As derrotas de Amorim

ITAMARATY AMARGA OUTRAS REJEIÇÕES

Essa não foi a primeira derrota da política externa do governo Lula. O Itamaraty amargou nos últimos anos rejeição às indicações do embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa para a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie a uma vaga no Órgão de Apelação da entidade.

Em 2005, quando o nome de Seixas ainda estava no páreo, o governo brasileiro considerava de extrema importância a presença do embaixador no comando da OMC. Na época, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reclamou das articulações internacionais que impuseram a derrota ao representante do Brasil.

— Estamos decepcionados com o fato de que não houve uma fundamentação clara das razões que levaram à eliminação do embaixador brasileiro — disse Amorim, logo depois da exclusão de Seixas da disputa.

Em 2007, nova derrota. O Brasil perdeu para o México a vice-presidência de Finanças e Administração, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o terceiro posto mais importante da instituição.

O cargo era ocupado pelo brasileiro Joaquim Levy, que foi ser secretário de Fazenda no Rio.

Este ano, o governo brasileiro foi surpreendido com a reprovação da indicação da ministra Ellen Gracie para o Órgão de Apelação da OMC.A ministra até se afastou do STF para estudar temas vinculados ao Órgão de Apelação. Mas foi preterida. O Globo


AHMADINEJAD E LULA REÚNEM-SE HOJE
Encontro ocorrerá hoje no hotel do líder brasileiro, em Nova York, e deve atrair muitos manifestantes.

O Lula da Silva receberá hoje o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em seu hotel em Nova York. O encontro ocorrerá às 15 horas e deve atrair manifestantes da comunidade judaica e da oposição iraniana. Segundo assessores de Lula, foram as autoridades iranianas que pediram a audiência.

Questionado pelo Estado, o chanceler Celso Amorim disse não saber se Lula falaria com Ahmadinejad sobre suas recentes declarações contra Israel e o Holocausto. "Não sei se este é o momento (para tocar no assunto). O encontro será muito rápido, como todos que ocorrem durante a Assembleia-Geral da ONU e servem mais para marcar outros encontros", afirmou, frisando que o governo brasileiro rejeita qualquer "negação do Holocausto".

Em nota divulgada ontem, a Confederação Israelita do Brasil pediu ao governo brasileiro que atue para impedir Ahmadinejad de questionar o Holocausto de novo e a lançar desafios à comunidade internacional.

Segundo Amorim, o diálogo com o Irã não deteriorou a relação do Brasil com Israel. Ele disse que Lula só não foi a Israel por problemas de agenda e há uma percepção equivocada das relações entre brasileiros e israelenses. Em Israel e na comunidade judaica, muitos criticam Lula por ter visitado muitos países árabes e não Israel nos seus sete anos de mandato.

Ahmadinejad visitaria o Brasil no início do ano, mas a viagem foi cancelada pelo iraniano.

PROTESTOS NO IRÃ
Em entrevista à Associated Press, Ahmadinejad disse ontem que lamenta as mortes ocorridas durante os protestos após a contestada eleição na qual ele foi reeleito, mas disse que seu governo não teve culpa. Ele também ofereceu a ajuda do Irã para estabilizar o Afeganistão. Por Gustavo Chacra, Nova York, O Estado de S. Paulo

Um comentário:

Joana D'Arc disse...

A diplomacia terceiro-mundista perdeu todas!

E agora quero assistir de camarote o desfecho do problema criado pelo chanceler das mandiocas (adorei esse termo) e seu chefe no caso da embaixada brasileira em Honduras!