Digitais chavistas

Hugo Chávez amplia o ataque ao que resta de liberdade de expressão na Venezuela

Depois do fechamento de 34 emissoras de rádio na sexta-feira, hoje a Assembléia Nacional (totalmente controlada pelo governo) começa a debater a nova lei de “delitos midiáticos”, enquanto o governo aperta o cerco à Globovisión, última rede nacional de TV crítica do chavismo, vítima ontem de um ataque armado.

Segundo “El Pais”, a lei “é considerada brutal por jornalistas e editores, suscetível de criminalizar qualquer opinião”. Para o jornal espanhol, “ainda que com eleições, Chávez está cada vez mais próximo da ditadura”.

Conforme disse ao GLOBO o presidente da Câmara Venezuelana de Radiodifusão, Nelson Belfort, “o governo (Chávez) está preparando um pacote com medidas que buscam transformar nosso país em Cuba, onde existe apenas uma estação de rádio, um canal de TV e um jornal”. Para Luis Pardo, presidente da Associação Interamericana de Radiodifusão, a Venezuela entrou “no ponto de não retorno na degradação do sistema democrático e de liberdade de expressão”.

Se para dentro da Venezuela o projeto de Chávez é totalitário, para fora ele é desestabilizador, conforme demonstram as impressões digitais do ditador junto às Farc, a narcoguerrilha que luta contra o governo colombiano e mantém em seu poder um verdadeiro exército de reféns entre a vida e a morte.

Não são de hoje as ligações entre o venezuelano e as Farc, mas fatos novos foram levantados pelo jornal “New York Times”, comprovando ações de altos escalões do governo de Caracas em apoio aos rebeldes. Uma das mais graves é o surgimento, em poder das Farc, de armas suecas vendidas na década de 80 à Venezuela.

Até agora, o regime chavista foi incapaz de dar as explicações pedidas pelo governo sueco.

Diante da gravidade do caso, engana-se o chanceler brasileiro, Celso Amorim, quando o considerou, em entrevista à “Folha de S. Paulo”, “algo desse tamaninho” se comparado ao acordo pelo qual a Colômbia permite operações militares dos EUA em mais três bases em seu território. Estes dois países já têm um programa de combate a narcotráfico e terrorismo. É legítimo que os países latino-americanos queiram se informar sobre a ampliação dessa cooperação e levantem o assunto na reunião da Unasul marcada para o dia 10, em Quito. Tem razão o chanceler Amorim quando, na mesma entrevista, diz que tudo deve ser tratado com transparência.

A começar pelas explicações de Chávez sobre suas ligações com um grupo guerrilheiro que luta para derrubar o governo constituído da Colômbia, e ainda trafica cocaína. O Globo



VENEZUELA: RÁDIO FECHADA PASSA A TRANSMITIR DA RUA
Várias emissoras desafiam governo venezuelano e operam pela internet

Várias das 34 emissoras de rádio venezuelanas que tiveram sua programação interrompida pelo governo conseguiram ontem romper o silêncio imposto pela Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel), passando a transmitir pela internet. Outras, como a cadeia CNB, uma das mais populares do país, que perdeu a licença de cinco emissoras, decidiu desafiar o governo e montou alto-falantes na rua.

"Hoje, a liberdade de imprensa está sendo restringida. Hoje, você tem uma opção a menos. Amanhã, não sabemos quantas teremos", disse Juan Carlos Rutilo, apresentador esportivo da CNB, que ontem levou seus equipamentos para a Praça Alfredo Sadel, em Caracas. "Por enquanto, esta será a nossa conexão com o público para não deixá-lo sozinho em um momento tão difícil como este", disse J.J. Bartolomeo, vice-presidente de relações institucionais do grupo.

Além dos programas feitos na rua, desde sábado todas as cinco emissoras do grupo CNB - além da de Caracas, as dos Estados de Zulia, Carabobo, Táchira e Falcón - passaram a transmitir também pela internet.

O grupo CNB é dirigido pelo empresário Nelson Belfort, que também é o presidente da Câmara Venezuelana de Radiodifusão. Belfort considerou "ilegal" o processo de fechamento das rádios. "Não tivemos direito a defesa", disse.

EMPREGOS
No entanto, segundo os diretores da rádio, dificilmente a internet conseguirá dar o mesmo retorno financeiro que as empresas tinham antes. "Muitas fecharão", disse Bartolomeo. "Estamos fazendo de tudo para manter os 200 empregos diretos que proporcionamos. Reuters, AFP e AP – via Estadão

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

Esse é o 'democrata' amigão do Saliva da Silva!

Um ditador no melhor estilo latino americano, a quem o lullático é subserviente.