Três eleições presidenciais podem mudar o mapa político da América do Sul

O PÊNDULO ESTÁ SE MOVENDO?

Embora seja altamente improvável que o presidente Evo Morales não seja reeleja na Bolívia, o Uruguai e o Chile parecem estar se inclinando para a direita. A grande questão é saber se essa eleição vai marcar a mudança na tendência dos últimos anos, que favoreceu a esquerda, é o que informa o Editorial da Revista Câmbio.

A esquerda uruguaia, que primeiro chegou ao poder em Março de 2005, ampliou sua intenção de voto na corrida para as eleições presidenciais de 25 de outubro, mas não conseguirá evitar um segundo turno. Segundo o último levantamento, realizado pela empresa Interconsult, a coalizão de esquerda Frente Ampla (FA), à qual pertence o presidente Tabaré Vázquez, e o candidato à sucessão, senador José Mujica [ ex líder guerrilheiro do Tupamaros], teve 42% das intenções de voto na pesquisa de agosto.

A oposição do Partido Nacional (mais conhecido como 'White'), de centro – do ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995), tem 36% das intenções de votos. A lei eleitoral uruguaia diz que, se nenhum candidato ultrapassar 50% dos votos haverá um segundo turno. "Sem dúvida, essa eleição parece que estar indo em direção a um confronto de resultados muito incertos. Não há favoritos", escreveu o diretor da Interconsult, Juan Carlos Doyenart, no jornal uruguaio Últimas Noticias.


O EMPRESÁRIO-CANDIDATO A PRESIDENTE
No Chile, as acusações de que o governo da presidente Michelle Bachelet, falou em favor do candidato e ex-presidente Eduardo Frei (1994-2000), e que há excesso de gastos na campanha do empresário, candidato da direita, Sebastián Piñera, são os red hot na corrida presidencial, há apenas a três meses da eleição.

O Frei-candidato da coalizão de centro e esquerda, no poder desde 1990, tem entre 20 e 25 dos eleitores. E o candidato independente e ex-deputado do Partido Socialista, Marco Enríquez-Ominami, mais conhecido como "Obama chileno”, atrai, de acordo com pesquisas recentes, uma adesão de 16 a 24 por cento.


Aqui, faço um aparte sobre a abordagem [da matéria] feita ao empresário chileno:

É interessante constatar como a mídia, em geral, incluindo esta matéria da Revista Câmbio, busca usar o fato de Piñera ser um empresário bem sucedido para tentar desqualificá-lo, como se isto fosse um demérito para o candidato.

Não é a primeira vez que percebo o vezo do ressentimento de quem escreve, tentando instigar a inveja da massa contra “o patrão”. Já até batizaram o candidato como sendo de 'extrema-direita', e não se cansam de citar que ele saiu na Forbes, como dono de uma fortuna, para tentar despertar a ira dos fracassados. É a 'síndrome da senzala' nas redações jornalísticas; ao mesmo tempo em que desprezam a competência, o sucesso e o mérito, valorizam a chegada de índios, guerrilheiros e operários despreparados no poder.

Ora, se o empresário é dono de negócios e se ele pode fazer campanhas milionárias, sorte dele. Pelo menos ele usa o que é dele, não mete a mão no dinheiro do povo, não apela para os Mensalões, para o Caixa2, nem para o dinheiro do narcotráfico, ou para as maletas de dólares de Chávez.

A Revista Câmbio tenta criar uma polêmica vazia: que Piñera teria gasto uma fortuna [que é dele mesmo] em sua campanha - o que, segundo a matéria, tem sido objeto de críticas (?) - de quem, cara-pálida? O fato é que o candidato da direita está na frente. Segundo as pesquisas, ele tem entre 35 e 40% das intenções de votos.

Piñera é proprietário da companhia aérea LanChile, da Clínica Las Condes e praticamente do clube de futebol Colo-Colo. A matéria lembra que o candidato já foi derrotado por Bachelet em 2006, mas que está confiante que desta vez ele vai ganhar a eleição. A matéria lembra também que 70% dos chilenos aprovam [suportam] a gestão de Bachelet. Então nada a temer, não é mesmo? Por Arthur/Gabriela


EVO, PARTE DOIS (continua a matéria)
Apenas quatro dias após o prazo para inscrição dos candidatos (encerrada em 7 de setembro), a oposição não conseguiu unir-se uma frente unida capaz de lidar com o presidente Evo Morales, amplamente favorito nas pesquisas e que, em 6 de dezembro buscará um novo mandato de cinco anos.

Há sete oponentes, aspirantes à Presidência, mas todos reconhecem que a dispersão só favorece o primeiro indígena a governar a Bolívia. Na lista figuram o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga (2001-2002), ex-Vice President Victor Hugo Cárdenas (1993-1997), ex-governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, o empresário Samuel Doria Medina, Presidente da Câmara Potosí, René Joaquino, o líder cívico de Santa Cruz Germain Antelo, Jimena Costa e cientista político. O Chefe de Estado espera ser reeleito, porque todas as pesquisas privadas dão uma intenção de voto favorável de 58 por cento.

O novo mapa político da região poderá mudar nos próximos meses. Ainda não se não fala muito sobre o que poderá acontecer no Brasil em 2010, onde o PT de Lula da Silva permanece bem atrás nas pesquisas, e na Argentina, onde a maioria dos especialistas prediz o fim da hegemonia de Kirchner, após o fracasso abjeto da legislação passada. O pêndulo está se movendo?

Leia na íntegra a matéria:
Três eleições presidenciais poderiam mudar o mapa político da América do Sul antes do fim do ano

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