CPI do MST – quem retirar assinatura vai ter nome divulgado

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Parlamentares da oposição querem divulgar nomes de colegas que retirarem assinaturas para a criação da CPI do MST. Tática é evitar pressão do governo para barrar a comissão

A oposição adotou uma estratégia agressiva para obrigar os parlamentares a manter as 188 assinaturas no requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do MST: divulgar os nomes dos desistentes na internet. A medida, segundo o deputado da bancada ruralista Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é drástica, mas eficiente, já que os congressistas têm medo de desagradar à base eleitoral em tempos de pré-eleição. Por Danielle Santos

“Já acionamos várias entidades ligadas ao setor agrícola para ficarem atentas a qualquer movimentação diferente do que já ocorreu aqui”, justifica o parlamentar. “Vamos ver se agora os deputados não pensarão duas vezes sobre o que é mais importante para eles: a moeda de troca oferecida pelo governo ou a perda de votos”, sublinha.

Essa é a segunda vez que a oposição tenta emplacar uma comissão que investigue a legalidade dos repasses financeiros feitos pelo governo e por entidades internacionais a cooperativas ligadas ao MST. Há cerca de 20 dias, eles foram derrotados com a retirada de 45 nomes do documento na última hora. A justificativa para a manobra repentina, segundo Lorenzoni, foi a pesada investida do governo na negociação de benefícios, como cargos e aprovação de emendas. A tentativa de brecar o assédio da base aliada dura até a noite desta quarta-feira, prazo em que os parlamentares podem retirar suas assinaturas antes que seja criada de fato a comissão. “O pedido deve ser lido na sessão conjunta do Congresso pela manhã (de hoje), depois de conferidas as assinaturas dos parlamentares e, aí, vem o duelo maior, que é esperar esse prazo em cima de muita fiscalização”, adianta Ronaldo Caiado (DEM-GO), que ontem protocolou o documento requisitando a criação da CPI do MST no Senado.

O consenso em torno da investigação dos repasses financeiros ao MST também é defendido pelo presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). A motivação, segundo ele, é baseada na última invasão dos sem-terra em uma fazenda do interior de São Paulo há quase um mês, que resultou em um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão, com a destruição de maquinários e de parte da produção de laranjas. “Estou sentindo que há clima para essa CPI em face de uma atividade muito destrutiva que eles (o MST) vêm produzindo. Eles têm que entender que são um movimento social, mas nada justifica essa ação.”

Para criar a CPI, os parlamentares precisam ter 171 adesões na Câmara e 27 no Senado. Até agora, a corrida em busca dos nomes rendeu um total de 223 nas duas Casas. A base aliada alega um viés eleitoral como a principal desculpa para a “criminalização do governo” com a criação da CPI. “A oposição está procurando pauta, está com dificuldade de falar mal do governo porque a economia vai bem, porque estamos gerando empregos e trabalhando fortemente no campo social”, rebate o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS).

Assinaturas
A lista de parlamentares favoráveis à CPI do MST tem apoio, em sua maioria, de deputados da oposição.

Legenda - Adesões
PSDB - 52
DEM - 48
PMDB - 22
PR - 16
PP - 14
PPS - 12
PTB - 9
PSC - 7
PV - 2
PDT - 2
PRB - 1
PHS - 1
PTdoB - 1
PTC - 1

Total: 188 assinaturas - Correio Braziliense

Um comentário:

Anônimo disse...

E´isso mesmo coloque em outdoor nas ruas tambem.