É TERRÍVEL O CAMINHO QUE HUGO CHÁVEZ IMPÕE À VENEZUELA
Adepto da “democracia plebiscitária”, ele empacotou tudo o que queria para se perpetuar no poder num projeto de Constituição mais delirante que socializante. Como o povo achou demais e não aprovou o projeto, Chávez tratou de implementá-lo por etapas e por decreto.
Derrotado também em eleições regionais em importantes estados do país, decidiu tirar dos governadores oposicionistas suas principais fontes de renda, repassando-as ao poder central, ele. O que resta da economia venezuelana fora das mãos do Estado está sob ameaça com o projeto da Lei da Propriedade Social, que Chávez deverá aprovar no Congresso, dominado por seus correligionários, no segundo semestre.
O artigo 5 reza que o Estado pode “declarar de propriedade social bens, materiais e infraestruturas para assegurar, mediante a produção socialista, a satisfação das necessidades sociais e materiais da população”. Estabelece, ainda, que o “Executivo poderá decretar a aquisição forçada, mediante justa indenização e pagamento oportuno, da totalidade de um bem ou de vários bens e declará-los de propriedade social”. É quase inacreditável, não fosse fruto da cabeça de Chávez, que, em pleno século XXI, se queira criar, com esse projeto, o “Conselho Central de Planejamento da Economia Socialista”, de retumbante fracasso na União Soviética.
A última providência de Chávez é uma ampla reestruturação de seu Partido Socialista Unido da Venezuela, com a criação de 15 mil “pontos vermelhos” em todo o país, ou seja, patrulhas de 30 membros do PSUV que funcionarão como células. O presidente disse que elas deverão realizar um trabalho diário para “desmontar matrizes” de opinião contrárias ao “processo revolucionário”. Tradução: caminhase para o partido único e os comitês de bairro, sinais da cubanização da Venezuela. Este salto no escuro do passado é o golpe final numa democracia já em coma.
Se o futuro que Chávez pretende para o país é o do “socialismo bolivariano”, o presente é o do nepotismo, do patrimonialismo, em nome do enriquecimento familiar a qualquer custo. É o que, segundo detalhada reportagem do “New York Times”, acontece no estado natal do presidente, Barinas, controlado há décadas pelo clã Chávez, cada vez mais rico. O estado, o mais pobre do país, exibe o maior número de sequestros em toda a América Latina — 7,2 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
O golpe final de Chávez inviabiliza de vez a possibilidade de a Venezuela bolivariana ter algum espaço no Mercosul. O Globo
Adepto da “democracia plebiscitária”, ele empacotou tudo o que queria para se perpetuar no poder num projeto de Constituição mais delirante que socializante. Como o povo achou demais e não aprovou o projeto, Chávez tratou de implementá-lo por etapas e por decreto.
Derrotado também em eleições regionais em importantes estados do país, decidiu tirar dos governadores oposicionistas suas principais fontes de renda, repassando-as ao poder central, ele. O que resta da economia venezuelana fora das mãos do Estado está sob ameaça com o projeto da Lei da Propriedade Social, que Chávez deverá aprovar no Congresso, dominado por seus correligionários, no segundo semestre.
O artigo 5 reza que o Estado pode “declarar de propriedade social bens, materiais e infraestruturas para assegurar, mediante a produção socialista, a satisfação das necessidades sociais e materiais da população”. Estabelece, ainda, que o “Executivo poderá decretar a aquisição forçada, mediante justa indenização e pagamento oportuno, da totalidade de um bem ou de vários bens e declará-los de propriedade social”. É quase inacreditável, não fosse fruto da cabeça de Chávez, que, em pleno século XXI, se queira criar, com esse projeto, o “Conselho Central de Planejamento da Economia Socialista”, de retumbante fracasso na União Soviética.
A última providência de Chávez é uma ampla reestruturação de seu Partido Socialista Unido da Venezuela, com a criação de 15 mil “pontos vermelhos” em todo o país, ou seja, patrulhas de 30 membros do PSUV que funcionarão como células. O presidente disse que elas deverão realizar um trabalho diário para “desmontar matrizes” de opinião contrárias ao “processo revolucionário”. Tradução: caminhase para o partido único e os comitês de bairro, sinais da cubanização da Venezuela. Este salto no escuro do passado é o golpe final numa democracia já em coma.
Se o futuro que Chávez pretende para o país é o do “socialismo bolivariano”, o presente é o do nepotismo, do patrimonialismo, em nome do enriquecimento familiar a qualquer custo. É o que, segundo detalhada reportagem do “New York Times”, acontece no estado natal do presidente, Barinas, controlado há décadas pelo clã Chávez, cada vez mais rico. O estado, o mais pobre do país, exibe o maior número de sequestros em toda a América Latina — 7,2 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
O golpe final de Chávez inviabiliza de vez a possibilidade de a Venezuela bolivariana ter algum espaço no Mercosul. O Globo
Um comentário:
E esse é o país 'democrático' que vai aderir ao Mercosul, muito em breve...
Relembrando o 'Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul':
Artigo 1
A plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes do presente Protocolo.
Artigo 2
O presente Protocolo se aplicará às relações que decorram dos respectivos Acordos de Integração vigentes entre os Estados Partes do presente Protocolo, no caso de ruptura da ordem democrática em algum deles.
Artigo 3
Toda ruptura da ordem democrática em um dos Estados Partes do presente Protocolo implicará a aplicação dos procedimentos previstos nos artigos seguintes.
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