teria consolidado seu poder da mesma forma que o fez o presidente de Venezuela Hugo Chávez e teria transformado o país em um estado policial. A insistência de Obama para que Zelaya seja devolvido ao poder fortaleceu a imagem de um Tío Sam arrogante e condescendente desconectado da realidade da região. Por Mary Anastasia O'Grady
Os hondurenhos poderiam ser mais abertos a uma cátedra sobre a democracia de Obama se os Estados Unidos mostrassem mais interesse em desafiar a Chávez e seus aliados antidemocráticos, ou se entendessem do perigo que eles representam. Em vez disso, desde que assumiu a presidência em janeiro, o mandatário americano se acercou dos maus dirigentes da região, somente para ficar na vergonha posteriormente ao revelar-se que seus novos "amigos" na realidade são inimigos da paz e da liberdade.
Esta loucura começou com a Cumbre das Américas, levada a cabo em abril em Trinidad, quando Obama praticamente cumprimentou Chávez como se fossem almas gêmeas que há tempos não se viam. A resposta do governo foi que a tensão na região foi causada por George W. Bush. O encantador Obama mudaria tudo isto e a partir de então a influência dos EUA voltaria a fazer-se sentir. Chávez não recebeu o memorando. Em 19 de julho, o Washington Post informou que um novo repórter da Oficina de Responsabilidade Governamental encontrou que "a corrupção nos altos níveis do governo de Hugo Chávez e a ajuda estatal às Farc converteram a Venezuela em um dos principais trampolins para a cocaína com destino aos EUA e Europa". Agora, Chávez diz que derrocará ao governo hondurenho.
A princípio de junho, Obama chamou o presidente do Equador, Rafael Correa, para felicitá-lo por sua recente reeleição e, segundo um porta-voz da Casa Branca, "expressar seu desejo de aprofundar nossa relação bilateral e manter um diálogo constante que possa assegurar uma relação baseada no respeito mutuo". Isto, de novo, nos fez ver como Obama é alguém mal informado, já que a falta de respeito que mostra Correa ante os interesses americanos é legendária.
Em 22 de junho, reportei na mesma coluna que a inteligência militar da Colômbia tinha evidência de que o governo de Correa apóia as Farc. Um furioso Correa saltou em frente das câmaras de TV para emitir uma ameaça ao The Wall Street Journal. "Estamos fartos de suas mentiras", advertiu.
Ele não poderia ter previsto que dias depois a agência de noticias Associated Press publicaria um vídeo de um líder rebelde lendo uma carta do falecido líder das Farc sobre documentos "comprometedores" que mostram o apoio financeiro das Farc à campanha presidencial de Correa em 2006 e "acordos" com emissários de Correa. No reporte desta notícia, o diário espanhol El País escreveu que "vários correios eletrônicos dos computadores de [o cabeça das Farc Raúl Reyes] dão conta da entrega de US$100.000 à equipe da campanha de Correa. A novidade, agora, é que um alto dirigente da própria guerrilha admite verbalmente tal aporte". Correa nega as conexões com as Farc e diz que isto é uma “montagem”. Não se sabe ainda se ele planeja demandar a todos os demais jornais que posteriormente informaram a notícia.
Depois de estabelecer que fazer as pazes com os causa-problemas da região é uma de suas prioridades, Obama agora deseja que Zelaya, quem foi respaldado oficialmente pelas Farc na semana passada, seja devolvido ao seu cargo. Se Honduras não cumprir com ele, os EUA ameaçaram congelar ativos e revocar os vistos dos funcionários do governo interino.
Alguns observadores em Washington acreditam que esta estranha postura deve-se ao fato de que Obama depende profundamente do conselheiro para a Casa Blanca Gregory Craig para os assuntos latinoamericanos.
Craig era o advogado de Fidel Castro —quero dizer Juan Miguel González— durante a repatriação a Cuba do menino de 7 anos Elian González em 2000 por Bill Clinton. Durante a campanha presidencial, quando ele estava assessorando a Obama, o esquerdista Council on Hemispheric Affairs o respaldou dizendo que ele era "o homem correto para reviver as profundamente defeituosas relações entre os EUA e América Latina". Em outras palavras, dar um giro na política à esquerda.
Tem muita especulação sobre se Obama está desenhando políticas com base nos "conhecimentos" de Craig. Não é muito difícil de acreditar. De feito, se todas as políticas estão sendo dirigidas fora da Casa Branca, como muitos observadores argumentam, então, as perspectivas do Conselho da Casa Branca poderiam explicar muito. . The Wall Street Journal
Tradução de Arthur para o MOVCC
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